Quando anteontem o repórter da rádio Ecclesia pediu, com gravador ligado, a minha opinião sobre os critérios em que assentam a abertura e expansão da Rádio Mais, uma sensação estranha de súbito me envolveu.
Para lá da minha confessa ignorância sobre os meandros legais/reguladores do exercício da radiodifusão privada em Angola, não deixou de mexer com o meu lado afectivo notar que (a) me encontrava no espaço da Rádio Morena Comercial (onde me iniciei e sou realizador freelance de programa semanal de mesa redonda, “Viver para Vencer”, ao serviço da ONG AJS); (b) sendo entrevistado pelo Zé Manel (que foi em 2004 meu instrutor de “noticiarista, redactor e repórter” na obra da Rádio Ecclesia); (c) opinando sobre a Rádio Mais (que não hesitou em valorizar o meu potencial aquando dos testes de admissão, não chegando porém a integrar a equipa porque na hora de decidir inclinei-me pela preservação do vínculo num emprego que em nada me anima mas que está perto de ser função pública).
Por isso não será de estranhar a inveja positiva que vivo hoje, 20 de Agosto de 2009, desde que cedo sintonizei a emissão inaugural da Rádio Mais (96.3 FM), cujos integrantes conheço bem (o Rui Fernandes, o Salesiano, o Emerson, a Cristina, o Chandicua).
E o que surpreenderá, uns mais, outros menos, é a minha “aprovação” quanto à abertura da “Mais”, que até vai acabar com o espectro do “Morro”, implantada que está na Bela-Vista, Lobito, o bairro que me acolheu quando em 1985 cheguei do (mato) Monte-Belo.
Será contudo legítimo lembrar que muitos profissionais que por Benguela fazem jornalismo não têm mais do que os cursos intensivos que a APHA (Associação para a Promoção do Homem Angolano) andou a promover, sendo que no meu ciclo, em 2005, interveio o Instituto Camões, representado na altura pela professora Aida Baptista.
Daí que veja a Rádio Mais como uma oportunidade de formação na base do aprender-fazendo (on-job, sem preferirem), na medida em que muita juventude gostaria de trazer cá fora o potencial no campo do jornalismo. E não se pode negar que a inexistência de instituições vocacionadas para o efeito seja uma verdadeira barreira para o luzir de mais estrelas.
A minha luta pela afirmação no campo daquilo que me sinto com vocação (jornalismo e literatura) iniciou-se em 1996 enquanto frequentei o programa infantil “Comboio da amizade” da TPA Benguela. Cheguei a aparecer por três vezes, se tanto, como (aprendiz) repórter desportivo. O bicho reacende em 2003, altura em que estagio na RMC como moderador de fórum de opiniões na base de enigmas fictícios (casos difíceis). Mas como muitos jovens sem acesso à formação do ramo, não cheguei a brilhar nem a ficar. Desistir? Não! Sempre acreditei na possibilidade de fazer mais, se tivesse acompanhamento e oportunidade. E surge em 2004 a possibilidade de estagiar na obra da Rádio Ecclesia em Benguela, numa altura em que já realizava e moderava na RMC (com todos os defeitos de auto-didacta) o programa “Palmas da Paz”, iniciativa pioneira da AJS.
O auto-didactismo permitiu-me chegar a outras “aventuras”, como a fundação do Boletim informativo, Educativo e Cultural (A Voz do Olho), bem como a criação de Blogues, que servem como caderno de exercícios e uma forma cidadã e livre de contribuir para a comunicação. E claro, sempre valorizando o espírito de equipa e a descoberta de outros jovens sem formação de especialidade, mas com potencial.
Portanto, vejo a “Mais” como oportunidade de aprender-fazendo. Por exemplo, quem ouviu o noticiário de hoje, que teve obviamente tropeços, ficou impressionado pelo ritmo demonstrado, não digo já pelo sénior Rui, mas por aqueles jovens que o faziam na primeira oportunidade de trabalhar para uma rádio.
Só posso, enquanto apreciador da ascensão profissional na base da competência, desejar os maiores êxitos à Rádio Mais. Aproveitem a oportunidade de crescer técnica e profissionalmente.
