Trânsito ajuda vendedora ambulante (zungueira)
Cidade de Benguela, 14/09/07: Um agente regulador de trânsito da polícia nacional destacado no cruzamento da Naipe, como é vulgarmente conhecido, tomou a liberdade de revolucionar um pouco a sua forma de actuar, no início da tarde desta quarta-feira: perante um trânsito incomodado pela lama da chuva da noite anterior, o agente abandonou a pinhanha e, num gesto ímpar, via-se, de vez em quando, o agente suspender a marcha das viaturas para permitir a travessia de vendedoras ambulantes, as quais acompanhava com a mão no ombro, num gesto típico de “irmão mais velho”.
Esse gesto pode, aparentemente, ser irrelevante para muito boa gente, menos para aqueles que acompanham com preocupação a dificuldade que os nossos vendedores ambulantes enfrentam no seu dia a dia, quanto mais não fosse pelo risco de atropelamento, sobretudo em áreas sem passadeira de peões como tal.
Numa sociedade como a angolana em que a relação entre vendedores ambulantes e agentes da ordem é conhecida principalmente por alguma violência e usurpação de haveres, é de todo justo merecedor de um grande elogio esse gesto. Portanto, muito obrigado, senhor agente, é essa a polícia que queremos!
PS: na ressaca das festividades da mulher africana. GP
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Oportuno reparo.
Oi, Canhanga, há três anos foste o primeiro a esta matéria... bom, como mau psicólogo, especulo que não sofreste grandes corrosões de valores... A sensibilidade está inabalável hehehe. Abraços e "tamo junto"
Amigo
Eu tambem gostava de ter essa polícia por cá... Gestos desses ...só dignificam e aumentam o respeito pelas autoridades!
Bj e uma semana perfeita.
Graça
Olá amigos!
Não sei se a comentador anterior (Graça Pereira) se refere a Portugal com o seu "por cá"... Mas não interessa. O que interessa é que agentes da autoridades com perfil humano são, infelizmente, coisa rara.
É por isso que, quando se encontra um, ficamos todos contentes!
Devo ser um sortudo pois já encontrei vários. Ajudando cegos, apoiando idosos e até, um grupo de crianças que, aproveitando esta época de férias, deambulavam pela baixa de Lisboa. Imaginem que o guarda resolveu fazer um passeio com eles, feito alto técnico de turismo, explicando à pequenada como nasceram aquelas ruas todas direitinhas depois do terramoto de 1755. E falou do Marquês de Pombal, do arquiteto Eugénio dos Santos, das técnicas usadas para os edifícios resistirem aos sismos... Eu, que assisti ao começo e que acabei seguindo o grupo, entusiasmado e verdadeiramente surpreendido, fiquei a pensar para os meus botões o que seria se todos os agentes tivessem comportamentos daqueles.
Não resisti. Quando os pequenos entraram numa estação do Metro, abordei o agente e agradeci, como cidadão, tudo quanto tinha presenciado. Recebi em troca um sorriso resgado e esta afirmação que, pela franqueza, merece ainda mais louvoures: Sabe? - disse o agente - Eu tirei um curso de guia turístico, mas eles não ligam nenhuma aos saberes, preferem as louras, mesmo que burrinhas! (Gargalhada - dos dois) Então acabei entrando para a PSP. Sempre que posso, aproveito para manter a prática da profissão. Pode ser que um dia me aceitem, nunca se sabe...
É espantoso como ser positivista engrandece a alma e ajuda a viver. Este homem tinha todas as razões para se sentir frustrado, zangado e azedo. Mas não! Resolveu estar de bem com ele e com os que o rodeiam. Magnífico!
Mais destes e o mundo era bem menos a selva que conhecemos!!!
Um abraço a todos os agentes humanos do mundo!
Olá, Graça Pereira, concordo que "Gestos desses ...só dignificam e aumentam o respeito pelas autoridades!"
Outro beijo daqui e êxitos!
Caro Armando Gaaça, de facto foi um dia memorável, o seu, ao testemunhar o agente da ordem servindo como guia turistico para (a já fertil memória das) crianças. "É espantoso como ser positivista engrandece a alma e ajuda a viver. Este homem tinha todas as razões para se sentir frustrado, zangado e azedo. Mas não! Resolveu estar de bem com ele e com os que o rodeiam. Magnífico!"
Um abraço daqui.
Primeiro, a intenção de cortar o trânsito para segurança dos peões, depois o trabalho de descer a peanha, já antecipando que a teria que subir novamente, por fim o gesto nobre de protecção de autoridade, esse agente de regulação do trânsito merecia um prémio.
Há quanto tempo não vejo essa imagem humana dos polícias a regular o trânsito, lá de cima da peanha, capacete e luvas brancas, sinalizando a todos os lados quem deve avançar e quem deve esperar!
Por cá, só luzes frias e comandadas por circuitos informáticos, indiferentes a quem necessita de mais tempo.
Oi, Agridoce, grato pelo contributo. Gostei de ver no seu Blog fotos de um monumento de Sines, localidade que se tornou especial para mim - por lá morar, uma amiga que muito admiro.
Um abraço
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