Alguém, por favor, me pode fornecer a fotografia do malogrado, que nem no site da TPA encontrei?
A morte desfere-nos mais um duro golpe na boca do estômago. Partiu ontem vítima de doença no Hospital Militar de Luanda, Nelson Pâncio. Natural do Moxico segundo a TPA, destacou-se na década de 80 enquanto "pedra" da Rádio Nacional de Angola e da Televisão Pública de Angola no Huambo. Licenciado em Comunicação Social na ex-União Soviética, de volta a Angola emprestou o rosto os programas televisivos " Ecos e Factos" e o " Telejornal".
«Nelson André, ou Nelson Pâncio, como queira», foi assim que se apresentou na única vez que o abordei. Foi a entrevistá-lo ao telefone no espaço "Viver para Vencer", através da Rádio Morena (Benguela) em 2007, sobre "o papel das figuras públicas no desenvolvimento da sociedade". Zila Calei foi quem facilitou tal participação. «Para além de jornalista, sou também músico», diria. Pena mesmo é não ter comigo por enquanto a cassete áudio para reproduzir as suas opiniões.
Encontrei no Club-K um comentário do internauta Chimuanga Jose, que atribui a Nelson Pâncio, ou Nelson André como queiram, a autoria da música "qualquer só, o mano é que sabe". Permitam-me reproduzir o trecho a despeito de ser relativamente extenso:
«Seras honrado genral Pancio: Ai mano Nelson, o teu nome ficará nos anais da Historia de Angola. Usaste a música como arma de combate. “ Qualquer só o mano é que sabe”, com esta música na década de 80 no Huambo despertaste a sensibilidade nacional, numa altura em que a maior parte dos lares vivia de couve com pirão, feito a lenha, porque as vezes nem gás havia. (pirão esse que era conseguido com o sacrifício e perdas de vidas humanas, devido as embocadas militares). As vias estavam fechadas, haviam emboscadas a caminho do Bailundo, Caconda, Calima , Longonjo, etc. Acordávamos cedo para ir a fila da carne e do peixe congelado que vinha de Benguela… Enfim….Eram tempos memoraveis . Muitas famílias começaram a deixar a “cidade de vida/morte”, fugindo para o litoral do pais ( luanda, benguela , Namibe) etc. A vida continuou …. Com a tua simplicidade, ternura, respeito e paciencia dizias: bons tempos virão…. A paz chegou e fugiste de mansinho… Aguentaste tanto embastes. O que te faltou agora irmão ? Choro a tua morte que nem uma criança , quando perde os pais…. Aí o nosso general do Huambo partiu sem dizer Adeus…. Mas serás honrado e glorificado para todo o sempre. Descansa em paz!»
«Seras honrado genral Pancio: Ai mano Nelson, o teu nome ficará nos anais da Historia de Angola. Usaste a música como arma de combate. “ Qualquer só o mano é que sabe”, com esta música na década de 80 no Huambo despertaste a sensibilidade nacional, numa altura em que a maior parte dos lares vivia de couve com pirão, feito a lenha, porque as vezes nem gás havia. (pirão esse que era conseguido com o sacrifício e perdas de vidas humanas, devido as embocadas militares). As vias estavam fechadas, haviam emboscadas a caminho do Bailundo, Caconda, Calima , Longonjo, etc. Acordávamos cedo para ir a fila da carne e do peixe congelado que vinha de Benguela… Enfim….Eram tempos memoraveis . Muitas famílias começaram a deixar a “cidade de vida/morte”, fugindo para o litoral do pais ( luanda, benguela , Namibe) etc. A vida continuou …. Com a tua simplicidade, ternura, respeito e paciencia dizias: bons tempos virão…. A paz chegou e fugiste de mansinho… Aguentaste tanto embastes. O que te faltou agora irmão ? Choro a tua morte que nem uma criança , quando perde os pais…. Aí o nosso general do Huambo partiu sem dizer Adeus…. Mas serás honrado e glorificado para todo o sempre. Descansa em paz!»
Angodebates
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A morte é assim, ingrata. Nunca avisa. Quando todos esperávamos que o Nelson invadisse a nossa casa dando mais notícias, eis que fomos surpreendidos com a má notícia da sua partida prematura.
Nelson, foste em carne. Mas ficaste em espírito, com as obras... Se morrer é descansar, então descanse em paz!
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