Esta réplica que data de 1998 ilustra o texto que pode ser considerado o primeiro da caminhada do benguelense Gociante Patissa, recitado em Abril de 1996 no Comboio da Amizade, programa infanto-juvenil da Televisão Pública de Angola (TPA) Benguela, ao qual é dedicado. O convite para frequentar as gravações do programa no recinto do Museu de Arqueologia, na altura sob realização de Ladislau Fortunato, dava sequência a um encontro fortuito ocorrido em Julho de 1995 na Vila da Catumbela, na qualidade de aluno do terceiro nível da Escola dos Bambus, 16 anos, tendo sido cooptado depois para guia da equipa de reportagem e para uma entrevista e um concurso de quem comia o gelado mais rápido, o qual como bom pobre materialmente falando venci, não fosse o luxo cair em mãos alheias. E na primeira vez que lá estive e sondando o puro ambiente, concluí que um poemazinho seria bem acolhido, e foi. Levei a amiga e colega Mariana Pascoal Manuel "Yana", filha dos profs Henrique e Victória. As nossas condições só davam para fazer de comboio a ligação Lobito-Benguela. Destacavam-se na equipa de apresentadores do Comboio da Amizade os irmãos Cabral (Márcio e Izenaida), a Anaína Lourenço (mais tarde minha protectora), a Yola Poças, a Arminda, a Núria Pinto, a Rossana Victor. Seguiu-se depois uma arrojada contribuição minha como comediante, poeta e repórter desportivo estagiário (actuei, se bem me lembro, uma vez a entrevistar meninas do andebol do Electro, ao tempo da Alzira Tavares "Zizi", e outra com os putos do karaté do Estrela Clube Primeiro de Maio. A nossa desgraça na altura era cruzar com o escritor Raúl David, que consumia praticamente o espaço de antena tão ansiado pela turma, afinal só se tinha 28 minutos para todas as rubricas. O Tony Kangandjo, ajudante de pedreiro da Tecno-Hossi, era quem me emprestava os ténis para fazer bonito, logo eu o filho de um membro do governo (administrador comunal da Kalahanga) porque não tinha mesmo calçado, exceptuando um par de ténis alvo de bullying, de sola furada e com os dedos beijando o chão. Nessa altura frequentava já o primeiro ano do Puniv no Lobito, sendo que em 1997 desisti de tudo, da TPA e da escola, para frequentar o curso de pedreiro no IED, que pagava de subsídio 25 USD, o que cobriria a título de exemplo o salário de dois professores. A ligação ao jornalismo ou o bicho da comunicação social nunca morreu, tampouco o da literatura, pois com o João Filipe Paulo, filho da tia São Kalukembe, também do subúrbio do Lobito, bairro Santa Cruz, escrevíamos casos difíceis ao estilo brasileiro "Você Decide para o espaço conduzido por Kieza Silvestre na Rádio Lobito, o que viríamos a cancelar a partir do momento em que continuaram a ler os nossos casos ficcionais mas sem mencionar os autores. Nessa altura era colega de escola do Eduardo Chingole, estagiário de locutor infanto-juvenil da Rádio Lobito, com quem trocava noções. Essa façanha ocorreu entre 1995-1997. De sorte que mais uma vez reafirmo, não há separação entre literatura e jornalismo/comunicação no cidadão Daniel Gociante Patissa. Ainda era só isso. Obrigado.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
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