sábado, 20 de março de 2010

Fumo sem fogo?... "Benguela: Ano lectivo paralisado se Reitor não se demitir"

Escaldaram-se os ânimos na única universidade pública da província de Benguela, menos de 24 horas após o término da visita de trabalho de 48 horas do secretário de Estado para o Ensino Superior, Adão do Nascimento.

Para os docentes e não docentes, a visita não acrescentou qualquer dado a tudo que já era sabido no capítulo das divergências, mas “serviu para provar as íntimas relações de amizade e familiaridade entre o secretário de Estado e o reitor”.

Musculadamente presentes em frente à reitoria da Universidade Katyavala Bwila, os descontentes aproveitaram a abertura do ano académico na faculdade de direito para, de forma ordeira, desdobrar-se em entrevistas a explicar as razões pelas quais se recusam a continuar a trabalhar com o sociólogo Paulo de Carvalho (na foto).

O docente José Januário assevera que o problema está no carácter do reitor. Segundo ele, podem ser usados discursos bonitos, mas a realidade está contra o projecto traçado pelo governo central para o ensino superior público no país se não forem acauteladas soluções imediatas. Nos próximos dias, refere, pode haver novas formas de luta que poderão passar pela paralisação das aulas se nada acontecer.

Na mesma linha de pensamento está o também professor universitário Avelino Henriques que não esconde alguma admiração pelo trabalho que o sociólogo tem realizado em prol das causas sociais do país. Igualmente aponta como problema, o carácter da pessoa e acredita que a instabilidade será ultrapassada com a remodelação urgente da liderança do corpo reitoral.

Para o mestre, há contradições nas declarações do sociólogo difíceis de entender. Questiona a propalada intenção em abrir o ensino superior público aos mais desfavorecidos, quando na realidade decide pelo aumento do preço dos emolumentos. “Só para citar, a inscrição para os trabalhos de fim de curso era dois mil kwanzas e subiu para quatro mil e as propinas do curso nocturno estavam em 10.800 e passou para 12 mil kwanzas.

É assim que quer defender os pobres?” Avelino Henriques diz não entender como é possível que cinco meses após ter chegado a Benguela, o reitor insiste em dizer que ainda não começou a trabalhar, se garantiu ter trazido na bagagem muito trabalho. Discorda do reitor quando este afirma ter encontrado em Benguela muitos fofoqueiros e garantir disponibilidade para combatê-los, quando alguns dos documentos que exara são com base no “ouvi dizer”, “chegou ao meu conhecimento”.

Avelino Henriques termina dizendo que isso “também é fofoca”. Na condição de licenciado, Inácio Marcelino, membro da equipa de investigação científica, explica que o clima interno tem sabor a limão.

Sobre a visita de Adão de Almeida é peremptório em afirmar que resultou num fiasco, quando era aguardado com alguma expectativa. “Se quiserem sustento o que digo, basta olharem para os cinco pontos que trazia de Luanda, como forma de amenizar o diferendo” e que resultam num proteccionismo sem precedentes ao actual reitor.

“Somos oriundos da Universidade Agostinho Neto, então porquê a revanche?, questiona. Inácio Marcelino pergunta como é possível que estando ainda numa fase em que Paulo de Carvalho dizia estar em diagnóstico, não terminado, já dizia haver baixa qualidade de ensino e que Benguela era terra das facilidades.

“Meus senhores, isso é um descrédito total ao trabalho feito ao longo dos anos e a todos nós formados nesta província”. Helena Damião, funcionária não docente, explica que desde a sua chegada a Benguela em Outubro, Paulo de Carvalho não tem consentido descanso a ninguém.

Argumenta que o seu consulado está a ser marcado pela falta de diálogo, não se coibindo de recorrer a faltas de respeito para impor os seus pontos de vista. Para ela, é importante que o secretário de estado que constatou in loco o real quadro, não minimize o que viu e ouviu.

19 Mar 2010 Fonte:Novo Jornal/Angonoticias
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2 Deixe o seu comentário:

Cibernauta disse...

Será mesmo verdade k os benguelenses não kerem k se lhes corte as "magonhas", e "maus-hábitos"???? Pork não se fazer melhor kdo se pode???

Pompilho Nobre disse...

(1)Savimbi tev ideia brilhant. Tbm matou muitos seus colaboradores, humilhou, enfim, sempre argumentando falta de colaboração, dsciplina, lealdade... ou seja, "o monstro é sempre o outro". (2) Isaac dos Anjos é bom intelectual. Também ele dirigiu, diz-se, as demolições de milhares de casas esta semana no Lubango, como governador. Argumento: os huilanos não respeitam a lei, meteram-se em construções anárquicas. (3) Faz sentido q 1 xefe de família seja desempregado só prq não proferiu a deferência "magnífico senhor reitor"? Chamar de doutor apenas é insubordinação? Faz sentido q finalistas (da estrutua) do ISCED não defendam tese licenciatura no anfiteatro habitual (com as condiçoes proprias)só porq fica no prédio q agora é reitoria, quando ha menos de 6 meses era um só corpo, tanto assim q o reitor é um só? Boas ideias e projectos não dão resultados automáticos, se o cabeça age como adolescente apaixonado pelo título e vontade de ser venerado...

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