Outra vez o papel de Angola no centro das atenções. O recém-eleito presidente guineense, Malam Bacai Sanhá, escolheu Luanda para uma visita cuja finalidade é convidar pessoalmente o chefe de estado, Eduardo dos Santos, a presenciar a cerimónia de investidura, prevista para 07/08.
Tal iniciativa alimenta algum desagrado dos angolanos menos informados sobre o mundo mais distante, como se a violência e a brutalidade guineenses fossem contagiosas. E neste campo há que reconhecer que é de muito fresca memória a vergonhosa “maratona” de assassinatos (não esclarecidos), desde Nino Vieira, então presidente da república, Tagmé Na Waie, máxima patente do exército, e, já no início da campanha, dois candidatos às presidenciais, Baciro Dabó e Helder Proença.
A tensão entre militares e políticos, acrescida à aparente impunidade, fazem do país de Amílcar Cabral uma “bomba relógio” imprevisível. Não deixando de ser legítimo o pessimismo, e sem querer assumir o papel de analista político (primeiro, porque não fomos para tal formados, e segundo, porque não nos dá prazer nenhum!), vejamos uma coisa: não está em causa se é boa ou má a participação de Angola em quase tudo que é maka em África. É incontornável a influência e o poderio que o nosso país granjeia a nível do continente, com proeminência para os campos militar, económico e político. E no caso da Guiné, cujos laços de irmandade remontam aos tempos de luta anti-colonial contra o regime português, a “proximidade afectiva” (com os apoios que isso implica) é um tanto automática. Aliás, em política, os mais fracos e os mais fortes, permitam-no os termos, têm algo em comum: a procura do aliado conveniente.
É verdade, seria bom que os cidadãos de cada país fossem consultados em cada intervenção internacional (só?) que o governo, enquanto gestor do Estado, se quiser envolver. Aliás, a história já nos deu a ver vários exemplos de decisões que redundaram em erro, ou não fossem idealizadas por humanos. Mas como assim não é realista ser, há que dar a carta-branca para os “nossos dirigentes” actuarem até chegarem as eleições para o crivo do seu desempenho.
Ocorreu-me, esta semana, sondar a opinião de um intelectual guineense residente em Angola. A pergunta foi: eleições recentes na Guiné-Bissau. Que efeitos se esperam? A resposta não podia ser mais profunda: “Muitas eleições, pouca democracia. O que a gente quer é estabilidade”.
Tal iniciativa alimenta algum desagrado dos angolanos menos informados sobre o mundo mais distante, como se a violência e a brutalidade guineenses fossem contagiosas. E neste campo há que reconhecer que é de muito fresca memória a vergonhosa “maratona” de assassinatos (não esclarecidos), desde Nino Vieira, então presidente da república, Tagmé Na Waie, máxima patente do exército, e, já no início da campanha, dois candidatos às presidenciais, Baciro Dabó e Helder Proença.
A tensão entre militares e políticos, acrescida à aparente impunidade, fazem do país de Amílcar Cabral uma “bomba relógio” imprevisível. Não deixando de ser legítimo o pessimismo, e sem querer assumir o papel de analista político (primeiro, porque não fomos para tal formados, e segundo, porque não nos dá prazer nenhum!), vejamos uma coisa: não está em causa se é boa ou má a participação de Angola em quase tudo que é maka em África. É incontornável a influência e o poderio que o nosso país granjeia a nível do continente, com proeminência para os campos militar, económico e político. E no caso da Guiné, cujos laços de irmandade remontam aos tempos de luta anti-colonial contra o regime português, a “proximidade afectiva” (com os apoios que isso implica) é um tanto automática. Aliás, em política, os mais fracos e os mais fortes, permitam-no os termos, têm algo em comum: a procura do aliado conveniente.
É verdade, seria bom que os cidadãos de cada país fossem consultados em cada intervenção internacional (só?) que o governo, enquanto gestor do Estado, se quiser envolver. Aliás, a história já nos deu a ver vários exemplos de decisões que redundaram em erro, ou não fossem idealizadas por humanos. Mas como assim não é realista ser, há que dar a carta-branca para os “nossos dirigentes” actuarem até chegarem as eleições para o crivo do seu desempenho.
Ocorreu-me, esta semana, sondar a opinião de um intelectual guineense residente em Angola. A pergunta foi: eleições recentes na Guiné-Bissau. Que efeitos se esperam? A resposta não podia ser mais profunda: “Muitas eleições, pouca democracia. O que a gente quer é estabilidade”.
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Gociante Patissa, Lobito 4 Agosto 2009
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Eu sinceramente acho que a "agenda" quer política como social do "nosso" "Candidato Natural"é muito mal gerida, e não mudaria de opinião caso ele aceite e vá(esperança bem idosa)assistir a investidura do PR Sanhá. Se não se gasta logística para o "Candidato natural" CONHECER Angola,também não se deve gastar para se correr risco na Nação mais "inescrupulosa"( não é exactamente o termo k gostaria de usar) de Àfrica, apesar dos pesares!!!!
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