terça-feira, 23 de maio de 2017

Banda FM reforçada com maior percussionista de Benguela

Conhece o mistério do batuque como pouquíssimos. Depois de um defeso forçado pela desintegração da Banda KS (Kamutangre Show), o homem regressa ao lugar de onde nunca deveria sair, o da arte. Há já um ano que Tony Tchoko faz parte da Banda FM, da Rádio Benguela, que o convidou para substituir um dos integrantes que se mudou para Luanda com uma nova proposta de trabalho. 

É provável que alguns dos nossos leitores não façam ideia de quem se trate, posto que, como todo o trabalho de equipa, há os que se destacam mais, a exemplo do vulcão que é a vocalista Alexandra, em comparação com os da linha de trás, os instrumentistas.

Tony Tchoko, o bangão da então comuna da Catumbela, bairro do Akala, havendo também quem o conheça pela acunha de Tchoma, é para todos os efeitos o mais regular percussionista nos palcos da música quando se fala em bandas profissionais nos últimos trinta anos da história da província de Benguela.

Com pouco menos de seis anos de existência, a Banda FM conseguiu catapultar-se para referência obrigatória, em função da qualidade e coesão do seu produto, não ficando em nada a dever a outras do país e não só. Do seu palmarés constam o suporte a nomes como Bonga, Yuri da Cunha, Ricardo Lemvo, Monic Seka, para só citar estes.

Segundo uma fonte muito bem posicionada nos bastidores do sector, Tony Tchoko teria dado os primeiros passos, já em termos profissionais, na Banda Kamoringue, da BCA, ligada às então Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (Fapla). Na década de 90, do século vinte, atingiria o auge com a Banda KS (Kamutangre Show), do Lobito, que deu suporte a diversas realizações institucionais e não só, sob liderança de Chico Sandro, actual representante da União Nacional dos Artistas e Compositores (Unac).

Não poucas vezes, Tony Tchoko foi visto, durante a vigência da Banda KS, no papel de vocalista de um clássico do grupo, o vibrante tema conhecido pelo trecho “segura a garina, dá-lhe aquele toque da moda.” O certo é que o KS se desintegrou e nem todos os membros conseguiram manter a actividade a solo.

O blog Angodebates presta aqui o tributo a Tchoko, na esperança de que ele continue a resistir à tentação de “migrar” para a capital, onde obviamente não lhe faltariam oportunidades de singrar, o que, no entanto, empobreceria a província de Benguela. Estamos consigo, mano!
Gociante Patissa, Benguela, 23 Maio 2017
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