Numa visita, na manhã de hoje, ao balcão do banco BAI, verificamos duas filas compostas por aproximadamente 20 pessoas cada, somente do sexo masculino. Entre a impaciência e o atender de um ou outro telefonema, era visivel o entusiasmo pela obtenção do bilhete do CAN, mais especificamente das partidas a serem acolhidas pelo estádio nacional da Ombaka.
Rondando pelos principais restaurantes, era visível a presença de "caras estranhas à cidade", desde o turista nacional ao das mais diversas nacionalidades. Com toda a margem de erro que incorremos com tal associação, teimamos em atribuir tal fenómeno à vespera da Taça Africana das Nações, Orange Angola 2010.
Ao contrário de edições que já lá vão, é visivel o cepticismo quanto a resultados de relevo da parte da selecção angolana de futebol, os nossos Palancas Negras, soando nalguns casos como uma espécie de perdão antecipado para eventual safra magra dos comandados por Manuel José. De qualquer modo, julgamos, se os angolanos se destacarem por um milagre, não serão provavelmente os primeiros na história do futebol, ou não seria curriqueira a máxima de que o desporto é uma caixinha de surpresas.
Seja qual for o resultado que se obtiver nas quadras de jogo, os ganhos de Angola (como um todo) começam mesmo pela iniciativa de organizar o CAN, entre várias outras coisas. Dialéctica como é a vida, não faltam vozes críticas, algumas das quais defendendo que dava um grande jeito no reforço de infraestruturas do sector da edução o equivalente ao montante investido na construção dos quatro estádios.
Por alguma ironia que escapa à compreensão (ou se calhar até não), justamente quando o país estiver a fervilhar, à velocidade do desenrolar do CAN, estarei a congelar, inalando bafos de um inverno, algures por este mundo. Quisera eu carregar o calor desta minha África, tanto nas palavras como nos poros.
Um abraço daqui perto!
Gociante Patissa, Benguela, 5 de Janeiro 2009
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