«Os munícipes benguelenses e amantes da literatura foram brindados recentemente com mais uma obra literária. Trata-se de "Consulado do Vazio", da autoria do escritor Gociante Patissa», destaca na sua secção de Cultura do Jornal Chelapress, edição nº 105,de 02/08. Por seu turno, O Jornal Angolense, num artigo assinado por João Marcos, destaca que a obra, que deixa antever uma carreira coroada de êxitos (sic), surge numa realidade (a de Benguela) de um grande vazio quanto à produção literária.
A cerimónia de apresentação foi animada por amigos da trova e da declamação da praça local e não só, cabendo a componente formal ao crítico literário e professor Universitário Francisco Soares (à esquerda), a quem o autor (ao centro) já solicitou a mesma abertura para futuros candidatos à publicação de obras.
A cerimónia de apresentação foi animada por amigos da trova e da declamação da praça local e não só, cabendo a componente formal ao crítico literário e professor Universitário Francisco Soares (à esquerda), a quem o autor (ao centro) já solicitou a mesma abertura para futuros candidatos à publicação de obras.
«Estamos ainda na ressaca do lançamento, naquela fase de pedir desculpas àqueles a quem não deu para mandar convites e receber desculpas dos que não puderam lá estar», esclareceu GP para de seguida afirmar que «esta obra não é apenas o livro de estreia. Está a ser também uma oportunidade de conhecer pessoas com as quais tenho estado a aprender bastante, destacando-se o professor Francisco Soares, docente universitário e crítico literário, que, mais do que crítico, tem sido uma espécie de padrinho, quer mostrando questões técnicas, quer portas. O mais recente encontro com o renomado autor, e também professor universitário, Abreu Paxe, contou com a sua ajuda».
Embora a componente financeira seja um claro handicap, a verdade é que agora os jovens ganham mais uma motivação. Em entrevista ao programa da Lena Sebastião, "Pista Livre", na Rádio Benguela, no sábado, 02/08, Gociante Patissa lamentou haver muita poesia a morrer nos cadernos do quarto, algo que poderá ter dias contados a julgar pelo facto ser contactado por várias pessoas com pretensões de escrever/publicar também. Vale aqui apontar o exemplo de Martinho Bangula, uma referência nas lides literária e radiofónica nestas paragens, que deu a conhecer, no programa “Hora Quente” da TPA-2, a intenção de lançar a sua obra já no próximo mês de Novembro, igualmente sob a chancela da Editora KAT-Empreendimentos e consultoria, LDA.
Questionado se podia a sociedade contar com a sua ajuda para o surgimento/lançamento de outros autores, GP disse ser, ele também, "vítima" da ausência de cursos de literatura, intensivos que fossem, de tal modo que a sua obra é fruto do que se sente, lê e quer aprender. Portanto, se na base disso for solicitado a prestar o seu humilde apoio, não poderá dizer não. Para mais, recitou:
Não se fez manhã ainda
Sou mais um
um mais apenas
entre milhares de anónimas penas
Sou mais um
um mais apenas
entre milhares de anónimas penas
Pinto nestas linhas de poema desarmado
um marco do respeito pelas ideias
que morreram no peito
sem terem subido à boca ou descido às mãos
ou beijado montras
um marco do respeito pelas ideias
que morreram no peito
sem terem subido à boca ou descido às mãos
ou beijado montras
Àqueles cuja imaginação e sonhos
se tornaram predilectos rivais
empresto uma certeza
com o calibre das outras e algo mais
não se fez manhã ainda
e não há obstáculo crucial
quando vai o coração aos pedais
se tornaram predilectos rivais
empresto uma certeza
com o calibre das outras e algo mais
não se fez manhã ainda
e não há obstáculo crucial
quando vai o coração aos pedais
“Consulado do Vazio" sai com a chancela do KAT-Consultoria e empreendimentos LDA (representada na cerimónia por Cristóvão Kajibanga, à direita na foto), e traz à capa a gravura "De pernas cruzadas", do artista plástico Délio Batista. De 51 páginas, o poemário é uma colecção de textos escritos ao longo de 12 anos, tendo o mais recente surgido em Abril de 2008. Subdivide-se em três capítulos e retrata respectivamente o "Quotidiano, Cidadania e Esperança", "A Natureza e a Voz das Paisagens", sendo que o último, "Amores e Desamores", inclui um poema em língua (materna do autor) Umbundu. Impresso na Gráfica Aguedense, com uma tiragem de 1500 exemplares encontra-se à venda pelas principais livrarias e tabacarias das cidades do Lobito e Benguela ao preço de Kz 650,00.
O primeiro poema do punho do autor surgiu em Fevereiro de 1996, na ocasião, visando participar das gravações do programa infantil "Comboio da Amizade" da Delegação Provincial da Televisão Pública de Angola (TPA) em Benguela.
Angodebates
Angodebates
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Quem venham outros consulados e muito bem coroados.
Bem haja!
Valeu esse "toque no ombro" companheiro! êxitos para vocês e principalmente "A-Rir"
Gostei de ver o meu ex colega Kazimbanga na foto...belos tempos da ADRA. Boa sorte
Boa iniciativa que muito nos honra!!!
Caríssimo,
venho felicitá-lo pelo livro ' Consulado do vazio' que já me chegou às mãos!
Iniciativas como esta, terão que se multiplicar, é preciso ver surgir talentos, na juventude de Angola. O progresso também passa por aí, ou por outra, passa necessariamente por aí, pela elevação da literatura, da poesia, de todas as artes, todas as formas de expressão de um povo.
O meu agradecimento pela s/ visita
ao meu blogue.
um abraço rubro, porque rubras são as acácias da nossa cidade,
mariagomes
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