Estou desde as 9h30 no Alfa, restaurante à beira-mar na restinga do Lobito, num dia bwé produtivo no crônico trabalho da monografia. A mesa atrás de mim é que parece amaldiçoada.
primeiro, num Nissan Armada veio um casal (mulher bonita e devidamente sensual, bela de se apreciar), mas com uma monotonia e tanto na conversa (comandada pelo "amor"), em tom de radialista, basicamente girando em torno do que podia ou não custear dos restaurantes caros e tal. Uma das passagens: "A Unitel anda a roubar saldo ou quê? (...) Tu é que mais me gastas o saldo, vou passar a te castigar, não te pago mais", e tal. "Tens que passar a ter mais iniciativas, sugerir mais, tipo, "mor hoje quero comer isso, vamos ao restaurante X"...
Algum tempo depois, chegava uma jovem moça, bonita, juraria que a conheço de algum lado - do aeroporto, se calhar - mãe de dois rapazes. A conversa gira em torno de "volta, vou-te chapar". Fulano, "cala-te!" Eu vou almoçar e se, na brincadeira, quando eu acabar, não tiverem comido, vocês vão a fome".
Já mesmo no princípio dass 14h00, digo, neste momento, estão uns jovens muito bem informados do Showbizz americano, ao ponto de partilharem, excitados, as conquistas do mundo RAP. Foi graças a eles que fiquei a saber de um clip onde o artista aparece com maçarico em punho a danificar um carro luxuoso e novo. Ah, para não pensares que acabou, fala-se também da virtude do cantor que produz chuva de notas de dólares que atira do palco, isso, sem ignorar o altruismo daqueles "irmãos" nossos idos para as américas à época da escravatura: roupas que custam milhões são atiradas aos fãs. E para acabar de vez com a minha ignorância (sem ser da parte deles intencional, até porque nem se lembram que estou a metro e mio deles e com monte de livros sobre a mesa), um cunclui: "na terra deles, só há mesmo um tipo de dinheiro, O DÓLAR". Sim, senhor!!!
Gociante Patissa, Lobito, 25 Fevereiro 2012
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