“A fulana queria [entenda-se devia] já pedir repouso.”
“Mas a barriga dela é assim grande porquê, parece é primeiro filho?”
“Aquilo é balão mágico!” (risos)
“Ó coisa, aquilo… Mas culpado é o marido dela.”
“É porque Deus opera milagre, um dia mesmo queria [entenda-se podia] nascer [entenda-se dar à luz] no serviço.”
“Essa coisa de escolher filho de papai e mamãe, ó coisa, eu não gosto. Homem tem que ser batalhador. Ou sai, ou quê, inventa qualquer coisa. Agora, que só fica em casa, eu não aturo.”
“Mas ele tem quantos anos?”
“28 anos, acho, o moço.”
“Será que é muito bonito? Assim não é escravizar a outra? Os bonitos é que têm essa mania. Uma gaja se mata a trabalhar sozinha, ele acorda bem tarde. Quer dizer, é escrava mesmo.”
“Eu então, o fulano também não trabalhava quando namorei com ele. Eu lhe disse assim: ó coiso, você já não trabalha, não me dás nada, ainda se comporta mais mal?! É mesmo pela tua beleza que vou sofrer? Lhe deixei mesmo assim nas calmas.”
“Mas o marido dela, isso mesmo assim é normal? 28 anos, só fica em casa?”
“O fulano ainda falou com ele que aí tem salo. O salário é vinte e cinco mil, mas tem “bizno” [business], a pessoa não volta p’ra casa de mãos a abanar. Ele já… nada!”
“Também homem assim, você vai-lhe dar mais segundo filho? Assim ela vai nascer, vão ficar mesmo só a se olhar?”
“Vais ir ver já quando o bebé nascer. Não há falar que Benguela é longe, vamos ir mesmo o grupo dos colegas para ver.”
Kero do Lobito, Santa Cruz, 22 Julho 2013
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