Raiva, muita raiva, pelo corrupto e pelo ignorante. O cidadão é assaltado, a vizinhança prende o ladrão, dá-lhe umas bofetadas. Depois se lembra de não fazer justiça por mãos próprias, e informa a polícia. Esta leva o ladrão mais a botija de gás de cozinha como evidência. Na semana seguinte, o assaltado consulta a esquadra, onde há muito o ladrão foi solto - sabe-se lá como. Abandalhos e abandalhos para ter de volta a botija de gás... e já cansado, mesmo porque nestas idas e vindas acabou por levar com duas faltas do serviço, o assaltado decide tudo sozinho... paga 3 mil kwanzas que o polícia exige - porque há muitos processos acumulados e o dele está longe do despacho... Ou seja, uma multa por ter sido vítima de assalto, do qual ficou destruido o televisor. Para piorar, nada registado para formalizar o prcesso. O cidadão é primo meu, que vive no Lobito, órfão de pai e mãe, que trabalha duro para se estabelecer na vida, mais agora que acaba de nascer seu primeiro filho e prepara o necessário para juntar-se à companheira.
Um dia passou-me pela cabeça que "a cidadania é resultado de um exercício permanente de educação e comunicação". Hoje me pergunto: A quantas andamos? Haja contenção...
Gociante Patissa
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Raiva e impotência porque infelizmente não me parece que a situação vá mudar com a rapidez necessária. Dá vontade de dizer, "que raio de justiça, injusta"!
O sistema está de tal forma que se queremos apresentar uma queixa, temos que pagar primeiro e pode muito bem ser para nada. Já aconteceu comigo e acabamos por andar metidos em audiencias, a perder tempo e gastar dinheiro, apenas.
Beijos e boa semana.
Tens razão. Infelizmente é "defeito de fabric"o, custe o que me tiver de custar, bato o murro na mesa. Essa porcaria tem de acabar um dia!
Uma das questões mais (tristemente) pertinentes em Angola.
kandandu daqui*
Chegou o kandandu, kanu. Uma vergonha nacional, de facto.
Não é para consolar, não...
Mas aqui, em Portugal, passa-se exactamente o mesmo!
Ladrão na maior e cidadão na fossa...
Quando será que além da educação e da comunicação referidas pelo autor (e muito bem!), a ética se consegue impor à golpada e à inoperância?
Valeu, Gimnofriela, pelo contributo. São de facto pertinentes questões a que levanta. Um abraço
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