Tive hoje o grato prazer de me sentar numa sala para
aulas a convite do Clube de Imprensa de Benguela, para o seminário dirigido a
assessores de imprensa e profissionais de comunicação institucional. É a área
que há três anos decidi seguir, se mestrado houvesse por cá. Para este
seminário, cujo prelector é um perito que vem embaixada americana, Eduard
Cue, o convite que recebi contou com o determinante contributo de Mbangula
Katumwa.
Do ponto de vista anímico, o
seminário tem um valor superior aos três curtos dias que vai durar. Como um
filho pródigo, senti que a vida me estava a dar outra oportunidade de privar
com a classe. E para que não fique a impressão de estar a forçar uma espécie de
falsa qualidade, vale dizer que tenho sempre uma pequena dificuldade em
responder quando se quer saber a minha profissão, pior ainda por minha própria
culpa. Se profissão é ganha-pão, então trabalho no sector da aviação,
concretamente no serviço de terra. Agora, se profissão envolve paixão,
resiliência e aptidão/vocação mais experiência acumulada, então não tenho
outra: jornalista!
Quando decidi trocar a oportunidade de fazer carreira no
jornalismo, optando por outras formas de sobrevivência (2009), sabia que estava
a abrir mão do que sempre quis... fazer comunicação. Foi uma decisão difícil,
talvez a mais difícil de toda uma trajectória profissional. Nem sempre o
assertivo responde aos desejos da alma, como foi o caso de virar as costas à
oportunidade de, finalmente, sair do estatuto de freelance e pertencer a um
projecto radiofónico naquela altura promissor, com toda a possibilidade de
realização. Como se isso fosse pouco, o jornalismo (que para mim é uma forma de
estar todos os dias, todo o dia) tem um imediato sentido de exclusão: só é
jornalista quem está a exercer a profissão, no activo. E cá vamos,
inconformados, produzindo de maneira freelance para jornais e blogs. Obviamente
ansioso por mais uma aula. Sabe tão bem a "reintegração!"
PS: a foto documenta algum momento (2003-2010) que
realizei e conduzi um programa de mesa-redonda/debate através da Rádio Morena,
mais a edição de um boletim informativo pela AJS (Associação Juvenil para a
Solidariedade), ONG angolana que co-fundei em 1999.
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