INTRODUÇÃO
O projecto nasceu duma solicitação do secretário-geral da União dos Escritores Angolanos (UEA), António Francisco Luís do Carmo Neto, para atender a um pacote do seu mandato relativo ao seu ambicioso programa de divulgação da literatura angolana a nível internacional. Portanto, convidou-nos a organizar uma Breve Antologia de contos angolanos com o objectivo de condensar em cadernos (colecção) textos literários em prosa, iniciando com um volume de textos de autores que se tenham revelado, ou publicado inicialmente, entre 1980 e 2010, e cujo teor expresse interesse, contexto, realidade, consciência colectiva, escolhas estéticas e temáticas de Angola e dos angolanos.
Iniciar um projecto de Organização de várias Antologias, segmentadas por aspectos meramente simbólicos, como os períodos da publicação das obras, que pudesse responder aos anseios dos leitores universais relativamente à literatura angolana, e neste caso do conto angolano, e cujos invariantes não marginalizassem os paradigmas também simbólicos do ser angolano não se afigura fácil. Nem abrangente. Portanto, pretende-se que este volume seja um ponto de partida, ou de recomeço. Num primeiro passo, gizamos sem régua e sem esquadro um tracejado denominado “Conversas de homens no conto angolano” (1980-2010), cuja colecção foi orientada para textos literários em prosa (contos) publicados no período entre 1980 e 2010.
Quando nos referimos à ausência de esquadro e de régua estamos a querer justificar o facto de termos ultrajado as balizas iniciais, que antes iam do período entre 1985 e 2010. Assim, pelo enorme acervo literário nacional, considerámos pertinente segmentar os textos em volumes e, neste primeiro, pretende-se incluir apenas os textos de autores que se tenham revelado, ou publicado inicialmente, entre 1985 e 2010. Os autores do período anterior podem ser incluídos num segundo e terceiro volumes.
Fomos então solicitando a prestimosa colaboração de autores que se tenham revelado no período predeterminado, não sendo objecto deste projecto a publicação de textos publicados fora das novas margens (1980-2010). Tanto para a uea como para nós, organizadores da Antologia, e provavelmente para os catorze contistas que acederam à nossa solicitação, a Breve Antologia será um instrumento valioso para o estudo do conto angolano através dos vinte e três títulos que compõem esta Breve Antologia, pois há um considerável vazio no que diz respeito ao estudo da literatura angolana nas instituições de ensino, dentro e fora de Angola, fundamentalmente aquelas cujo veículo de ensino é a língua portuguesa.
Dessa forma, e pela nossa expectativa, os autores incluídos nesta Breve Antologia poderão ver o seu nome nos projectos de estudo a nível das academias internacionalizando cada vez mais, o seu escrito e, duma forma geral, alargando o leque de autores angolanos estudados pelo mundo. E para aqueles autores já estudados nos referidos países, a inclusão da sua obra será sempre um pretexto para um maior enquadramento do seu texto numa colecção mais homogénea e contextualizada, o que permitirá a criação de analogias, paradigmas e relativismos importantes aos estudos literários.
Pelo rigor do tempo a nós disposto, também propusemos um período excessivamente curto aos autores que quisessem contribuir – E, é claro, a nós próprios –, que foi de Setembro a Novembro de 2010 – inicialmente até Outubro. Outra prova da vacuidade do esquadro e da régua está no incumprimento de alguns itens que exigimos dos contistas, como o de enviarem ou entregarem textos inéditos ou de se referirem aos dados da edição do conto (se publicado em livro, revista, jornal, data de publicação, nome ou título do órgão, página, etc.). Portanto, algumas dessas lacunas poderão ser observadas pelo leitor, pois a relevância maior do texto e o seu valor estético e contextual se sobrepuseram ao rigor exigido na altura em que decidimos gizar o tracejado duma Breve Antologia do conto angolano.
A escala dos contistas foi, propositadamente, disposta numa hierarquia que obedece à data dos seus nascimentos. Assim, iniciamos a Breve Antologia com os contos dos autores mais velhos e terminamos com os dos mais novos, criando uma espécie de pico que tem no cimo memórias mais distanciadas do presente e, na ponta final, um presente menos pretérito, mas cujo epicentro são os invariantes literários globais e locais que permitirão certamente ao leitor construir mentalmente uma Angola com trinta anos de idade através do princípio de representatividade marcado pela presença de elementos simbólicos que reflectem o meio cultural e psicológico do autor e da própria obra.
Esta é, portanto, uma Breve Antologia possível.
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Dizer que estou feliz com esta notícia é pouco, bem pouco :)
minha querida, sabes que te prezo bastante. bjs
Oi, Patissa.
Essa é uma boa notícia.
Que maravilha, amigo.
Bjos.
olha só que beleza.
bjsss
Oi, Lita, é realmente boa de modo geral, e claro, para a minha história com a literatura.um abraço amigo
Bia, gostei de facto do aspecto do livro. Sou suspeito e falar do conteúdo. Sei que haverá distribuição no Brasil"sob responsabilidade da UNEB". Estamos juntos!
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