Almas de
porcelana | Gociante Patissa
Oi gente, tudo
bem? Primeiramente gostaria de pedir desculpas pela ausência no blog e na
página do Facebook rs. Por aqui as coisas estavam um pouco corridas (casamento
do meu irmão! Ownn…), e também eu estava sem internet em minha casa. Então,
tudo o que eu postava, era com internet “roubada” da minha tia rs Quando eu ia
lá para cuidar da minha avó, ou visitá-las, eu pegava um pouquinho da internet
para atualizar as coisas por aqui e no Facebook. Mas agora as coisas já se
ajeitaram, então vamos voltar à programação normal rsrs Assim espero…
Hoje vim apresentar a
vocês um livro de poesias que li recentemente, que chegou até mim por meio da
parceria com a editora Penalux. Almas de porcelana (Penalux,
2016, 86 p.) do autor angolano Gociante Patissa é dividido em três partes:
Consulado do Vazio (livro de estreia do poeta, publicado pela primeira vez em
Benguela); Guardanapo de papel (segundo livro do autor, lançado primeiramente
em Portugal); e Poemas dispersos (que contém poemas inéditos e outros que foram
publicados em revistas de Moçambique e Portugal).
Gociante é bem envolvido
com causas sociais e políticas, e mostra muito disso em suas poesias. Vemos
também paisagens da guerra, mas sobretudo mensagens de esperança ditas com
palavras muito acariciadoras. A começar pelo título: Almas de porcelana. Almas,
por vezes são coisas tão “duras”… mas que devem ser tratadas com cuidado, como
porcelanas. Por coisas que o autor provavelmente passou, sentimos, ao ler seus
escritos que ele próprio emoldura sua arte, e assim, sua alma.
Como irmãos (p. 22-23)
“D-me a tua mão
para andarmos de braços dados
torturando a solidão lado a lado
torturando a solidão lado a lado
caminhemos sem temer as minas
do sol-posto à nascente
iluminados sem consultar o lusco-fusco
como irmãos.
Vamos derrubar o quintal que nos separa
apanhar pelas traquinices
se for o caso
se for o caso
mas como irmãos
vamos chorar em conjunto
e enxugar as lágrimas com o canto
da minha camisa
vamos rir da dor, reter a lição
sem nada ruminar
como irmãos
Vamos jogar à bola
ou no teu quintal a wela
vamos correr transpirar até cansar
vamos correr transpirar até cansar
depois da escola
vamos olhar juntos adiante
como irmãos
e a guerra não terá vez.”
O autor mantém ativo o
blog Angola, Debates
& Ideias. E vejam só, encontrei esta entrevista, de 2014, que
ele participou, do programa Fair Play. Assistam até o final, porque em
determinado ponto da entrevista ele declama um de seus poemas. E já adianto: é
lindo, apaixonante!
Se vocês se sentirem à
vontade, leiam esta entrevista. É longa, mas recheada de
informações e coisas interessantíssimas (e até vemos características com o Brasil
em algumas partes, hein?!).
Título: Almas de
porcelana, Autor: Gociante Patissa, Editora: Penalux, Páginas:
86 p.
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