As imagens são desoladoras, os relatos um pouco piores. Centenas de angolanos viram-se forçados a abandonarem a vizinha República Democrática do Congo (RDC). Multiplicam-se denúncias de maus-tratos nessa expulsão compulsiva que não poupou estudantes nem os residentes em situação legal. Em causa, a “operação repatriamento” das autoridades migratórias angolanas, que visa expulsar estrangeiros ilegais, maioritariamente ligados ao garimpo de diamantes.
O quadro piorou uma vez que terminou ontem (06/10) o ultimato das autoridades da RDC, que tem o aval da Assembleia Nacional. Vários retornados ouvidos pela rádio nacional angolana referiram que foram expulsos sem terem a oportunidade de retirarem das residências os seus bens. Houve quem falasse em queima de haveres, incluindo viaturas, para além da perda de emprego.
Está em curso a máquina da diplomacia de ambas as partes, sem no entanto estar à vista uma data para a normalização da situação. O ministro da Reinserção Social, João Baptista Kussumua, entrevistado pela TPA, avançou que, numa primeira fase, os regressados estão a ser acondicionados em tendas na província do Zaire, para posterior identificação de seus familiares e zonas de origem. No entanto, pior ainda pode acontecer, a fazer fé nas palavras do jornalista Nicola Vadjon, ligado ao governo congolês, que, ouvido pela TPA ao telefone, falou de um plano de "expulsão massiva".
Há pouco menos de uma semana, as autoridades do Congo Brazavile tomaram a iniciativa unilateral de encerrar a fronteira que liga a província de Cabinda com a região de Ponta-Negra. Como resultado, vários angolanos ficaram retidos do outro lado, chegando-se inclusive a mobilizar a intervenção da Cruz Vermelha para assisti-los com mantimentos. Felizmente a situação já está ultrapassada.
Note-se que os dois Congos se queixam de humilhação, uma vez que, sustentam, não foram informados pelas autoridades angolanas em relação a expulsão dos seus concidadãos, não obstante as relações de irmandade existentes.
Gociante Patissa, 7 Outubro 09
O quadro piorou uma vez que terminou ontem (06/10) o ultimato das autoridades da RDC, que tem o aval da Assembleia Nacional. Vários retornados ouvidos pela rádio nacional angolana referiram que foram expulsos sem terem a oportunidade de retirarem das residências os seus bens. Houve quem falasse em queima de haveres, incluindo viaturas, para além da perda de emprego.
Está em curso a máquina da diplomacia de ambas as partes, sem no entanto estar à vista uma data para a normalização da situação. O ministro da Reinserção Social, João Baptista Kussumua, entrevistado pela TPA, avançou que, numa primeira fase, os regressados estão a ser acondicionados em tendas na província do Zaire, para posterior identificação de seus familiares e zonas de origem. No entanto, pior ainda pode acontecer, a fazer fé nas palavras do jornalista Nicola Vadjon, ligado ao governo congolês, que, ouvido pela TPA ao telefone, falou de um plano de "expulsão massiva".
Há pouco menos de uma semana, as autoridades do Congo Brazavile tomaram a iniciativa unilateral de encerrar a fronteira que liga a província de Cabinda com a região de Ponta-Negra. Como resultado, vários angolanos ficaram retidos do outro lado, chegando-se inclusive a mobilizar a intervenção da Cruz Vermelha para assisti-los com mantimentos. Felizmente a situação já está ultrapassada.
Note-se que os dois Congos se queixam de humilhação, uma vez que, sustentam, não foram informados pelas autoridades angolanas em relação a expulsão dos seus concidadãos, não obstante as relações de irmandade existentes.
Gociante Patissa, 7 Outubro 09
7 Deixe o seu comentário:
Olá Patissa!
Estou chocada com o teu relato e com as imagens que nos mostras.
Realmente o ser humano não aprende com o passado!
Expulsar as pessoas sem lhes dar a oportunidade de retirarem das residências os seus bens. Queimar os haveres e viaturas! Mas, é possível chamar de ser humano a alguém que humilha o seu semelhante desta maneira???
Sabes o que te digo!?
Como dizes no teu poema...,
"há pessoas que não são gente!"
Se o pior ainda está para vir...,
envergonhem-se senhores governantes do Congo!
Nota: a responsabilidade do comentário é exclusivamente minha
(Amélia Costa)
Um beijo!
As informações que recebemos são mui preocupantes e podem mesmo, se não forem bem geridas, criar outro sressentimentos. Devido aos laços culturais, históricos e até consaguineos, somos obrigados a viver juntos (ou pelo menos em paz).
Vamos receber os nossos concidadãos e procurar resolver a questão com bastante ponderação e sabedoria.
Ao trunguguismo dos congos respondamos com diplomacia...
À Alma Inquieta, e para que lhe ajude a sentir-se à vontade com o desabafo que depositou, subscrevo o que disse- claro, se me permite.
Ao Canhanga, mano, concordo consigo. Há que evitar agora aguçar o bico de vítimas, já que "dois bicudos não se beijam". Como dizes, "Devido aos laços culturais, históricos e até consaguineos, somos obrigados a viver juntos (ou pelo menos em paz)".
No entanto não deixa de ser verdade a máxima Umbundu: "pana olonjamba viyaka, owangu owo wutala ohali" = lá onde os elefantes lutam, é o capim que sofre (de tanto peso e pancada)
Abraços e estamos Juntos!
Claro que permito Amigo Patissa...!
Só quero isentar-te de problemas por expor a minha revolta pelo comportamento de alguém que...
deveria ser exemplo de cidadania...,
em vez de actos tão desumanos!
Um beijo.
Amélia Costa
Destaque do Telejornal da TPA hoje: governo da RDC ordena suspensão da expulsão de cidadãos angolanos após recepção de uma carta do presidente angolano, José Eduardo dos Santos
Olá Amigo Patissa!
Fico contente que a RDC tenha ordenado a suspensão da expulsão de cidadãos angolanos!
Espero que esteja a ser posta em prática!
Um beijo!
Amélia Costa
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