Anteontem, a mãe de G. (fiquemos pela inicial) teve de ir à pediatria com irmã a mais nova, bebé de dois meses de vida. O pai estava a trabalhar no centro da cidade. Como tal, G., rapaz falador e muito detalhista aos seus três anos de idade, teve que ficar com outras crianças vizinhas, geralmente parentes, de tão alargado que é o parentesco africano na sanzala (subúrbio).
Às tantas, foi atropelado de motorizada por um morador do Bairro que, como mais tarde se soube, é conhecido desde a infância pela família materna do menino de G. Mas juro que naquele momento do acidente, era praticamente difícil para o motociclista reconhecer a criança, e daí estabelecer-se qualquer associação que fosse. Chamemos o atropelador de M. Pronto, ao ver a criança empoeirada e com algum sangue, M. pegou nela e acelerou forte para o Hospital da Catumbela, provavelmente localizaria a família mais tarde. Postos no Banco de Urgência, a catalogadora pergunta ao M: "Que aconteceu com a criança"? M. respondeu: "Estava a brincar com a minha filha e foi empurrado para a damba (precipício)". "Hummm!!!!!", resmungou G. quase choramingando, "você não me atropelou de mota?!". O sorriso das enfermeiras terá sido inevitável, melhor ainda porque nada de grave aconteceu a G., um raspão no braço apenas.
Na hora de balancear os actos humanos, M. foi elogiado pela familia de G. por tê-lo levado de imediato ao hospital, pois um irresponsável o abandonaria estatelado. De qualquer modo, foi uma lição de que mentir para crianças é feio. Já a mãe de G. foi fortemente recomendada a passar a deixar o menino em casa da avó deste, no caso a minha mãe.
Gociante Patissa
Bairro da Santa-Cruz, Lobito 28-30 Maio 2011
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Que bom que nada de grave aconteceu. Criança é assim mesmo, sempre correndo e aprontando alguma coisa. É muito perigoso acidente, principalmente em moto. Sempre machuca muito acidentes assim. adorei conhecer um pouco mais de seu blog. Voltarei mais vezes, e vou seguindo tambem . Um abraço!
Obrigado pela visita e por se interessar com o que fazemos aqui no Blog. É verdade, o sobrinho não teve grandes problemas, por sorte. Um abraço de Angola
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