quarta-feira, 29 de maio de 2019
"I have white skin, I own an american passport, then I am free to cross any border that I want" (Tenho pele branca, possuo passaporte americano, logo atravesso qualquer fronteira que me apeteça) - Do interlocutor central do documentário "Witness - The Things We Keep, a passar neste momento no canal AlJazeera inglês
domingo, 26 de maio de 2019
Porque Terêncio Zua tem talento acima do que bate
Terêncio Zua, compositor e intérprete, vencedor do concurso de imitação Angola Encanta, realizado pela TPA e Lac em 2012, está de volta à "música mundana", depois de uns anos a fazer gospel. Dói ver o jovem, dono de um enorme potencial e elasticidade vocal, dos mais promissores que este país já viu, enveredar para a já batida tendência do que está a bater, com a impressão inclusive de ter "enlatado" a voz, coisa que aliás não precisa, tão prendado que ele é. Apoiem o miúdo, excelências, se faz favor. Uma bolsa no estrangeiro, porque o país não se pode dar ao luxo de perder mais um talento daqueles para as leis do mercado, de criar para a barriga. Ainda vamos a tempo.Estamos aqui se precisa a poesia for para as suas composições.
Gociante Patissa | www.angodebates.blogspot.com(Foto: vicentenews)
sábado, 25 de maio de 2019
quinta-feira, 23 de maio de 2019
“Como escrever sobre África” (fragmentos) ensaio do escritor queniano, Binyavanga Wainaina (18 Jan. 1971 – 21 Mai.2019)
Use sempre as palavras
“África’:”escuridão” ou “safari” no título. Os subtítulos podem incluir termos
como “Zanzibar”, “massai”, “zulu”,”zambezi”,”Congo, “Nilo,”grande, “céu”,
“sombra” “tambor” “sol” ou “antigo”;
No texto, há que tratar África como se
fosse um único país;
(Texto original em inglês publicado pela revista Granta, n.º 95, UK, 2005. Foto: Simon Maina/AFP/Getty Images
Evite os personagens africanos alegres
ou que lutem para escolarizar os filhos (…). Faça com que iluminem algo sobre a
Europa ou a América na África. O maior tabu em escrever sobre a África é
descrever ou mostrar pessoas brancas mortas ou que sofrem;
O cidadão africano moderno é um homem
gordo salafrário que trabalha no departamento de emissão de vistos; As
personagens devem ser coloridas, exóticas, maiores do que a vida - mas vazias
por dentro, sem diálogos;
Personagens africanos podem incluir
guerreiros nus, servos leais, adivinhos e videntes, sábios antigos vivendo em
esplendor hermético. Ou políticos corruptos, ineptos guias de viagem polígamos
e prostitutas com quem você dormiu;
Estabeleça desde o início que o seu
liberalismo é impecável, o quanto você ama a África, como se apaixonou pelo
lugar e não pode viver sem ela. A África é o único continente que você pode
amar - aproveite isso. Se você é um homem, empurre-se em suas quentes florestas
virgens. Se você é mulher, trate a África como um homem que usa uma jaqueta e
desaparece no pôr-do-sol. A África é digna de pena, adorada ou dominada. Seja
qual for o ângulo que você tomar, não se esqueça de deixar a forte impressão de
que sem a sua intervenção e seu livro importante, a África está condenada.
São temas tabus: cenas domésticas
comuns, amor entre africanos (a não ser que haja uma morte na história), referências
a escritores africanos (…) Descreva, em detalhe, os peitos nus (jovens, velhos,
conservadores, recém-estuprados, grandes, pequenos), os genitais mutilados ou
os genitais avantajados;
Os leitores vão ficar desapontados se
você não mencionar a luz de África. E o pôr-do-sol: o crepúsculo em África é
indispensável, sempre grandioso e vermelho;
Termine o texto com Nelson Mandela
dizendo algo sobre arco-íris ou renascimento.
terça-feira, 21 de maio de 2019
Voltei hoje a uma loja Unitel para reclamar. Pedi ontem a redução do cartão SIM ao tamanho Nano, tendo eles recomendado tratar uma 2ª via. Em casa, ao ligar o telefone notei um novo número, o pretendido continuava activo. Depois de averiguar, a jovem, bem educada e ciente do meu tempo perdido, disse: "Pedimos desculpas, eu cometi o erro. O erro foi meu."
