Confesso desconhecer os estatutos do Clube de Imprensa de Benguela (CIB), o que, porém, não impede que um ou outro cidadão possa partilhar ilações a seu respeito.
Vêm estas linhas a propósito das iniciativas do CIB, desde que tomou posse o corpo directivo saído da assembleia de 2009, que tem à cabeça o jornalista (da Televisão Pública de Angola) Eugénio Ferreira.
Depois de há poucos meses promover o “café de ideias” com jornalistas em torno do combate à poliomielite, numa parceria com o Ministério da Saúde e a OMS, ontem foi a vez das artes plásticas. No salão da Rádio Benguela, fazedores de arte, jornalistas e estudantes reuniram-se em palestra, outra parceria do CIB, desta vez com o Núcleo de Jovens Pintores – vencedor do Prémio Nacional de Cultura e Artes da categoria, edição 2009.
Se é ou não o que os jornalistas esperam do seu clube de especialidade, ou da “rapaziada” a quem confiaram o seu comando, ninguém ainda veio a público manifestar. Indiscutível mesmo é a relevância de tais eventos, que acabam por reforçar a oferta no que toca a oportunidades de intercâmbio, por uma sociedade mais esclarecida e participativa.
É claro que o CIB não é uma instituição embrionária, mas seria claramente suicídio institucional – permitam-me os termos – dar continuidade ao legado da direcção cessante sem humildade. E é neste aspecto que a actual direcção tem revelado, a meu ver, a fórmula eficaz. A título de exemplo, para além da colaboração dos órgãos de comunicação social na divulgação dos eventos, a direcção reforça com telefonemas e mensagens de convite. E geralmente, seguem-se telefonemas e mensagens de agradecimento pela participação. Parece que preferem investir os parcos recursos na comunicação personalizada a servirem champanhe, café, chá ou bolinhos à plateia. Como, aliás, diz a sabedoria popular, “cada um estende as pernas na medida do lençol”.
Numa das crónicas deste Blog, escrevi há tempos o seguinte:
Na minha condição de mobilizador comunitário e activista cívico (há dez anos ligado à uma pequena ONG nacional), julgo que os movimentos juvenis devem ter, mesmo até pela sustentabilidade e/ou visibilidade, uma preocupação no sentido de criarem factos e acções. E ali, é preciso aguçar a visão para se continuar a ter acções regulares com ou sem (big) fundos. Às vezes, ignoramos o impacto que pequenas acções podem desabrochar até mesmo no âmago de quem já está connosco.
Gociante Patissa, Benguela 13 Agosto 2010
8 Deixe o seu comentário:
Olá Amigo Patissa,
ainda bem que utilizam os meios para o que deve ser...
Um beijo e bom fim de semana.
Mano,a vida?
tenho acompanhado as suas letras e não pude resister em elogia-lo e transmitir atravez deste meio.
Nesta juventude onde a "chupeta"a violencia sao as virtudes ler e ouvir juizo faz bem a alma.
coragem sem cessar
Acompanhei assim por alto o evento referenciado e que por sinal despertou o meu interesse já que sou artísta plástico,só não entendo por que não foi abragente aos artístas do Lobito...essas makas são antigas,vamos fazer mais como?Lobito completa 97 anos dentro de dias,no programa das festas consta uma exposição de artes onde foram convidados os artístas de Benguela!..dá para apreciar as diferenças de atitudes!Fuiiiiiiiii...um abç meu mano
Minha amiga Alma Inquieta, concordo cotgo. Embora tarde, aqui vão votos de bom fim de semana e óptimo começo de outra.
Meu caro Chipilica Eduardo, fico grato por esta confirmação de nos lermos. Também defendo que nós, jovens, devemos aproveitar positivamente as oportunidades que os kotas nos proporcionam de partilharmos nossas dúvidas e atenção... sempre saímos a ganhar, claro, com sentido de "filtro". Abraços
kota Tadeu Bastos "Watela", obrigado por partilhar suas impressões. Indentifi(co)quei-me como Lobitanga (mais directamente entre 1985-2008) e tb conheço esse "antagonismo", sendo que Benguela município/cidade parece sair em vantagem por ser a capital. Não acredito que tenha sido (só) isso a razão da crassa falha em deixar os artistas do Lobito de fora, até por ser uma iniciativa de gente de uma geração mais para cá. Mas não deixa de ser justo o desabafo. Farei tudo para visitar a exposição dos 97 anos da cidade do Lobito. Juntos!
Não sei das questões de seu pais, mas acredito que devemos ter muitas semelhanças enquanto parte do chamado"terceiro mundo" e da colonização portuguesa e por estarmos inseridos no mesmo mesmo momento histórico. Então vou vou me atrever a comentar que gostei do que escreveu e mesmo não sabendo das questões locais concordo que vale muito mais essa conduta de aproximação e valorização da participação das pessoas nesse nosso mundo massificado, que tende a indiscriminação das individualidades, que bolinhos e bebidinhas após os eventos.
Olá, Angela, também eu "acredito que devemos ter muitas semelhanças enquanto parte do chamado"terceiro mundo" e da colonização portuguesa e por estarmos inseridos no mesmo mesmo momento histórico".
Muito grato pela visita e comentário e aguardo por próximas visitas suas.
Enviar um comentário