“O papel dos rituais de iniciação nas sociedades africanas” foi tema de debate no Instituto Superior de Ciências de Educação (Isced) da cidade do Lubango, hoje (21/05). Denominada “café de ideias”, a palestra foi orientada pelo estudante Edgar Jacob e abriu caminhos para calorosos debates.
Uma das polémicas teve a ver com o facto de, em algumas regiões da Huila, a igreja católica ter-se “apropriado” do ritual de “efiko” (ritual de iniciação feminino), alegadamente para depurar aspectos vistos como desumanos. Favorável a tal medida, um estudante apegou-se em relatos de casos de morte no “ombelo”, pelo que, disse, «tudo o que atenta contra a vida humana deve ser combatido».
Em reacção, o prelector classificou de errada a prática de “efiko” no espaço cristão na medida em que prejudica a essência do ritual. No mesmo diapasão, e um pouco mais efusiva, alinha a Directora Provincial da Cultura, Marcelina Gomes, que é também docente do curso de história.
A par do background como investigadora, Marcelina revelou à plateia que passou também pelo ritual de “efiko”, classificando por isso de infundados relatos de morte. «Até porque não há cirurgia absolutamente nenhuma no ombelo», referiu, «ao contrário do “ekwenje” [ritual masculino]. Na circuncisão, aí sim, porque poderia haver uma infecção, já que os materiais eram impróprios e não esterilizados», realçou.
Várias outras intervenções apelaram à identificação de formas e mecanismos no sentido de resgatarem, os africanos, alguns dos aspectos mais sagrados da sua cultura, que não escaparam à humilhação colonialista.
Promovido pelo Departamento das Ciências Sociais, o certame é parte do programa de saudação do aniversário do continente africano, que tem na agenda atractivos como teatro, exibição de filmes e música ao longo da semana.
Uma das polémicas teve a ver com o facto de, em algumas regiões da Huila, a igreja católica ter-se “apropriado” do ritual de “efiko” (ritual de iniciação feminino), alegadamente para depurar aspectos vistos como desumanos. Favorável a tal medida, um estudante apegou-se em relatos de casos de morte no “ombelo”, pelo que, disse, «tudo o que atenta contra a vida humana deve ser combatido».
Em reacção, o prelector classificou de errada a prática de “efiko” no espaço cristão na medida em que prejudica a essência do ritual. No mesmo diapasão, e um pouco mais efusiva, alinha a Directora Provincial da Cultura, Marcelina Gomes, que é também docente do curso de história.
A par do background como investigadora, Marcelina revelou à plateia que passou também pelo ritual de “efiko”, classificando por isso de infundados relatos de morte. «Até porque não há cirurgia absolutamente nenhuma no ombelo», referiu, «ao contrário do “ekwenje” [ritual masculino]. Na circuncisão, aí sim, porque poderia haver uma infecção, já que os materiais eram impróprios e não esterilizados», realçou.
Várias outras intervenções apelaram à identificação de formas e mecanismos no sentido de resgatarem, os africanos, alguns dos aspectos mais sagrados da sua cultura, que não escaparam à humilhação colonialista.
Promovido pelo Departamento das Ciências Sociais, o certame é parte do programa de saudação do aniversário do continente africano, que tem na agenda atractivos como teatro, exibição de filmes e música ao longo da semana.
Gociante Patissa
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Lembras-te da minha narração da Circiuncisão entre os Lubolo e Kibala?
Aproveitar os aspectos socio-históricos e depurar o pernicioso. Ou seja aliar a ciência moderna à tradição pode dar numa boa simbiose.
Abraço aos leitores desta página.
Pois, lembro-me. Na cultura ovimbundu, a figura do Kaviula (que era feminino de ocinganji, embora não se limitasse a mulheres) tinha o direito de agredir fisicamente quem lhe aparecesse pela frente (em áreas isoladas) e fosse incapaz de responder verbalmente aos gestos dele. Eis um exemplo de coisa maléfica a punir.
Mas, e como vários estudantes sublinharam, o facto de terem bases ocidentais os pilares da ciência (antropologia?)costuma enviezar a percepção dos fenómenos. Como dizia alguem, há coisas q não se definem, sentem-se apenas!
A
cultura...tradiÇöes,ritus,magia, a nossa lingua materna, säo as bases do alicerce do continente'('BerÇo'') dai que como a nossa cultura é essa devemos sim associar-se a esses (rituais); se vivermos a penas da aculturaÇäo quais säo os testemunhos culturais que seräo passados as geraÇoes vindouras?
-Ja existiram antes de nos e é a isso a que chamaram,chamamos e chamaräo de cultura africana...a penas o Ministério da cultura deve por a mäo no que diz respeito e proibir ( as mortes no evamba e salientar ou fornecer material para o uso nos cortes no caso de prevenir infecÇoes Ex: Bisturis esterelizados, alcool,betadine,água oxigenada,couvetes e outros). (BENJAMIMSEQUEIRA.MISTERB@FACEBOOK.COM) -ESTUDANTE DE CIÊNCIAS SOCIAIS...KUITO/BIÉ
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