Prometi há coisa de 4 anos ao meu amigo Padre Samy de Jesus fornecer-lhe a versão digital de "A Revolução dos Bichos", o clássico de George Orwell, cuja estória ele só havia visto na versão vídeo em Espanhol. Não lhe consigo achar e-mail nem pelo mundo facebokista. Na esperança de que tarde ou cedo lhe chegará, e porque, como dizemos em Umbundu, "Pungunda wukwanjeke opo pekuto lyu kwavipepe" (o trambolhão de quem levava o saco de comida é a fartura do faminto), alimento outros famintos de leitura que se interessarem. Tambuli ovilamo! (cumprimentos!)
sábado, 31 de março de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
Chegado via e-mail: Manuel Rui convida para lançamento do seu mais recente romance TRAVESSIA POR IMAGEM
CONVITE
Manuel Rui tem a honra de convidar o
amigo(a) para o lançamento do seu mais recente romance TRAVESSIA POR IMAGEM, a
ter lugar no hall do Banco de Poupança e Crédito (BPC), sito no Largo Saidy
Mingas, à Marginal, Luanda, no próximo dia 30 de Março (6ªfeira) pelas 18h00.
Apresentação:
Profª Doutora Carmen Lúcia Tindó Secco
da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ)
PASSE A
PALAVRA!
Leve mais amigos consigo!
segunda-feira, 26 de março de 2012
sexta-feira, 23 de março de 2012
Conforme recebido por e-mail: CONVITE PARA O LANÇAMENTO DO JORNAL CULTURA (informação actualizada)
O escritor e jornalista, José Luis Mendonça (à direita na foto) dirige o projecto acabado de nascer. |
As Edições Novembro têm a honra de convidar Vossa excelência para participar no acto de lançamento público da sua mais recente publicação especializada em assuntos culturais, o jornal “Cultura”, jornal angolano de Artes e Letras, que terá lugar no próximo dia 5 de Abril, com início às 18 horas, na sede da UEA – União dos Escritores Angolanos.
Para além de representar um legado da geração dos intelectuais da década de 40, na linha da revista com o mesmo nome, “Cultura”, vem completar o ciclo de publicações generalistas que incluem já os diários “Jornal de Angola” e “Jornal dos Desportos” e o “Jornal de Economia e Finanças”, ao que se seguirá o jornal “Angola Rural”.
Esperamos poder contar com a vossa tão ilustre presença.
LUANDA, AOS 22 DE MARÇO DE 2012
José Luís Mendonça
Director do Jornal CULTURA
Director do Jornal CULTURA
terça-feira, 20 de março de 2012
Foi ontem dia do pai. Hoje me lembro de duas (entre várias outras) frustrações com que meu falecido pai se deparou: ele gostaria de ter um dos filhos seguindo a enfermagem. Por outro lado (bastante óbvio), muito gostaria que alguém lhe seguisse a militância política/partidária. Hoje digo que ainda bem que nenhum de nós acha graça alguma da segunda. Meu pai, mas "u watungula katyukile handi, nye mukwamenla ukwavo"?
domingo, 18 de março de 2012
Tive uma ideia. A decisão está tomada em consciência. A primeira casa que este pobre principiante de escritor construir terá que ser patrimônio dos livros, da leitura e da escrita, no bairro em que se localizar. Portanto, ela já existe. Refiro-me à do bairro 11 de Novembro, cidade de Benguela, ainda por concluir (em termos de pintura e leves retoques). Vai-me no fundo da alma que ela servirá melhor a sociedade como espaço de cultura. Poderá parecer loucura, mas foi com a mesma certeza de loucura que idealizei, quando tinha 21 anos, a ONG angolana AJS-Associação Juvenil para a Solidariedade, no Lobito. Vai levar seu tempo até se materializar o projecto, porquanto terá obviamente de existir alternativa (outra casa e alguma estabilidade econômica). Portanto, está lançada a semente...
sábado, 17 de março de 2012
sexta-feira, 16 de março de 2012
Parece que o teatro em Benguela vai ter lufada de ar fresco. O conhecidíssimo grupo Julu, de Luanda, vem abrir uma jornada que vai até ao fim do ano, com Steve Quina (Associação Provincial do Teatro) na coordenação. Meu amigo Martinho Bangula espera que "o público tenha uma atitude mais colaborativa", já que das receitas dependerá também a cobertura de despesas organizativas. Não podia estar mais certo. Entretanto, os grupos igualmente têm obrigações cruciais, no sentido de manter equilibrada a qualidade do produto oferecido. Eu vou este sábado assistir ao teatro, no Cine Monumental. Acho que o Julu é profissional, vale a pena.
quinta-feira, 15 de março de 2012
Poesia "feita" em Benguela está com novo livro. José Sende prepara lançamento de Rentes de Memórias
José Paulino
Chissende, que dá corpo ao poeta José Sende, nasceu na cidade do Lobito em 1966.
Licenciado em Psicologia pela então Universidade Agostinho Neto
(hoje Katyavala Bwila), é quadro do Ministério da Educação, dividindo o dia-a-dia
entre o edifício da Direcção Provincial e a sala de aulas como professor português,
em Benguela, também conhecida por Cidade das Acácias Rubras, onde reside.
