Aos 72 anos de idade, o músico Samuel Mangwana, o lendário do género musical rumba congolesa Sam Magwana, segue adiando a velhice através da alimentação e do que sabe bem fazer, arrancar aplausos de
qualquer plateia, rendida À sua voz singular e à riqueza da sua sonoridade.
"Lá no norte, onde nasci, os homens atingem um e duplo zero na frente", revelou Mangwana, para de seguida desmistificar. "Lá a idade dos nossos mais velhos vai além dos cem anos. Eu também quero lá chegar. Estou com 72 agora, e acho que vou conseguir. O segredo é só cuidar bem da alimentação", completou, para a ovação do público presente no Morena Beach na passada quinta-feira, 18/05, onde revisitou os clássicos “escute a minha história morena” e “tio António”, no show da primeira edição do Top Benguela Acácia D'ouro, que tem como mentor o também director da Rádio Nacional no município de Benguela, Adão Filipe.
Dados biográficos disponíveis indicam que Sam Mangwana nasceu em Fevereiro de 1945 da então Leopoldville, hoje Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, filho de pai congolês e mãe angolana.
O regresso definitivo do artista à república de Angola foi anunciado em 2004, deixando deste modo a França, para onde migrara em 1959. "Descobri que era tão querido pelo meu povo mesmo distante e isso fortaleceu a ideia de residir na minha terra", asseverou na época Mangwana à Angop.
A trajectória de Mangwana é vastíssima, da qual se realça a estreia em 1963 com a banda de rumba Congo-Kinshasa, African Fiesta, dirigida por Tabu Ley Rochereau. Consta ainda que também trabalhou com a sonante Negro Band e a Orquestra Tembo. Em 1967, Mangwana abandona a banda African Fiesta National para formar Festival des Maquisards. A banda incluiu artistas notáveis; vocalista Dalienst, o guitarrista Dizzy Mandjeku e guitarrista Michelino. Dois anos mais tarde, Sam Mangwana movimentou-se novamente. Ele gravou duetos com um guitarrista chamado Jean Paul “Guvano” Vangu, até 1972.
Em 1972 integra a TPOK Jazz, do lendário Franco, o que lhe rendeu maior popularidade. Em 1979 embarcaria numa carreia a solo na sequência da desintegração da banda All Stars. Ele gravou e fez périplos com combinações variadas de músicos. “Maria Tebbo” (1980), com restos da All Stars, “Coopération” (1982), com Franco, “Canta Moçambique” (1983).
Gociante Patissa
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Permita-me, meu caro Patissa, que partilhe consigo uma rumba congolesa de Franco. É do tempo em que Sam Mangwana ainda era relativamente pouco conhecido e fazia parte do grupo T.P. OK Jazz (T.P. são as iniciais de "Tout Puissant", Todo Poderoso), que acompanhava o já então mítico Franco Luambu Makiadi. Esta rumba era nada mais nada menos do que um anúncio! E no entanto teve um êxito verdadeiramente impressionante naquele tempo. Vezes sem conta ela foi passada na rádio oficial de Kinshasa (então chamada "La Voix du Zaïre"), que não costumava passar publicidade! Mas esta rumba passava, tal era a força da popularidade de Franco. Esta peça musical é um anúncio a uma firma, chamada AZDA, que era a importadora e distribuidora oficial da Volkswagen no então Zaire. Além do nome da firma, AZDA, ouve-se repetidamente "Ve We", que são as iniciais VW, além da referência a alguns modelos de viaturas Volkswagen e dos nomes de várias cidades onde a AZDA tinha as suas filiais. Pode ouvir aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Y6O8TooK64o.
Não faz ideia de sensação de Eureka! que o seu comentário representa, caro Fernando Ribeiro. Esta música marcou a transição da infância para a adolescência, por influência do progenitor. Mas nunca lhe captei o contexto. Um grande abraço
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