segunda-feira, 30 de abril de 2018

Brevemente nas bancas | LIVRO DE CONTOS «O HOMEM QUE PLANTAVA AVES» SERÁ EDITADO EM ANGOLA | Escritor Gociante Patissa e a Editora rubricam contrato em Maio

O serviço de apoio a Sua Ex.ª Eu torna público que, em princípio, estão reunidas as condições para, finalmente, colocar ao alcance do público leitor a edição angolana do livro de contos «O Homem que Plantava Aves», colectânea do escritor Gociante Patissa. A etapa mais avançada dos contactos deu-se na tarde de hoje (30/04), tendo ficado acordada a assinatura do contrato de edição para o início da segunda quinzena de Maio, durante as festividades da cidade de Benguela, altura em que chega o gestor de uma das editoras baseadas em Luanda.

A obra de ficção comporta 14 contos e uma fábula, da qual fazem parte alguns textos dispersos em antologias. O conto que dá título ao livro, «O Homem Que Plantava Aves», fez parte da antologia «Angola 40 Anos, 40 Contos, 40 Autores», publicada pela angolana Mayamba Editora, em 2015, para saudar o quadragésimo aniversário da independência nacional.

Trata-se de ficção com esparsas referências autobiográficas do autor e do espaço de língua e cultura Umbundu, o que implica atravessar uma vez a outra temas complexos, como as memórias do tempo de guerra civil ou as sequelas do pós-conflito, não fugindo o devaneio literário ao papel de confrontar a humanidade com as suas contradições.

Até ao momento, o livro foi apenas lançado no mercado brasileiro, onde tem merecido resenhas bastante favoráveis de diversos blogues e nas redes sociais, a par da imprensa convencional. Saiu no ano de 2017 sob chancela da Editora Penalux, com sede em São Paulo, que o "encomendou" durante a presença há dois anos do autor na Feira do Livro de Frankfurt, na república da Alemanha, a convite do Goethe-Institut.

Para o autor de «Consulado do Vazio», «A Última Ouvinte», «Não Tem Pernas o Tempo», «Fátussengóla, O Homem do Rádio Que Espalhava Dúvidas» e «O Apito que Não se Ouviu», a aposta no livro «O Homem Que Plantava Aves» por editora angolana, cuja marca será divulgada no momento oportuno, representa um motivo de alento. Tratava-se, pois, de uma situação intrigante que uma obra de angolano, sobre Angola, fosse bem acolhida no Brasil e não circulasse cá, no chão que deu motivo à imaginação.
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Sobre os interesses

JLo que estás lá em cima
Lourencificado seja o teu nome
No executivo como no M
Venha a nós a tua coerência
Agora às portas do pleno
Enterrado o machado da bicefalia

Aceita as dores do povo
como este a tua cara
Vaidade oca, ostentação é passado
Para esquecer, bem esquecido
Não te pedimos lagostas no prato
Nem privados jactos
Relevado estás da Califórnia devida
O povo já só roga
Ao preço de cada voto
Por uma Benguela, Benguela de princípios
Sobre os interesses

JLo que estás lá em cima,
Que não seja mais marginal o povo
ao semear sonhos habitacionais em terreno virgem
do que o governante que o legaliza em seu nome
em pleno exercício de funções
abusando dos buldózeres da municipalidade
a mesma que se demite
quando é o povão a queixar primeiro
há que alfabetizar o chicote do polícia
Não mais edifícios escolares
residências do ex-delegado do sector

JLo, acolhe as nossas preces
Miséria fecunda bairros emergentes
Simbolismo é só escudo
“Agostinho Neto, Viva a Paz, 4 de Abril, 11 de Novembro”
E aí o camartelo temido
Onde a montanha já tem dono
Que mal sabe tingir com a própria terra o calcanhar
E o povo começa a crer que a lei é bandidagem
em polida e ardilosa linguagem
e que há o país deles o dos demais

Em nome da pátria una
Dos filhos e da nação em construção
Por uma Benguela, Benguela de princípios
Sobre os interesses
É o que te pedimos, JLo
Como um dia nos pediste nas urnas.

www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa, Benguela | 30.04.2018
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sábado, 28 de abril de 2018

Debate | Os prós e os contras da presença de entidades religiosas seniores na administração pública

O debate tarda a surgir mas o que não se pode ignorar é que em certos círculos já se começam a questionar aspectos de natureza ética no campo da empregabilidade de dirigentes religiosos/cristãos seniores (padres, pastores, evangelistas) nas estruturas de subordinação política (governos, ministérios, comissões eleitorais, direcções escolares e afins).