Para lá da minha confessa ignorância sobre os meandros legais/reguladores do exercício da radiodifusão privada em Angola, não deixou de mexer com o meu lado afectivo notar que (a) me encontrava no espaço da Rádio Morena Comercial (onde me iniciei e sou realizador freelance de programa semanal de mesa redonda, “Viver para Vencer”, ao serviço da ONG AJS); (b) sendo entrevistado pelo Zé Manel (que foi em 2004 meu instrutor de “noticiarista, redactor e repórter” na obra da Rádio Ecclesia); (c) opinando sobre a Rádio Mais (que não hesitou em valorizar o meu potencial aquando dos testes de admissão, não chegando porém a integrar a equipa porque na hora de decidir inclinei-me pela preservação do vínculo num emprego que em nada me anima mas que está perto de ser função pública).
Por isso não será de estranhar a inveja positiva que vivo hoje, 20 de Agosto de 2009, desde que cedo sintonizei a emissão inaugural da Rádio Mais (96.3 FM), cujos integrantes conheço bem (o Rui Fernandes, o Salesiano, o Emerson, a Cristina, o Chandicua).
E o que surpreenderá, uns mais, outros menos, é a minha “aprovação” quanto à abertura da “Mais”, que até vai acabar com o espectro do “Morro”, implantada que está na Bela-Vista, Lobito, o bairro que me acolheu quando em 1985 cheguei do (mato) Monte-Belo.
Será contudo legítimo lembrar que muitos profissionais que por Benguela fazem jornalismo não têm mais do que os cursos intensivos que a APHA (Associação para a Promoção do Homem Angolano) andou a promover, sendo que no meu ciclo, em 2005, interveio o Instituto Camões, representado na altura pela professora Aida Baptista.
Daí que veja a Rádio Mais como uma oportunidade de formação na base do aprender-fazendo (on-job, sem preferirem), na medida em que muita juventude gostaria de trazer cá fora o potencial no campo do jornalismo. E não se pode negar que a inexistência de instituições vocacionadas para o efeito seja uma verdadeira barreira para o luzir de mais estrelas.
A minha luta pela afirmação no campo daquilo que me sinto com vocação (jornalismo e literatura) iniciou-se em 1996 enquanto frequentei o programa infantil “Comboio da amizade” da TPA Benguela. Cheguei a aparecer por três vezes, se tanto, como (aprendiz) repórter desportivo. O bicho reacende em 2003, altura em que estagio na RMC como moderador de fórum de opiniões na base de enigmas fictícios (casos difíceis). Mas como muitos jovens sem acesso à formação do ramo, não cheguei a brilhar nem a ficar. Desistir? Não! Sempre acreditei na possibilidade de fazer mais, se tivesse acompanhamento e oportunidade. E surge em 2004 a possibilidade de estagiar na obra da Rádio Ecclesia em Benguela, numa altura em que já realizava e moderava na RMC (com todos os defeitos de auto-didacta) o programa “Palmas da Paz”, iniciativa pioneira da AJS.
O auto-didactismo permitiu-me chegar a outras “aventuras”, como a fundação do Boletim informativo, Educativo e Cultural (A Voz do Olho), bem como a criação de Blogues, que servem como caderno de exercícios e uma forma cidadã e livre de contribuir para a comunicação. E claro, sempre valorizando o espírito de equipa e a descoberta de outros jovens sem formação de especialidade, mas com potencial.
Portanto, vejo a “Mais” como oportunidade de aprender-fazendo. Por exemplo, quem ouviu o noticiário de hoje, que teve obviamente tropeços, ficou impressionado pelo ritmo demonstrado, não digo já pelo sénior Rui, mas por aqueles jovens que o faziam na primeira oportunidade de trabalhar para uma rádio.
Só posso, enquanto apreciador da ascensão profissional na base da competência, desejar os maiores êxitos à Rádio Mais. Aproveitem a oportunidade de crescer técnica e profissionalmente.
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Gociante Patissa, Benguela 20 Agosto 2009
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Caro Patissa subscrevo tuas felicitações aos jovens que encontarm na Mais uma oportunidade de trazer se afirmarem/aprenderem e levar ao grande público outra forma de encarar a realidade.
Porém, tenho uma pequena pulga na orelha:
Por que razão outras Rádios são redondamente negadas enquanto a "Mais" se vai expandindo?
Boas!
Andas mesmo a fazer historia, e com arquivos ché ...
Abraços
Bangula
Gostava de te reencontrar, desde o comboio de amizade....
Estou satisfeita com as noticias....deixaste a tua pequena estrela brilhar, fosse em que diracção fosse!!!
Anaína Lourenço
nina.loren@live.com.pt
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