A única vez que liguei Benguela à Huila por terra foi em 2003 – das vezes que cá voltei foi por avião. – Naquela altura, não se chegava ao destino sem atravessar a noite, já que a viagem durava 15 horas em média. Era pleonasmo qualquer apelo à prudência, as picadas não permitiam mais de 30 Km/h. Músicas? “Sucessos do Huambo”, uma espécie de receita obrigatória disparada até fartar por leitores à cassete – a cada segunda vez que uma determinada música tocasse correspondia uma hora gasta. Mas compensava sempre ter uma boa companhia…
Ontem, em parte, devido a ajustes de última hora ao programa “gozar as férias divulgando o nosso livrinho”, vi-me tentado a preparar a alma para viajar de autocarro. Com um pouco mais de sorte desta vez, conseguiu-se o bilhete da SGO (um dia antes) na paragem “Camioneiro”.
Optimista, é verdade, pelo advento das obras na via, mas, ainda assim, ansioso na hora da partida (6h50). Vinte minutos depois, próximo do morro do Uche, surgia uma paragem obrigatória. “Não sei se é falta de óleo ou quê…”, especulava o motorista, incomodado por um beep que vinha do painel de instrumentos. Para aumentar ainda mais o pessimismo, tínhamos um motorista que parecia entender pouco de mecânica, quando não trazia assistente nenhum, e havia a noção do quanto a SGO não costuma devolver o kumbú aos passageiros nesses casos.
Parar? O beep não parou, só que o autocarro afinal teria macas de aquecer nas subidas, se excedesse os 5Km/h. É uma velocidade que só se espera de um cágado com cólicas, a sério!, mas deu para chegar ao fim de sete horas de viagem... e bem, é claro.
Vai doer-me não poder visitar o Namibe (a minha segunda cidade depois de Benguela)… mas não há grandes meios, nem tempo. Ademais, “eu sei que vou voltar, a questão é esperar”.
Gociante Patissa, Lubango, 19 Maio 2009
Ontem, em parte, devido a ajustes de última hora ao programa “gozar as férias divulgando o nosso livrinho”, vi-me tentado a preparar a alma para viajar de autocarro. Com um pouco mais de sorte desta vez, conseguiu-se o bilhete da SGO (um dia antes) na paragem “Camioneiro”.
Optimista, é verdade, pelo advento das obras na via, mas, ainda assim, ansioso na hora da partida (6h50). Vinte minutos depois, próximo do morro do Uche, surgia uma paragem obrigatória. “Não sei se é falta de óleo ou quê…”, especulava o motorista, incomodado por um beep que vinha do painel de instrumentos. Para aumentar ainda mais o pessimismo, tínhamos um motorista que parecia entender pouco de mecânica, quando não trazia assistente nenhum, e havia a noção do quanto a SGO não costuma devolver o kumbú aos passageiros nesses casos.
Parar? O beep não parou, só que o autocarro afinal teria macas de aquecer nas subidas, se excedesse os 5Km/h. É uma velocidade que só se espera de um cágado com cólicas, a sério!, mas deu para chegar ao fim de sete horas de viagem... e bem, é claro.
Vai doer-me não poder visitar o Namibe (a minha segunda cidade depois de Benguela)… mas não há grandes meios, nem tempo. Ademais, “eu sei que vou voltar, a questão é esperar”.
Gociante Patissa, Lubango, 19 Maio 2009
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