A nota
do editor destaca que o autor “sai do silenciado brigadismo literário, um
movimento dos anos 1980”, através do qual participou com o poema Simplesmente o Céu na antologia Minha Terra, publicada em 1996 pelo
Secretariado Provincial da Brigada Jovem de Literatura.
Voltando
ao livro Rentes de Memórias, duas características
marcantes da contemporaneidade, nomeadamente a degradação de valores (materiais
ou humanos) e o seguidismo, são realçadas com simplicidade poética nos textos Rubras do passado (Pág. 20) e Jumentos (Pág. 30), onde o sujeito
poético, ao mesmo tempo que acusa, se demarca. Senão, vejamos:
Rubras do passado
Onde encontrar
a sede das acácias
onde recuperar
as raízes da saudade
que nome darei à cidade
sem as rubras do passado
espraia-se a morena
e adormeço.
Jumentos
Não irei ao teatro dos instrumentos
que semeiam incêndios
não sou um jumento
não dizimarei ventos
nem sombras recolhidas
ainda que atinjam os céus.
Com 37
páginas, Rentes de Memórias é o
quinto rebento da colecção Safra Nova,
projecto da privada Kat-editora, que na província de Benguela lança novos valores
ao mercado. A mesma colecção editou Consulado
do Vazio (Gociante Patissa 2008), Sexorcismo
- poesia para a purificação (Martinho Bangula 2008), Utopia das Marés (Isidro Sanene 2009) e GRAVIDEZ de um pôr-de-sol (J. Lara M.
Hotalala, 2011).
Gociante Patissa, Benguela 15 Março 2012
quarta-feira, 14 de março de 2012
Mais uma maka em Benguela, desta vez ecológica. Considerável quantidade de peixe sardinha apareceu morto à Praia Morena, um cenário que se estende do bairro da Goa ao Palácio do Governador, segundo noticiou hoje (14/03) a Rádio Benguela que ouviu o Director Provincial das Pescas, Carlos Martinó. Suspeita-se que tenha sido provocado por armadores que, ao perceberem que se tratava de peixe sardinha, entenderam rasgar as redes e abandonar à costa o pescado... por ser de baixo valor comercial
segunda-feira, 12 de março de 2012
Opinião: Na ressaca de “canto dos novos poetas e o parto difícil da nação” de Norberto Costa.
Publicado no Jornal de Angola e retomado por determinado blog, o texto de Norberto Costa sobre as últimas gerações literárias no contexto angolano, fornece importantes elementos contribuintes para a historiografia da literatura angolana dos últimos tempos. Ter-me-ia passado despercebido porém, uma apreciação crítica, contundente, afectando a mais recente geração, com que o Norberto finaliza o artigo, desencadeia a via pela qual o texto veio parar à minha mesa de trabalho. Olhemos o que diz:
“Nos últimos anos, a par da consolidação deste legado literário que já é secular, o valor acrescentado da actividade ficcional e poética dos novos autores, afirma-se, reafirma-se e firma-se no meio de um novo surto. Este de maus poetas. O défice que muitas dessas obras acusam em termos de qualidade, publicadas pelos mais novos dos anos 2000/2010, revela as limitações de vária ordem que os “novos aventureiros” da arte de escrever enfrentam, a par da falta de leitura aturada e o deficiente conhecimento da língua portuguesa. Ainda estamos longe de ver emergir uma nova geração de poetas de qualidade literária reconhecida como nos finais dos anos 80 e princípios dos 90.”.
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Maus poetas! Por pouco não daria então caso de polícia. Devo lembrar que o princípio de valoração de qualquer geração fundamenta-se à produção estética dos seus elementos. Esta valoração recai sobre a(s) obra(s) e não sobre o(s) seu(s) executor(es). É Ortega y Gasset quem nos transmite este princípio quando afirma «o mau em estética é a insuficiência». Pois, que se não há obras literárias, não há geração literária. Claro está que vemos deficiências de toda ordem que NC ressalta no domínio da leitura e da língua, mas isso também aconteceu com a geração precedente, até à selecção natural que o tempo impôs. Mas dizer que ainda estamos longe de ver emergir uma nova geração de qualidade reconhecida, é vago, gratuíto, meramente futurista. Luandino Vieira, um “velho” escritor à leme do barco das gerações, disse certa vez (não preciso dizer onde) “as gerações literárias respondem às perguntas do seu tempo” – citei de memória. Cabe-me aqui exprimir o que afirmei certa vez a um amigo: hoje os novos escritores, marcados pelos antecedentes (recentes) da própria historia literária, já nascem vigiados. Poderá não haver explosão, surto, ou coisa similar. Apenas escritores comprometidos com seus próprios sonhos e com suas inquietações, que passam pela realização estética.
Norberto Costa deve ter limitado suas leituras e estacionado nos anos 80-90. Ora, para partilhar meus considerandos vou lembrar a quem me ouve alguns (concordo que não muitos) novos escritores, surgidos na última década.
