A sociedade benguelense vê-se obrigada a retomar a reflexão sobre a eficácia dos métodos de disciplina no contexto escolar, concretamente na relação professor-aluno. O professor pode ou não bater na criança?
A polémica cresce de tom em função da reputação das partes. Num lado está o encarregado de educação Paulo Talaia, também árbitro da primeira divisão angolana de futebol "Girabola". Já noutro, relucta a professora Mariana Ricardo, de 52 anos de idade e três décadas de docência.
Na manhã de sexta-feira, dia 1 de Abril (dia das mentiras), menos de dez minutos após ter sido alertado ao telefone, o cidadão encontra a filha de 13 anos sendo fisicamente castigada pela professora, na Escola da Nossa Senhora da Conceição "Colégio das Madres". Não se contendo, teria também partido para a agressão física em defesa da filha. Instantes a seguir, as partes foram acudidas pela direcção escolar, mas a violência estava ainda longe de acabar. No mesmo dia, os filhos da professora espancaram o suposto agressor da mãe. A polícia foi chamada, no âmbito de brigada escolar, e tomou algumas medidas, que se vieram a revelar ineficazes, pois os filhos da professora visitaram o suposto agressor da mãe, no início da noite de ontem, causando-lhe ferimentos e lesões de ordem física. O que se segue é o jogo da sardinha, cada uma das partes puxando a brasa para a sua, com laivos de dramatismo e tentação de negar factos óbvios.
A professora diz que a menina, que não era daquela turma e sim irmã mais velha de uma das alunas, teria iniciado as agressões contra si, primeiro verbais e depois físicas, ao que terá apenas reagido e tentando disciplinar, com ligeiras bofetadas, algumas das quais na boca. O pai da menina, no entanto, diz que a visada foi àquela turma para solicitar à irmã mais nova o dinheiro necessário para uma consulta médica, uma vez que se vem queixando de dores tóraxicas. E jura que não agrediu a professora, tendo simplesmente removido a filha das garras da senhora enfurecida. "Eu até me mijei, não tenho vergonha de dizer isso", sublinha a professora para descrever o espacamento de que terá sido vítima, qualificando mesmo de força de leão.
O corpo de professores do Colégio das Madres não está a dar aulas hoje, em solidariedade à colega agredida, a quem reconhecem legitimidade do uso de castigo físico, quando a questão é disciplinar. Argumentam que a atitude do encarregado desmoraliza e desautoriza a classe.
A direcção da escola aponta como mais provável alternativa a transferência das crianças para outro estabelecimento escolar, dada a gravidade do assunto. Enquanto isso, Paulo Talaia teme pela sua vida, considerando as ameaças e aparente impunidade dos filhos da professora Mariana Ricardo.
Gociante Patissa, Benguela 5 Abril 2011
2 Deixe o seu comentário:
PROFESSORA k se preze, não agride ninguém muito menos seus alunos. As "3 décadas de docência", a esta altura deveriam ter dado a professora "crakeijo pedagójico" suficiente para lidar com alunos "mal comportados".
Se os "professores" angolanos pararem de usar "castigo físico" contra os alunos, ninguém perde "batalha" nenhuma. E ainda a sociedade sai a ganhar por transmitirem aos mais novos k "diferendos" ressolvem-se com diálogo.
Este Colégio das Madres já deixou muita gente com "amargos de boca" no passado. Até gindungo as madres obrigavam as crianças mastigar!!!!
Agora por k razão a Polícia teme os filhos da professora????
Obrigado, Cibernauta por partilhar. Bom fim de semana.
Enviar um comentário