O júri da edição 2020 do Prémio Literário António Jacinto, uma iniciativa do Mistério da Cultura, Turismo e Ambiente (MCTA) dirigida a autores não publicados, distinguiu a obra “Mulher Infinita”, contos do concorrente Lourenço Mussango, o também jornalista natural e residente em Luanda.
A obra vencedora é elogiada pelo pendor imaginativo e processo criativo que recria, com subtileza, temas e cenários do quotidiano aprendidos pelo autor implícito, com laivos intertextuais, tendo a mulher como o cerne da narrativa, conforme destaca a nota de imprensa que faz referência ao parecer do júri encabeçado pelo académico Joaquim Martinho.
Quem também afiança o valor de “Mulher Infinita” é o escritor e crítico de arte Adriano Mixinge, que prefacia a obra composta de oito contos, prevista a chegar aos escaparates em Novembro, para quem é um livro surpreendente, atrevido, crítico e elegante. “Os narradores tratam a juventude, a beleza, o amor, a felicidade, a velhice, as identidades, a morte e a vida como se fossem suas mulheres, como se as conhecesse de outras vidas”, conclui.
“Mulher Infinita é um livro aberto ao futuro. É literatura angolana de qualquer lugar”, quem o diz é o laureado, Lourenço Mussango que nasceu em 1987, no município do Cazenga. Estudou Comunicação Social na Faculdade de Ciência Sociais da Universidade Agostinho Neto. É jornalista, coordenou o magazine cultural Neovibe, membro do Movimento Litteragris, com poemas, crónicas e contos publicados em diversas antologias no país e no estrangeiro, sendo actualmente director literário da Asas de Papel Editora.
A estatística oficial indica que ao longo da sua existência foram atribuídos 19 prémios (12 em poesia e 6 em prosa), 8 menções honrosas (6 em poesia e 2 em prosa), sendo que nos últimos anos a tendência é o galardão redundar em Luanda, em grande parte por causa da inércia das representações do Departamento da Cultura nas demais províncias, que quase nada fazem para divulgar junto de potenciais talentos a existência de um prémio formalmente de alcance nacional e que até é sustentado pelo Orçamento Geral do Estado.
Note-se que embora o anúncio oficial seja feito nas páginas do Jornal de Angola, a sua circulação é deficitária, sem ignorar que o acesso à internet não é ainda tão popular quanto se desejaria.
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