Norberto Costa deve ter limitado suas leituras e estacionado nos anos 80-90. Ora, para partilhar meus considerandos vou lembrar a quem me ouve alguns (concordo que não muitos) novos escritores, surgidos na última década.
Ondjaki: um ficcionista de franco gabarito. Escreve de modo simples mas com grande atitude literária, com uma qualidade que deslumbra. Positivamente é um escritor cuja obra pode ter sido influenciada, dentro de uma rica analogia, por Luandino Vieira e por Mia Couto. É por sua qualidades que é um escritor laureado aqui e fora. Um “raro” ficcionista... Quem dirá que não?
Abreu Paxe: revelado no concurso “prémio António Jacinto que venceu com o meteórico inconformismo de textos que me parecem ser poemas, o seu segundo livro intitula-se “O Vento Fede de Luz” que é com certeza uma coisa nova, viva e rutilante no poemário nacional. É lê-lo sem preconceito. Este professor de literatura que também se destaca como ensaísta, crítico e conferencista, interage com o rotulado neo-barroco (gosto pouco disso mas enfim...), com o centro enraizado no sudeste do Brasil, onde ele é todavia cartaz chamativo por razões estéticas. Dizem que está inovando... Bem, um “raro poeta.
Gociante Patissa: é lê-lo, é fascínio. Tudo é. Seus poemas são de grande nível estético. Maior ainda a ficção que leva seu primeiro livro de contos, com ele a pintar estórias com a tinta do surrealismo umas vezes e do fantástico outras. Concluo que bebeu do chá dos latinos americanos etc. etc.. O seu interesse por ideias, o seu autodidatismo, ajudaram-no a criar o blog Angola, Debates & Ideias que julgo ser um dos melhores blogs no contexto da CPLP, onde além de tudo emprega uma dinâmica estético-literária bastante criativa. É verdade.
Pombal Maria: o mais ousado experimentalista dessa geração. Apresenta uma cartilha multifacética, onde estaria evidenciada a Escola de São Paulo – lembram-se dos concretistas? – quer a “desenhar” poemas ou a escrevivê-los, o poeta é autêntico. Ele tem... Sim, teemm. Quem lhe deu? Ningi?
Nok Nogueira: prémio António Jacinto em 2004 (estou certo?), a sua poética é algo bem conseguida, todavia acredito que há-de evoluir mais ainda, conforme deixa perceber o texto. Não o ignorem.
Sónia Gomes: uma ficcionista em progressão, como aponta o seu último livro “A Filha do General”. É simples e metódica, sobretudo muito imaginativa.
Carlos Pedro (Poeta quê? Frustrado porquê?), David Capelenguela e Nguimba Ngola. Estão a suar, percebe-se. Vá logo alguém achá-los à partida de maus... Ninguém merece.
sexta-feira, 9 de março de 2012
sábado, 3 de março de 2012
Activistas propõem programa radiofónico sobre Sida
Benguela - Os activistas comunitários de organizações da sociedade civil querem criar um programa na Rádio Benguela para a sensibilização e educação permanente das comunidades locais, tendo em conta a prevenção contra o Vih/Sida.
O espaço, de acordo com o consultor do workshop sobre “Advocacia e prevenção contra Vih/Sida”, Gociante Patissa, que falava à Angop, seria gerido pela própria Rádio Benguela, que indicaria um jornalista formado para esse efeito, para uma abordagem mais rigorosa do tema.
Referiu que a nova programação da Rádio Benguela pode favorecer para que a proposta da sociedade para a criação de um espaço de antena seja bem recebida, ajudando a que o debate acerca do Vih seja mais concreto e contribua na diminuição da taxa de seroprevalência da Sida.
Considerou a informação veiculada pela rádio uma “arma potente” na luta contra a Sida, alertando sobre a importância de um programa radiofónico que garanta o êxito dos programas de prevenção contra a doença em Benguela.
Disse que os activistas aperfeiçoaram a estratégia adequada a realidade de Benguela, que passa pelo engajamento dos órgãos de Comunicação Social como parceiros ideais na promoção da luta contra a sida, em vez de serem apenas meios de divulgação.
“Com o fim da guerra no país, assistimos a uma redução gradual da presença de instituições internacionais que financiavam as organizações nacionais engajadas nesta luta”, admitiu, frisando que isso fez com que os espaços de antena para debate e mobilização da sociedade diminuíssem.
Segundo ele, por isto se defende que a abordagem sobre o Vih/Sida seja não somente na perspectiva do facto do dia, mas contínua, ficando a rádio com a responsabilidade de difundir massivamente a situação desse problema de saúde pública, conforme a vivência das comunidades.
Entende ser importante que as rádios estatais assumam cada vez mais o seu papel e tenham também em conta o combate a sida como uma causa relevante, daí que os activistas vão engajar as emissoras a aceitarem criar programas dedicados a abordagem do referido assunto.
Aludiu, no entanto, que os activistas organizados vão avançar com a proposta, contando com o apoio do Conselho Provincial da Juventude, do Programa de Luta contra a Sida e da Direcção da Comunicação Social em Benguela, para dar sustentabilidade ao projecto.