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A obra da casa própria, finalmente ganhando forma, apesar do muito que ainda falta, trouxe ao meu imediato vocabulário a figura do guarda. O primeiro, que andava a vender água à socapa à vizinhança, e sempre que possível cimento, acabou sendo dispensado. Já o segundo, que no início até mostrava claros sinais de lealdade e empenho, deu conta que o patrão assume e não grita quando algo some, vai daí que entendeu que não lhe ficava mal subtrair ferramentas e afins para a sua casa.
Por outra, nesta busca incessante pelo assento mais ajustado ao traseiro, fui ao Cyber do Akwá (não já o futebolista angolano, mas um vietnamita de pai e mãe) imprimir o curriculum vitae e duas dezenas de papéis entre certificados, declarações e cartas de recomendação. Na pressa de despachar pela DHL acabei esquecendo a pendrive de 4 Gigas, justo no computador da atendedora. Voltar lá no dia seguinte foi demasiado tarde para reavê-la. Simplesmente ninguém viu. "Se calhar um cliente levou", diziam.
E como a representatividade é sempre uma questão relativa, activa-se o cepticismo quanto à noção de coisa alheia. Quando o cabrito come radicalmente onde for amarrado, um guarda honesto é sempre novidade (também já não se fazem feiticeiros como antigamente...).
Gociante Patissa, Benguela 13 Fevereiro 2011
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O que era para ser regra, virou exceção...É o caso de dar os parabéns ao guarda Pedro João.Que bom que ainda existam pessoas honestas.
Ótima semana.
Grato, Parole, ótima semana para si igualmente.
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