Nota: O Blog Angodebates tem a honra de se juntar aos organizadores e reforça o convite para o acto de lançamento, recomendando ainda a leitura desta obra que conta também com quatro poemas de Gociante Patissa, por sinal a primeira experiência internacional da sua carreira literária.
Semear palavras e colher Poesia
Depois de palavras de saudação dos Presidentes da República de Portugal e do Brasil, do Primeiro-Ministro Português, de várias Embaixadas, vários Consulados, diversas Instituições e imensas pessoas individuais, nasce, agora a III Antologia de Portas Lusófonos.
A Lusofonia que se espalhou ao longo dos séculos e inundou continentes, continua bem viva através das sementes que todos os dias se lançam ao vento, na esperança de um dia germinarem e darem os seus frutos.
No ano em que se comemora o 200.º aniversário de Alexandre Herculano, a Antologia de Poetas Lusófonos dá a conhecer a sua III edição, fruto de uma semente que foi dada ao vento em 2007 e que ele se encarregou de espalhar pelos 5 Continentes.
Nas três Antologias de Poetas Lusófonos participaram mais de 200 poetas de catorze países, dos cinco Continentes, espalhando poesias por Angola, Brasil, Cabo Verde, Canadá, Espanha, Estados Unidos da América, França, Guiné, Índia, Inglaterra, Moçambique, Portugal, Suíça e Timor.
A presente edição apresenta 98 poetas de onze países. A selecção feita tentou escolher poesias simples até às mais eruditas, nunca esquecendo a obrigatoriedade de todos elas transmitirem mensagens.
Mensagens essas que nos levam os pensamentos para outras paragens onde o sonho permanece na sua caminhada rumo ao azul infinito.
Foram imensos os homens e mulheres que muito deram às Letras da Lusofonia, que espelharam as suas palavras e as suas frases no reflexo de oceanos de letras. Como referiu Madre Teresa de Calcutá, uma gota a menos no oceano fará sempre este mais pequeno. A III Antologia, que agora se dá a conhecer, é isso mesmo, de forma humilde, lança ao mar dos povos mais uma gota de forma a engrandecer o oceano da Língua Portuguesa. Mulheres e homens que reflectiram sobre a necessidade global de coordenar a Lusofonia através das palavras.
O século XIX foi um excelente período de grande divulgação da Palavra portuguesa. Grandes nomes da Literatura ergueram os seus punhos, não para lutar, mas sim para transmitir no papel, através da pena nervosa que servia de condutora ao seu pensamento. Eram tempos complexos, onde a imprensa começou a desenvolver um papel importante, visto que os grupos políticos, que surgiam facilmente, viviam escondidos no ataque fácil, onde a ordem do dia partia, por vezes, através de discussões ocas, sem fundamento e com desejos de vitórias fáceis perante a derrota cultural de um país.
Como escreveu Alexandre Herculano em O Panorama , jornal de maior prestígio e nomeada em Portugal, no século XIX – como referiu Gomes de Brito –: o que mais importa é dilatar por todas as nações, e introduzir em todas as classes da sociedade o amor da instrução; porque este é o espírito do nosso tempo e porque esta tendência é generosa e útil.
Este é mais um projecto, que espalha pela lavoura da cultura, pequenas sementes secas, que esperam pela frescura das palavras primaveris com o sonho de erguerem a sua folhagem ao céu e delegarem os seus frutos a todos aqueles que necessitam de alimentar o espírito.
É um projecto, sem fins lucrativos, facto assumido desde o início, garantido pelos próprios autores, que na união de seus esforços construíram mais uma ponte para a Lusofonia.
Todas as pontes são poucas para atravessar o rio da Cultura. Cada pilar colocado nesse rio absorve a energia necessária para nos garantir que chegamos ao outro lado com o mesmo objectivo da partida: divulgar através das palavras para receber através dos pensamentos.
Sonhamos e conseguimos, com todos vós Autores, levar bem longe este projecto que já une Continentes, sem pensar em raças ou religiões, mas sempre a criar laços que se unem e transformam na grande árvore da Língua Portuguesa que é a LUSOFONIA.
Coordenador Editorial
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Depois do sucesso das I e II Antologias de Poetas Lusófonos, que contou com mensagens de parabéns dos Presidentes da República de Portugal e do Brasil, assim como do Primeiro-ministro de Portugal, de diversas Embaixadas, imensas instituições e muitas pessoas individuais nasce agora a III Antologia de Poetas.
No total, são mais de 200 poetas nas três Antologias, de 14 países. A III Antologia, conta com a participação de 98 poetas de 11 países.
Neste sentido:
O Presidente do Município de Pombal e a Folheto Edições têm a honra de convidar V. Exa. e Família para a apresentação da III Antologia de Poetas Lusófonos, a realizar no próximo dia 9 de Outubro de 2010, pelas 16 horas, no Auditório da Biblioteca Municipal de Pombal.
Haverá um momento de poesia com a participação de vários poetas e actuação do Grupo de Tunos de Leiria.
A cerimónia terminará com um Porto de Honra.
Entrada Livre
Gociante e outros tantos que dão tudo para que projecto chegasse onde chegou o meu forte abraço.
Como sabes sou vosso apaixonado de primeira h20.
Desejo-vos sucesssssssssooooossss
Nequilo que poder vos ajudar como fonte já que vivo a realidade cá na capital do país podem contar comingo.
http://angodebates.blogspot.com/2010/11/chegou-africa-iii-antologia-de-poetas.html
Monte-Belo
Chuva
na cor do vento
Verde
nas intenções do tempo
Dança
nos provérbios do luar
Ambivalências
de um eterno menino daqui
Gociante Patissa, Julho de 2009 (Pág.136)
Na teoria do resultado (pág. 137)
O reencontro
mesmo com a prisão
molha
na largura dos olhos
o barro p’ro novo sol
Não tem pernas o tempo
seriam longas
ou curtas
demais
...
Gociante Patissa (ISCED-Universidade Agostinho Neto, Benguela, 9 de Julho 2009)
Umbilical pára-quedas
À Emiliana Chitumba Gociante, minha mãe
Se voar é de asas abertas
Em replay põem-se a nu as cicatrizes.
Tudo é nada mais senão o vento
que faz assobiar e sublima cantos
tocar o céu pelo penteado da montanha
até ceder à lei de gravidade
Houve sempre uma mão
houve sempre uma mãe.
AJS, 23-10-08
(Pág. 138)
Rastos na linha do farol
Reincidente olhar inquieta-se
à volta do pingo de luz
aquele tímido ponto veludo
quando o céu todo é negra nuvem
Aquela luz
para lá do mar
útero da mesma aragem
que outras velas vai apagar
ainda há-de ser minha
antes que caia do céu a manhã e o fim do cenário
ou façam-me tudo então
menos perdoar.
Durante o evento "Piaget Fashion Day", Benguela, 08/11/08
Pág. 139
In III Antologia de Poetas Lusófonos, Folheto Edições e Design, Leiria - Portugal, 2010
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