Os aficionados do desporto têm motivos para celebrar com o anúncio oficial da conversão da Palanca Tv em canal desportivo da TPA no princípio do ano que vem. A projecção avançada é que o mesmo sirva de montra para a descoberta de talentos, principalmente. Respeitando todas as ideias e estratégias, não posso deixar de puxar a brasa para o parente pobre chamado cultura, considerando que povoar as 24 horas de emissão não será pouca tripa. Por que não o canal ser repartido entre o desporto e a cultura em termos de conteúdos de especialidade? O que sabe o aluno de Luanda sobre a vida dos khoisan? É que do ponto de vista da igualdade de circunstâncias, do mesmo jeito que Angola não tem uma indústria desportiva, também não tem o seu equivalente cultural (aqui entendido como abordagem mais substantiva do que o ku-duro e uma gama de futilidades costumeiras aos holofotes). Um país que seja unido pelo desporto (quase sempre o futebol) literalmente e que continua a desconhecer o mosaico etnolinguístico que o compõe... está longe de alcançar o sonho de nação. Portanto, a acreditar que a mediatização ajuda a criar, tanto vale para o desporto como para a cultura. Temos que o desporto volta a ser levado mais uma vez ao colo com a dedicação de um canal, depois da Rádio Cinco, do grupo Rádio Nacional de Angola. Será pelas receitas que se espera arrecadar com a publicidade ou porque, eventualmente, a experiência piloto que foi a Rádio Cinco produziu efectivamente algum fruto palpável? Acredito ser oportuno incentivar a interdisciplinaridade, evitando o modelo que transitou, que faz com que o espaço de opinião sobre o país seja reservado "apenas" a juristas, economistas, deputados e desportistas. É o meu assobio de hoje ao vento por uma Angola melhor. Pandupandu
sábado, 5 de setembro de 2020
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OVILWA YANGE VOFELA (O MEU ASSOBIO AO VENTO) - 4
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