Em pouco menos de dez horas de estadia em Benguela, o choque é inevitável dado o desleixo individual e colectivo flagrante na via pública. Praticamente ninguém (mais) usa máscara, já nem falarei da ausência de frasquinhos de álcool ou solução em gel, da saudação aos punhos e cotovelos recomendados. Bombas de combustível, farmácia, supermercado, via pública, tudo igual ao litro.
Não sei o que é pior, se as incertezas crónicas ligadas às políticas mundiais de resposta à Covid ou se os cidadãos corajosos que dispensam a prevenção, marimbando-se para a regras de contenção da propagação da pandemia, seja pela narrativa negacionista, seja pelo discurso triunfalista de ter já tomado as doses completas da vacina.
Eu cá faço parte dos que escolheram ficar do lado da prudência, na consciência de se tratar de uma "bolha" como opção - e disso não há que ter vergonha - no sentido de contribuir até onde me for possível fazer a diferença. Do lado oposto há os corajosos, os decididos, que dispensam o uso de máscaras ou distanciamento, pena é que estes corajosos também não se limitam ao restrito espaço dos seus lares. Só que estes corajosos acabam expondo os demais cidadãos, o que acaba por ser no final das contas uma liberdade em contramão, uma imposição da insensatez.
Estamos fartos desse já velho novo normal? Estamos, sim. Mas neglienciar nem por isso compensa. Inicia amanhã um novo ciclo de regressão, para não dizer endurecimento, no plano legal, das medidas de prevenção da Covid-19, na esteira do Decreto anunciado esta noite, no dia em que as estatísticas superaram os quatro dígitos, mais de mil e 100 casos.
À parte os profissionais de saúde e defesa, que têm de enfrentar na primeira linha o mal, bravo mesmo seriam aqueles que duvidam da existência da doença, se recusam a usar a formas de prevenção e como tal... não saem de suas moradias, não expõem ninguém ao risco de contágio. Aí, sim, a cara lavada faria sentido!
Votos de festas felizes e cuidemo-nos!
(Imagem ilustrativa do site Luxemburger Wort)
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Boas festas.
Saúde.
Obrigado, caro Manuel Luís.
Boas festas e um ano generoso para todos e todas.
Um abraço
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