Uma cidadã que vive do que ganha na zunga deixou por esquecimento, num veículo hiace (não identificado) em serviço de taxi, um saquinho contendo 20 mil kwanzas. Atrás do prejuízo, porque 20 mil kwanzas podem ser o universo para uma zungueira, recorre ao serviço de utilidade pública da Rádio Benguela, deixando o seu numero de telefone à disposição (porque ainda acredita na boa fé do seu povo) de quem o tiver achado. Horas depois recebe um telefonema. Do outro lado da linha fala um homem, que se identifica como quem tem em posse o embrulho anunciado. O embrulho estaria na casa da segunda mulher, naquele momento, pelo que se meteria a caminho (da casa da primeira). E porque estava já tudo encaminhado, entenderia a zungueira, não havia nada demais em aceitar a recompensa solicitada, qualquer coisa como quatro cartões de saldo (recarga telefónica de 900 kwanzas cada, equivalente a 40 USD no total). O que se dá a seguir é um desencontrado rol de explicações sobre o paradeiro do homenzinho, chamadas não atendidas, culminando com a mensagem de telefone desligado. Depois mais dúvidas não restam: tratava-se de pura burla. Como se já não bastassem os 20 mil kwanzas, acabava de perder quatro cartões de recarga, cujo código soletrou dígito por dígito. O caso da zungueira não é o primeiro, conforme ela própria viria a saber. Num país organizado talvez se chegasse rapidamente ao malfeitor, através da polícia, em cooperação com a agência operadora de telefonia móvel (base de dados).
Gociante Patissa, Benguela
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