O sentido da palavra: contaram-me há já umas décadas o imbróglio de uma jovem rapariga com a família do marido. Acabava de nascer o terceiro rebento do casal, o que em número representava êxito na função pró-criativa, um dever cultural muito relevante para os africanos, pelo menos os de origem Bantu. A tristeza porém residia no capítulo "sexo". Ou seja, três partos, três meninas. E cada parente do marido que fosse saudar o recém-nascido não disfarçava o "azar": «Outra vez menina, ó cunhada?». E a noiva, que como várias outras "casou numa família" conservadora nestes aspectos, foi respondendo apenas com um «yá...». É provável que tenha surgido alguém com «parabéns!» sinceros, mas a maioria transparecia frustração, o que a dado momento se tornou insuportável E não tardou a resposta: «o esperma do tal pai só chegou mesmo para fabricar menina!!!»... E foi tomada por grande ofensa.
Ou como diria o poeta...
As margens
Do rio que tudo arrasta
se diz que é violento
Mas ninguém diz violentas
as margens que o comprimem.
BRECHTii (In http://www.uea-angola.org/artigo.cfm?ID=880)
Do rio que tudo arrasta
se diz que é violento
Mas ninguém diz violentas
as margens que o comprimem.
BRECHTii (In http://www.uea-angola.org/artigo.cfm?ID=880)
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