O orvalho cai poalho
branqueia o teto dos edifícios
murcham as plantas do teu corpo
condutores sédulos na estrada do tempo
condutores sédulos na estrada do tempo
evitam morrer neste nada
suicidam-se pássaros no cume das capelas
como imortais de qualquer instante de cacimbo
como imortais de qualquer instante de cacimbo
e a gripe de kandengue é gota
que vagueia sem rumo nos palcos da infância
as mulheres se vestem para seduzir a estrada
no íngreme do escuro afoga fortes fadas
brasas em chamas que aquecem os seios
(pág. 15)
Ó chuva leva mensagens nas escadas de teus cabelos
Na gravidez do pôr-de-sol entregue somente
(pág. 16)
A ilusão do mar
Escorregou da mente
a tradição
adormeceu dos costumes
da consciência
a ilusão levou o mar
a tradição
adormeceu dos costumes
da consciência
a ilusão levou o mar
(pág. 23)
J. Lara M. Hotalala, In «GRAVIDEZ de um pôr-de-sol», KAT-editora, colecção Safra Nova, 1ª Edição, Benguela 2010
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