Texto de
Benguela, 01.07.2016Júlio Novadi Dimas Teixeira |
Lembro-me do Abílio
como um jovem meigo, educado e sonhador. Já desde pequeno demonstrava interesse
pela leitura, escrita e canto. Com cinco anos de idade foi matriculado na
escola mais próxima de casa, era assíduo e pontual; gostava de ler, escrever,
cantar e brincar com os colegas.
Aos doze anos de idade ingressou no 1.º Ciclo do Ensino Secundário, Escola 10 de Fevereiro. A princípio, achou estranhas as disciplinas e os professores, mas adaptou-se positivamente ao ponto de só sonhar com a escola. Sempre foi bom aluno, assíduo e pontual – os professores transmitiam os conhecimentos de forma clara e carinhosa. Não tinha por que não aprender ou assimilar os conteúdos.
Com as aulas de
Matemática, ele aprendeu a somar, subtrair, multiplicar, dividir. Enfim,
aprendeu a resolver as coisas; pois era o mais inteligente e esforçado da
escola. Com as aulas de Língua Portuguesa (LP) aprendeu a escrever, ler e falar
melhor, ainda a interpretar textos e familiarizou-se com as palavras. Com as
aulas de Educação Física obteve qualidade, firmeza e habilidades físicas.
Detestava Educação Moral e Cívica porque achava uma “seca”’ mas mesmo assim,
acabou por compreender melhor a vida, o mundo e as pessoas que a ele pertencem.
Contudo, as
matérias que Abílio recebia na escola ajudaram-no a comportar-se melhor;
proporcionaram-lhe competências, habilidades, técnicas, capacidades,
estratégias e destrezas. A LP permitiu-lhe dominar a língua oral e
graficamente; era comunicativo, extrovertido, amigo e com facilidade de fazer
amizade, compreensivo quando falava e, por sua vez, compreendia melhor os
outros.
Tinha milhares
de amigos no Facebook e também o ajudou no papel de empresário. E como
empresário, ele próprio era o contabilista da sua empresa, pois dominava os
aspectos matemáticos e contabilísticos. A Educação Física (EF) sempre ajudou,
pois estava menos doente, em forma, sempre bem-humorado e com vigor.
Certa vez, numa
sexta-feira, foi perseguido por assaltantes que queriam dinheiro para consumir
no “dia do homem”. Abílio foi perseguido devido à maleta que aparentava ter
dinheiro, e tinha mesmo. Correu incansavelmente, pulou as barreiras do caminho,
ficou cansado mas lembrou-se do seu professor de Ed. Física quando dizia: “anda
homem, não para! Camarão que dorme a onda leva!...’’ Com isso ele correu rápido
como o pensamento até à multidão que estava adiante e, os ladrões, com medo
desistiram.
Já há muito não tenho notícias dele, mas uma coisa é certa: Abílio era boa
pessoa, amava-se a si mesmo e aos demais, tinha um projecto de vida, era
humilde e solidário. Conversava com os seus irmãos sobre a adolescência, drogas
e sexualidade. Promovia um ambiente pacífico e coeso em casa, no trabalho e em
qualquer lugar… isto tudo graças a EMC, por isso ele é um exemplo a seguir.
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