1. Você é a favor ou contra?

1.1. Se for contra, qual é a diferença entre ver o pastor ou padre ou evangelista com cargo no governo e ver estas mesmas entidades em actividades como a docência, direcção de escolas públicas e/ou enfermagem?

1.2. Se for a favor, qual é a fronteira entre o interesse da igreja que representa e a salvaguarda da lisura no exercício da governação? Ou até que ponto um governante tomaria uma medida desfavorável à visão cristã do seu assessor que é padre ou pastor ou evangelista?

2. Sendo o estado laico, fica bem a autoridade deste mesmo estado ser representada por entidades conotadas com as suas igrejas, causando assim ciúmes às demais denominações que se vêem longe do campo magnético dos privilégios perante o bem comum?

2.1. Se sim, como medir a transparência e que instrumentos funcionais existem para o efeito?

2.2. Se não, como fica o direito constitucionalmente consagrado ao cidadão de concorrer para posições mediante aptidão? Neste caso não estaríamos perante um quadro de exclusão/discriminação ao demandar que os líderes religiosos não trabalhem nas estruturas do estado (representado pelo governo), de modo a não serem executores de medidas de natureza política?
Ainda era só esse o tema. Obrigado | www.angodebates.blogspot.com
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quinta-feira, 26 de abril de 2018

Debate | Uma opinião pessoal engaja a instituição de que um determinado interlocutor é membro?

No telejornal da TPA desta noite, ficou-me a pulga atrás da orelha. No impasse sobre  a preparação das autarquias, que opõe o governo e a oposição, concretamente no tocante ao gradualismo territorial, a pivot Ana Lemos anunciou que o Observatório Político e Social de Angola (OPSA) é favorável ao gradualismo. Quem aparece na peça é o economista e actor social Sérgio Calundungo, membro da agremiação. Acontece que ao longo do registo, Calundungo realça por mais de uma vez ser favorável ao gradualismo nas autarquias mas que se trata de "uma opinião muito pessoal". Ora, esse Lead da notícia, subordinado à narração da repórter, será ético, considerando que o interlocutor deixou claro que emitiu "uma opinião muito pessoal"? Se o apoio ao gradualismo das autarquias fosse realmente posição expressa e consensual dentro do OPSA, haveria necessidade de o seu membro insistir em entrevista televisiva em como se tratava de "uma opinião muito pessoal"? A dúvida para os gurus do jornalismo é: a) Quando se acerta uma entrevista com um interlocutor na qualidade membro de uma determinada instituição, mas que ao longo de conversa este diz ser opinião pessoal, não se deveria imediatamente suspender o vínculo ou o engajamento institucional do espírito da conversa? Vamos ao debate.
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Utilidade pública | Dicas banais a candidatos e aos testes/casting de locução em qualquer rádio

Gociante Patissa, foto do ano de 2004
1. A experiência diz que embora seja um teste para locutores, a cultura geral é sempre um valor acrescido. Pesquise um pouco sobre a Estação que está a recrutar, quando foi fundada, qual a sua missão, o nome oficial da rua em que está localizada. Ouça também noticiários para dominar alguns assuntos correntes da política, desporto, sociedade e economia. Não menos importante, leia um pouco sobre a estrutura da notícia, o que é um "Lead", assim como saber a diferença entre um facto e uma opinião. Ah, a língua portuguesa é ferramenta de trabalho, pelo que ter bases minimamente sólidas pode ajudar. Por exemplo, uma das regras é "não adjectivar". Já agora, você sabe o que é "adjectivar?" Sabe o que é a concordância em número e género? Conhece a diferença entre "mais" e "mas"? Uma das características da profissão é a curiosidade, no sentido de proactividade na pesquisa.

