ACORDES GRISALHOS (poema inédito)
Olá, tempos
Olá, ninho
Por cá ainda adormeço
como a coroa quer e deixa
Ontem empurrei os dias
com a barriga
côncava, cavando, cavando
hoje mesmo travei os ventos
com o calcanhar
amanhã quem sabe
preencha as ondas com acordes grisalhos
Meus defeitos são o meu documento
Ainda não sei caber num lugar
nem físico nem temporal
também não espero
Faz algo, mãe
E não é por mim
Gociante Patissa, Benguela, 03 Setembro 2020
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