Meu irmão, minha irmã locutor/a e/ou jornalista de rádio, TV ou canal, hoje o assobio é consigo. Grassa cada vez mais nos produtos do género entrevista uma tendência de, já no ar, quem entrevista pronunciar mal o nome (só acontece quando é de matriz africana) e dizer ‘espero que tenha pronunciado bem o teu nome’, ao que depois completa com risada que julga ser simpática. No sentido inverso, esse/a entrevistador/a já não patina quando pronuncia nomes de estrelas de Hollywood ou do desporto. Ora, mesmo que não haja intenção ofensiva, e acredito que não há, isto passa uma mensagem a todos os títulos negativa a respeito do entrevistador: (1) falta de profissionalismo, pois os manuais recomendam fazer este tipo de acertos no tempo de bastidores, aquele que para um noticiarista é/era considerado espaço de criar vivência com o texto; (2) revela também algum vazio interior mais vaidade da parte de quem entrevista, culturalmente falando, um complexo de pouco se importar com o que a pessoa tem de cartão postal, neste caso o nome do entrevistado. Era suposto ter já acabado o preconceito colonial português de haver nomes bonitos (os bíblicos ou ocidentais) e nomes feios ou esquisitos; (3) por último mas não menos importante, convenhamos que convidar alguém para falar implica já dominar o motivo que o torna objecto de notícia. Alguns dirão, ah, o outro ou a outra não é obrigado/a a levar a coisa sério/a, afinal é apenas animador/a de rádio/TV/canal, não jornalista, destrinça que não faz diferença neste assunto. Esforcemo-nos, amadureçamos, mostremos consideração pela diversidade cultural. É o meu assobio de hoje ao vento por uma Angola melhor. Pandupandu
domingo, 20 de setembro de 2020
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OVILWA YANGE VOFELA (O MEU ASSOBIO AO VENTO) - 5
Gociante Patissa
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