2. Quando lhe derem o texto para ler, peça pelo menos um ou dois minutos antes de iniciar a leitura, de modo a criar vivência com o conteúdo. Para além de evitar tropeços e dizer o que não está escrito, reforça a ideia de que o candidato tem noção da responsabilidade de informar. O texto radiofónico é específico e diferente do de um jornal ou revista. Se tiver um lápis, pode sempre ajustar a pontuação, de modo a lhe ajudar a respirar.

3. Não entre a competir. Isso parece contraditório de dizer, em se tratando de casting para recrutar poucos entre muitos. O problema do espírito/atitude de competição é que pode resvalar para o excesso de vaidade e distrai o candidato ou a candidata do essencial. Deixe o show para os comediantes. Procure estar sereno, concentrado. Acredite no seu potencial e procure dominar o nervosismo. Se notar que afina na voz mais do que os jornalistas/locutores que conduzem o casting, é sinal de que algo vai mal. Ser o mais natural possível pode ajudar imenso.

4. Evite confundir microfone com gelado. A tendência é encostar muito ao micro, o que distorce o som. A regra tradicional é posicionar-se a um palmo de distância. Se já tiver hábitos de leitura e se sentir confiante, de vez em quando levante os olhos para a vidraça a fim de manter o contacto visual com o operador de som, que fica do outro lado do aquário. No dia-a-dia vai ser útil para a empatia necessária no trabalho de equipa.

5. O truque da saudação. Quando o nervosismo é grande, a par do truque de respirar fundo umas cinco ou mais vezes, eu costumo improvisar uma saudação. Trata-se de transgredir, claro, já que tal saudação não está no texto, mas ninguém lhe vai prejudicar por isso. Depois do Bom dia, ou Boa tarde, ou Boa noite, o melhor é pausa de vírgula, não de ponto continuação, para não prejudicar o ritmo. Exemplo: "Boa tarde, há um médico para cada quatro mil doentes em Angola."

6. Chineses não fotocopiam pessoas (ainda). Ou seja, você não é a encarnação da voz ou do estilo do seu ídolo. Não tem de ser, até porque você tem tudo para ir mais além e não ficar estagnado na carreira. É bom termos alguém que nos sirva de modelo de referência, mas não precisamos de gastar energias tentando ser uma cópia a cores desta pessoa. Há imitadores que caem na graça, mas muitos também atingem o ridículo e evidenciam alguma falsidade e falta de originalidade. Se eu posso ouvir o locutor original, por que razão perderei tempo com a imitação? Eis a questão. É certo que os critérios de avaliação são subjectivos e pode haver rádios que encorajem a imitação de locutores, na medida em que parece haver um padrão estabelecido que sobrevive à entrada e saída de locutores na equipa. Mas eu recomendaria você ser apenas você, o que não quer dizer que não tenha de ter atenção a algumas técnicas de dicção e ritmo de articulação.

São conselhos banais de um observador que não é perito em absolutamente nada. Ainda era só isso. Obrigado

www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa | Benguela, 26 Abril 2018
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quarta-feira, 25 de abril de 2018

Utilidade pública | EMISSORA CATÓLICA EM BENGUELA PREPARA CASTING

Com a emissão experimental em curso há pouco mais de um mês na frequência de 99.7 FM, a Rádio Ecclesia de Benguela, propriedade da CEAST (Conferência Episcopal de Angola e São Tomé), organismo afecto à igreja Católica, realiza um casting de jornalistas/locutores para reforçar a sua equipa de produção. A sessão terá lugar nos seus estúdios, junto do Bispado, a partir das 8 horas de segunda-feira, 30 de Abril.
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Em linhas tortas (43)