sábado, 18 de maio de 2019
A Rádio Nacional de Angola, estúdios centrais, pode ter feito esta tarde a edição mais bem conseguida do ano de um programa cultural, numa mesa-redonda e tertúlia cantada sobre a trova, género musical que esteve sempre presente nos momentos históricos, mas que foi "desmamado". Contribuições de Cândido Ananaz, Duo Canhoto, Sacodó, Acácio (Akapaná). Muito bon
Bem-vindos ao 402.° aniversário de Benguela ou Ombaka (cidade, não a província), uma urbe que por tradição reivindica uma geminação com a cidade velha de Jerusalém, Israel, na sua dimensão de terra das lamentações, sendo que ultimamente a parte do muro vem sendo desempenhada ao extremos pelas redes sociais (não dispensando intrigas, fofocas e afins, encomendas em copos de bar ou nos bastidores de interesse de grupos e sede pelo poder, qualquer que seja o ramo de actuação). Ainda era só isso. Twapandula kwenda tukuyongwili ocipito ciwa (obrigado e votos de bons festejos)
segunda-feira, 13 de maio de 2019
"Angola é dos países mais assimilados, sobretudo nos seus centros urbanos. Por isso não gostamos de falar das nossas diferenças" (Marcolino Moco, político, escritor, cientista. 13.05.2019)
Ps: contexto: matriz étnica dos movimentos nacionalistas, nos conceitos conforme o seu livro, de "Mpla (mestiços), Unita (ovimbundu) e Fnla (bakongos)", tema ainda tabu
domingo, 12 de maio de 2019
Ex.ªs empresários nossos que no estrangeiro correm para apreciar música de alto padrão estético e profundidade, aplaudem artistas no sentido consistente do termo, mas que em Angola patrocinam apenas entulho, por conta do lucro, marginalizando e empobrecendo os mais consagrados, a PGR do salalé está a vos esperar.
sábado, 11 de maio de 2019
VÍDEO. Escritor angolano Gociante Patissa na reportagem sobre o valor do provérbio na língua Umbundu
VÍDEO - Escritor angolano Gociante Patissa na reportagem sobre o valor do provérbio na língua Umbundu, TPA1 11-05-2019, reportagem do jornalista Figueiredo Casimiro
VÍDEO. Escritor angolano, Gociante Patissa, entrevistado sobre autarquias em língua Umbundu
UMBUNDU: Usonehi Gociante Patissa wasapela lanoño youkuyevalisa asapulo Figueiredo Casimiro, catyamenla kekalo lyofeka lokwiya kwocela covaimbo, koputu vai eleições autárquicas, TPA1, 11.05.2019
PORTUGUÊS: Escritor angolano, Gociante Patissa, entrevistado sobre autarquias, noticiário em língua Umbundu TPA1, 11.05.2019, com o jornalista Figueiredo Casimiro.
Utilidade pública | Toda a informação que procura para voar com a SonAir, "asas da tranquilidade", a líder na rota Luanda-Catumbela-Luanda
Obs: Para se inteirar dos horários, preços, o que é ou não permitido levar a bordo ou no porão. Pode também adquirir bilhetes remotamente e pagar por referência/multicaixa, basta ligar em horário comercial para os contactos que aparecem na imagem e obter o número de referência.
Há ainda o contacto alterntivo +244 272 234 458
Utilidade pública | Toda a informação que procura para viajar com a TAAG
Para se inteirar dos horários, preços, o que é ou não permitido levar a bordo ou no porão, é só ligar, 24/24h:
Call center: +244 923 190 000
Website: taag.com
Facebook/TAAGLinhasAereasdeAngola
sexta-feira, 10 de maio de 2019
Diário | tenho um supremo raso, né?
"Moço, boa noite. Chegue ainda cá."
"Pois não?"
"Aqui no vosso menu está escrito supremo de frango. É como esse prato? Desculpe a minha ignorância. O frango é preparado com o quê?"
"Ah, basicamente, supremo de frango é tipo, coiso, peito de frango..."
"Então supremo, supremo é só mesmo peito?"
"Ya, assim mesmo, senhor."
"Ah, muito bem... Neste caso eu assim que não faço ginásio, consideram que tenho um supremo raso (light), né?"
"Bem, mais ou menos. Podemos dizer que o senhor tem é supremo com ossos."
"Aié?..."
Gociante Patissa | Num lugar | 10.05.2019 | www.angodebates.blogspot.com
terça-feira, 7 de maio de 2019
Perfil do novo Presidente da Mesa da Assembleia da União Dos Escritores Angolanos (UEA)
Antigo apresentador do programa “Leituras”, da Televisão Pública de Angola, e Vice-ministro da Cultura, Luís Kandjimbo nasceu em Benguela em 1960. Poeta e crítico literário, é membro da União dos Escritores Angolanos (UEA) e da Associação para o Estudo das Literaturas Africanas de Paris (APELA). Publicou “Apuros de Vigília" (ensaio e crítica), "Apologia de Kalitangi" (ensaio e crítica), “A Estrada da Secura” (poesia, Menção Honrosa do Prémio Sonangol de Literatura), “O Noctívago e Outras Estórias de um benguelense” (contos), “De Vagares a Vestígios” (Poesia), “Ideogramas de Ngangi” (ensaio), “Ensaio para Inversão do Olhar da Literatura Angolana à Literatura Portuguesa”.
