segunda-feira, 3 de junho de 2024

É, no entanto, no contexto das instituições que se coloca a ausência de modelos e incentivos de multiplicação das línguas nativas e transfronteiriças, seja por termos um país com uma extensa malha etnolinguística, seja porque nos acomodamos no idioma oficial, de união e de contacto com o mundo, o português.

 (...)"E não terminarei sem lamentar uma actuação que nos parece assíncrona entre as diversas entidades que superintendem a Educação, a Cultura, o Território e a Investigação, na expectativa de colhermos melhores avanços. Dou como exemplo a questão da toponímia e a corruptela de referentes africanos, bem como a estagnação do projecto de harmonização da norma de grafia das línguas Bantu.

Apesar de promissor, o certo é que do projecto (Diário da República, 1987) pouco se sabe. Há poucos anos obtive com certa dificuldade junto do Instituto de Línguas Nacionais, um exemplar com a Resolução do Conselho de Ministros n.o 3/87, que aprova a título experimental os Alfabetos das Línguas Kikongo, Kumbundu, Cokwe, Umbundu, Mbunda e Oxikwanyama. Vou citar aqui e agora três parágrafos que traduzem a ideia do quão avançados íamos nesta matéria:
* Considerando que as Línguas Nacionais, suporte e veículo das heranças culturais, exigem um tratamento privilegiado, pois que constituem um dos fundamentos importantes da identidade cultural do Povo Angolano;
* Tornando-se necessário dar continuidade ao estudo científico das Línguas Nacionais, base para o seu desenvolvimento e garantia para a sua preservação e promoção;
*Considerando que os alfabetos propostos pelo instituto de Línguas Nacionais, resultantes de investigações efectuadas sobre os sistemas fonológicos das respectivas Línguas, assentando essencialmente sobre a equivalência: um símbolo gráfico para cada fonema, correspondem mais fielmente às realidades fonológicas das mesmas;" (...)





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