Pela terceira vez nos últimos dois anos, o Hospital Central de Benguela, que funciona em instalações provisórias, está no centro da polémica pela misteriosa troca de bebés, desta vez envolvendo a pediatria.
Ontem, por volta as 10h da manhã, o casal Wilson Menezes e Cristina Filipe foi informado pelos enfermeiros que acabava de falecer o seu bebé, do sexo masculino, que dera entrada na sala de reanimação da pediatria três dias após o nascimento ocorrido em casa.
O casal recolheu o corpo, enquanto se accionava a máquina para a realização do óbito. Mas a meio da tarde, já no ritual de preparar o corpo, dão conta que o cadáver era do sexo feminino. Logo, algo estava errado.
Enquanto isso, e muito alheia ao pesadelo da família Wilson e Cristina, estava a esposa do cidadão José Marcolino “Cabidela”, aguardando, esperançosa, pela melhoria da sua menina de uma semana de vida, também na inacessível sala de reanimação. Mas ao ouvir que uma família acabava de regressar ao hospital com um cadáver levado erradamente, a esposa de Marcolino vai espreitar e vê o insólito: o corpo era da sua recém-nascida que era suposto estar a receber tratamentos, segundo garantia dos enfermeiros em serviço. No entanto, a cidadã Cristina não tem dúvidas do quanto é mãe do bebé em vida, não obstante o nome na pulseira de parturiente coincidir com o do cadáver em causa. Só para lá das 17h se desfez a trapalhada.
Cresce a indignação da sociedade benguelense, que aguarda com impaciência e cepticismo que as autoridades esclareçam mais este caso, quando ainda sangram as feridas de outra família que há dois meses viu desaparecer na Maternidade do Hospital Central o seu recém-nascido. Curiosamente, as famílias visadas têm algo em comum. São de baixa renda, incapazes de custear um advogado, isto, numa realidade em que é quase nula a prática do patrocínio judiciário.
O recém-empossado Director Provincial da Saúde, Valentino Caliengue, garantiu a instauração para breve de um inquérito a fim de se apurar as irregularidades.
Por seu turno, o Representante do Sindicato dos Enfermeiros, Miguel Mbolela, atribui à fadiga a causa da negligência, já que, segundo disse, apenas três enfermeiros se encontravam de piquete para mais de 52 pacientes. Diz ser um caso do Governo, e não mais dos enfermeiros, uma vez que nestas instalações provisórias não há condições de trabalho ideais nem espaço.
Tudo indica ter caído no esquecimento o primeiro caso de troca de bebés, ocorrido em 2007, em que uma família chegou erradamente a realizar o funeral de bebé alheio. Não se tem conhecimento de alguma conclusão do assunto, provavelmente ninguém foi responsabilizado.
Quantas mulheres mais continuarão a chorar pelo extravio de crianças, como se já fossem poucas as dores de parto?
Gociante Patissa, cidade de Benguela
Ontem, por volta as 10h da manhã, o casal Wilson Menezes e Cristina Filipe foi informado pelos enfermeiros que acabava de falecer o seu bebé, do sexo masculino, que dera entrada na sala de reanimação da pediatria três dias após o nascimento ocorrido em casa.
O casal recolheu o corpo, enquanto se accionava a máquina para a realização do óbito. Mas a meio da tarde, já no ritual de preparar o corpo, dão conta que o cadáver era do sexo feminino. Logo, algo estava errado.
Enquanto isso, e muito alheia ao pesadelo da família Wilson e Cristina, estava a esposa do cidadão José Marcolino “Cabidela”, aguardando, esperançosa, pela melhoria da sua menina de uma semana de vida, também na inacessível sala de reanimação. Mas ao ouvir que uma família acabava de regressar ao hospital com um cadáver levado erradamente, a esposa de Marcolino vai espreitar e vê o insólito: o corpo era da sua recém-nascida que era suposto estar a receber tratamentos, segundo garantia dos enfermeiros em serviço. No entanto, a cidadã Cristina não tem dúvidas do quanto é mãe do bebé em vida, não obstante o nome na pulseira de parturiente coincidir com o do cadáver em causa. Só para lá das 17h se desfez a trapalhada.
Cresce a indignação da sociedade benguelense, que aguarda com impaciência e cepticismo que as autoridades esclareçam mais este caso, quando ainda sangram as feridas de outra família que há dois meses viu desaparecer na Maternidade do Hospital Central o seu recém-nascido. Curiosamente, as famílias visadas têm algo em comum. São de baixa renda, incapazes de custear um advogado, isto, numa realidade em que é quase nula a prática do patrocínio judiciário.
O recém-empossado Director Provincial da Saúde, Valentino Caliengue, garantiu a instauração para breve de um inquérito a fim de se apurar as irregularidades.
Por seu turno, o Representante do Sindicato dos Enfermeiros, Miguel Mbolela, atribui à fadiga a causa da negligência, já que, segundo disse, apenas três enfermeiros se encontravam de piquete para mais de 52 pacientes. Diz ser um caso do Governo, e não mais dos enfermeiros, uma vez que nestas instalações provisórias não há condições de trabalho ideais nem espaço.
Tudo indica ter caído no esquecimento o primeiro caso de troca de bebés, ocorrido em 2007, em que uma família chegou erradamente a realizar o funeral de bebé alheio. Não se tem conhecimento de alguma conclusão do assunto, provavelmente ninguém foi responsabilizado.
Quantas mulheres mais continuarão a chorar pelo extravio de crianças, como se já fossem poucas as dores de parto?
Gociante Patissa, cidade de Benguela
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Há que se bater estrondosamente no tampo da mesa e pôr essa gente na cadeia, já!
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