Quando sua excelência você quer passar anónimo mas conhece um mbwale perspicaz chamado Figueiredo Casimiro, fiel embaixador da língua/cultura Umbundu na Televisão Pública de Angola, e lhe fisga. E pronto. Tivemos que abrir o jogo e lançamos a candidatura para as autarquias de 2035. Até lá, estamos em campanha. Vão já depositando 30% dos vossos salários na conta do projecto, podem até depois votar contra. Ainda era só isso. Obrigado hahaha
segunda-feira, 6 de maio de 2019
O feitiço do Dombe-Grande é assim porquê?!
Ex.ªs, o feitiço do Dombe-Grande não é coisa de brincar, excelências, quem avisa é porque viu! Não acreditam, né? Acham que feitiço é lenda. Está bem. Vão duvidando... Sua excelência eu também era de duvidar, ah porque Tchiwiyawiya já morreu, aquilo já não tem anti-balas, agora é tudo faca a atravessar mamão maduro, ah porque já não se temperam feiticeiros como antigamente. O meu azar? Refilei com uns mais velhos que queriam boleia. Me mandaram uma "onda" que, até vi fumo!, acho que desmaiei ou quê, acordei já assim como estou vestido, tipo passei a noite na lavandaria. Logo eu que já tinha decidido nunca na vida me enfatar e engravatar tipo bolo-e-leite, cara de reverendo, a cheirar a naftalina, essas coisas de cauda no pescoço. Assim ainda volto lá mais? Quem se atrever a dizer que sim vai-se ver com a PGR. Ainda era só isso. Obrigado hahahah
David Capelenguela eleito secretário-geral da União dos Escritores Angolanos
Gociante Patissa (esq.), Fernando Noé e David Capelenguela |
Texto: Diário de Notícias, Portugal (com base no novo acordo ortográfico)
Segundo os resultados da votação, avançados hoje pela
imprensa angolana, David Capelenguela, pela lista B, foi eleito com 48 votos,
mais dois que o seu opositor, Cristóvão Neto, da lista A.
Citado na imprensa, o novo secretário-geral da UEA,
natural da província da Huíla, indicou que vai propor, em breve, a realização
de uma assembleia-geral extraordinária, com a finalidade de resolver alguns
problemas que afligem a associação, bem como proceder a revisão do estatuto
"para equacionar com a atual realidade do país".
David Capelenguela substitui o escritor Carmo Neto,
que se manteve na secretaria-geral da associação durante nove anos, o
correspondente a três mandatos.
A UEA tem parcerias com instituições do setor
nacionais e internacionais no âmbito das suas responsabilidades sociais, entre
os quais, o Acordo de Cooperação Cultural com a Academia Cabo-verdiana de
Letras, para um Programa Permanente e Difusão Literária, Artística e Cultural.
Fundada em 10 de dezembro de 1975, a UEA é a mais
antiga organização cultural da era pós-independência de Angola e foi proclamada
pelo primeiro Presidente da República, António Agostinho Neto, que foi o
primeiro líder da Mesa da Assembleia Geral.
Entre os membros fundadores figuram nomes como
Luandino Vieira, Arnaldo Santos, António Jacinto, António Cardoso, Jofre Rocha,
Fernando Costa Andrade "Ndunduma" e Aires de Almeida Santos.
A UEA ocupa, no contexto angolano, um estatuto
reconhecido de associação prestigiada e com um historial de estabilidade e democracia,
uma instituição de utilidade pública, com sede em Luanda, fazendo parte do
"mundo Digital", através de um portal na internet construído e
atualizado há nove anos.
A UEA comporta vários espaços divididos em Biblioteca,
um cibercafé com 16 postos, um setor editorial, um auditório para 150 pessoas,
uma sala VIP e ainda um salão nobre de trabalho dos seus filiados.
O escritor (jornal O País)
Natural da província da Huíla, David Capelenguela, é membro destacado da União dos Escritores Angolanos (UEA), e um dos escritores angolanos a viver fora dos grandes centros do país. É autor de várias obras poéticas, das quais, “Planta da sede”, 1989, “O enigma da Welwitschia”, 1997, “Rugir do crivo”, 1999, “Vozes ambíguas”, 2004, “Acordanua”, 2009. Participou nas Antologias poéticas da Brigada Jovem de Literatura Angolana da Huíla, em 2003 e no Namibe, em 2008, com os textos “O sabor pegadiço das impressões labiais” e “Dunas de Calahari”.