A formação da Académica Lobito confirmou ontem, 27/11, a supremacia e o bom momento de forma que atravessa diante do Domant Futebol Clube de Bula Atumba, do Bengo. O empate alcançado no primeiro jogo da Liguilha, em Caxito, foi determinante para os anseios dos estudantes do Lobito, que no seu reduto e diante do seu público venceram com alguma naturalidade. Ganhou a Académica do Lobito, por 2-1, como podia ter ganho a formação do Bula Atumba. Sem qualquer demérito para a equipa orientada por Agostinho Tramagal, podemos afirmar que o factor casa pesou para o regresso da Académica ao Girabola, sobretudo na segunda metade do jogo, altura em que sofreu o golo de Domant FC, período em que a equipa abanou por completo. O pior não aconteceu para os lobitangas, que ao longo da semana se preparavam para comemorar a festa do regresso à fina-flor do futebol nacional, porque os atacantes adversários foram bastante perdulários. (In, Jornal dos Desportos)
O comentário:
"Esperemos que a Académica do Lobito não se torne num sobe e desce e se mantenha por muito mais tempo no Girabola." (ELCAlmeida, do Blog Pululu, escrito em 2008)
A opinião:
O clube lobitanga, que em 1999 teve a proeza de ficar pelo segundo lugar do "Gira", qualificando-se em consequência à liga dos Clubes Campeões em África, não tem parado de desiludir os seus adeptos - e sócios, provavelmente.1999 pode ser considerado mesmo o apogeu, embora efémero, já que foi goleado em casa, diante do Tout Puissant Mazembé, por qualquer coisa como 2-5.
As peripécias, cada vez mais sonantes neste século 21, têm sido apontadas em dois galhos: o da má gestão e a insuficiência de recursos. Embora não sejam de domínio público as receitas canalizadas pela petrolífera Esso, enquanto principal (única?) patrocinadora, afiguram-se poucas se comparadas com o "reinado" da Sonangol.
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Na verdade, há também observadores mais severos na análise, que julgam o caso da académica uma amostra representativa da pobreza do futebol angolano, com elevados custos administrativos e logísticos, no entanto com pouca qualidade em termos de jogadores. Ou seja, mais despesas que profissionalismo.
Do mesmo SOS alinha o Estrela Clube 1º de Maio de Benguela, com regresso já garantido ao Girabola. Rui Araújo, o "vitalício" vice-presidente, tem sido recorrente em incisivas críticas contra o alegado abandono a que o team da rua Domingos do Ó está votado, contrariamente ao que se passa com grandes clubes que, defende, vivem do erário público, através de patrocínios de empresas públicas.
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Naturalmente não se advoga a aniquilação da história, tradição ou glórias de cada clube. Até porque, como eu, muitos passaram boa parte da infância assistindo aos treinos e jogos desses, agora titubeantes, clubes, naquela época do provincial. O que se propõe é que invistam nas camadas de formação o máximo que for possível, funcionando o escalão de competição como selecção, tendo em conta o princípio de "custo e qualidade".
Gociante Patissa, do bairro da Santa-Cruz, Lobito, 28 Novembro 2010
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Estava lendo o blog de vc. Muito bom. belissimo. Estou lhe convidando a visitar o meu blog, e se possivel seguirmos juntos por eles. Estarei grato esperando por vc, lá
Abraços
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