quarta-feira, 17 de junho de 2009

Olusapo: "Ukuenje umue wasandele ukema"(*)

Kuakala ukuenje umue waenda lokusakalala, cokuti lotulo kakuatele. Waenda lokulipulapula ukuenje wu ndeti. “Cilingila nye okuti, ame ndicimumba cocimatamata, letosi lyukema sikuete?! Cilingila nye okuti layumue ño, vimbo, ofetika ombangulo yokuti yinditukula ame?”
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Ukuenje wiya ocisokolola sui… okuiya wakuata ocisimilo cimue “culoño”. Wavanjiliya okuti, catete komunu oyongola ukema, okukuliha pi pakasi omuenyo womanu vimbo. Etambululo lieli oukuti: povava! Omo okuti, ndaño muele cina oholua, alopo yinyua ovava.
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Cina muele okuti kakuacile ciwa, ukuenje walimba vonjila yokocisimo (ale onjombo). Eci apititala vali kasumile: ofetika okunia. Nie muele pomela wocisimo, eye osia po oluhaku waye. Olondona eci vyakapitila lomele oco vitape ovava, vasaña elundu lieniña. Opo muele okuimba oluiya.
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Ukuenje kefetikilo wasanjukile, puãi, oku ceya okupitila, ema liolio ho. La sekulu yimbo, soma haeye tio yayi, wovanjele ovitangi. Nda tulinga tuti soma ociliangu, yu wanyola ocimumba caye? Cilingila nye okuti ukulu wendamba okulonga ovimumba kacitela?!
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Ondaka yokupatekela yeyi okuti, vokusanda ukema ciyongola okuenda ciwa – katukasandi omangu lamania – momo ukema kuli vo uvi.
(*)
Olusapo woponjango kimbo lietu
Gociante Patissa
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Angola Debates e Ideias- G. Patissa disse...

Tradução do Conto:

"Certo jovem procurava fama"

Havia um jovem que andava bastante aflito, que resultava em insónia mesmo. Não parava de se questionar. “Como é que eu, sobrinho de entidade, não tenho um pingo de fama sequer?! Como é que, na aldeia, nunca sou objecto de conversa?”

Pôs-se então o jovem a matutar… até que teve uma “sábia” descoberta. Notou que, o básico para quem procura fama, urgia determinar onde reside a “vida colectiva”. A resposta foi: na água! Porque até o mais incorrigível dos bêbados bebe água.

Foi pela madrugada em direcção ao poço. E sabia bem o que fazer assim que chegasse. Tanto o sabia como o fez: defecou ali mesmo. Certificando-se de ter cágado o suficiente para chamar atenção, cuidou de deixar ali a sua alparcata. Algum tempo depois, foram chegando, uma atrás da outra, as donas de casa, na tradicional missão de acarretar água. A palavra espalhou-se à velocidade de cruzeiro.

Satisfeito da vida estava o jovem, que se (ou)via na boca do povo pela primeira vez na vida. Mas pouco durou a alegria, porque se começou a questionar até que ponto o regedor não seria bruxo e passado o mal para o sobrinho. De outro modo saberia impor autoridade de encarregado em relação ao sobrinho.

Moral da estória: na procura da fama alguma moderação é necessária – é preciso não procurar a cadeira com o cú – pois nem toda fama é positiva.

Contos contados nas fogueiras da Nossa Terra

Gociante Patissa

Anónimo disse...

Patissa
Muito ...muito bom mesmo!! Meu livro está em processo de revisão. Posso contar com sua prestimosa ajuda para revisar as poucas frases/palavras em umbundo?
Bjs
Dulce

Angola Debates e Ideias- G. Patissa disse...

Claro, Dulce, porém com uma condição: desde que entenda que não será revisão de um tradutor profissional e, ainda por cima, tratando-se de uma lingua com duas grafias - A CATÓLICA (onde se escrve por exemplo otchina = coisa) e a EVANGELICA (ou Bantu, onde escrevemos ocina, para pronunciar "otchina"= coisa). Eu uso a segunda, não apenas por nascer evangélico, mas também por ser estudante de linguistica. Abraços!

Soberano Kanyanga disse...

Patissa,
Quero provocar-te para lançarmos nos nossos bogues um debate/informativo sobre a grafia das línguas bantu. Por sermos das mesmas escolas ( Evangélica e ISCED) temos nos pautado pelo uso das recomendações do CICIBA. Noto (e penso que tu tb) muito texto "mal escrtito" por causa de outras convenções gráficas, já por ti enunciadas.

Que tal irmos apelando, comparando, sei lá...?
Se calhar nos reodapés dos nossos textos irmos explicando a grafia e prosódia correcta?

É que podemos não ser os autores da mais elaborada obra, mas alguém tem de a começar...
Quer achas?

Anónimo disse...

Obrigada não só pela colaboração, como pelos esclarecimentos. Colocarei essas observações no livro, onde evidentemente será citado com os devidos agradecimentos. Assim de uma forma bem rudimentar estarei desde já contribuindo para essa interessantissima proposta feita por Mesu Ma Jikuka.
Patissa, breve te mandarei um email com as frases e palavras.
Bjs
Dulce

Anónimo disse...

Então esta bela fábula foi escrita em banto? rs
Adorei a história e acho que representa muito bem o momento que vivemos aqui no Brasil. A busca desenfreada e sem pudores fela fama.
Acho que nós, consumidores da mídia sensacionalista que temos, somos os grandes culpados. Mas isso é uma discussão muito longa..

beijo rouge

Dani

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