Crescemos a ouvir a expressão "25 de Abril" com conotação pejorativa, onde motorista, enfermeiro, polícia, enfim, que caísse no rótulo de "25 de Abril" seria sinónimo de profissional imaturo. Já a referência à "4.ª classe colonial" seria símbolo de consistência. Não sei mesmo se ao tempo dos namoricos, alguns dos nossos kotas não eram surpreendidos pela cultura geral avançada das beldades pretendidas, ao ponto de substituírem o "NÃO", sempre seco, por um criativo, "eu não namoro com moços do 25 de Abril". Aí, para safar o orgulho, como quem assobia para o lado, o rapaz podia simplesmente sair em grande com um "tu também és quê?! Eu namoro com damas de verdade, ouviste? Olha que eu tenho a quarta classe colonial!". Os tempos hoje são outros. De tal modo que ainda há pouco conversei com o meu Curriculum Vitae e tive mesmo de exclamar: "Xê, rapaz, só isso?! Tu não tens futuro, ya?" Não sei se fui muito duro, ou frontal, ou directo, né? Até já só resta perguntar. Com a minha kalicenciatura feita há oito anos e que não produziu um só rebuçado até agora é como? Será que a qualidade de formação universitária em Angola seria cotada ali mais ou menos tipo "25 de Abril" ou já deu um salto que se equipare ao nível da "4.ª classe colonial"? Vale mais uma licenciatura de hoje ou a 4.ª classe e o ofício da era colonial? Ainda era só isso. Obrigado hahahah | http://angodebates.blogspot.com/
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segunda-feira, 23 de abril de 2018

Just a question

Uma dúvida para quem percebe de investigação criminal, a propósito da cidadã brasileira de 20 anos que foi detida em posse de aproximadamente seis quilogramas de cocaína e se arrisca a uma condenação de até 40 anos de prisão. Se no aeroporto do Dubai a unidade americana anti-drogas já detectou droga na mala de passageira em trânsito para as Filipinas, por que razão não deteve imediatamente a passageira mas a deixaram seguir viagem e se limitaram a dar coordenadas às forças da ordem no país de destino? Será que nos Emirados Árabes Unidos a pena por tráfico de drogas é mais branda? A dúvida assenta no pressuposto de ter esta unidade especializada americana convénio tanto no Dubai como nas Filipinas. Ainda era só isso. Obrigado | www.angodebates.blogspot.com
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domingo, 22 de abril de 2018

Em linhas tortas (42)

Informações que chegam do escândalo no espaço da União dos Escritores Angolanos, sito no Largo das Escolas, em Luanda, remetem a um quadro deplorável. Nas últimas duas semanas, enluta a alma da mais alta agremiação dos escribas o caso do funcionário da área de protecção física (segurança) que foi morto durante a custódia policial, com inequívocos sinais de agressão, na sequência da detenção por presumível conivência (por omissão) no assalto a uma viatura durante um dos eventos festivos que o espaço acolhe para a sua rentabilização. No carro assaltado terá sido subtraída a placa eléctrica. Conta-se que a proprietária terá "mexido nos seus pauzinhos" e não tardou que o segurança em serviço fosse detido e levado à cadeia. Na ausência de um ponto de situação mais oficial, e porque também não tem a sensibilidade humana de aguardar por isso diante da gravidade do ocorrido, direi que, num primeiro instante, me invadem duas tristezas colossais. A primeira, é o facto de o secretário-geral da UEA não ter vindo imediatamente a público demarcar a nossa agremiação, o que contribui ainda mais para a onda de especulações e revolta. A outra tristeza não menos colossal, é ver denúncias que apontam a jurista e activista dos direitos humanos, Lúcia Silveira, como a proprietária da viatura que foi assaltada, portanto a queixosa (a quem presumivelmente o excesso de zelo buscou agradar). Espero que seja um equívoco. Conheci a jovem Lúcia (da Associação Justiça, Paz e Democracia - AJPD, que lutava pela melhoria das condições e por acesso judicial de cidadãos encarcerados) durante o Workshop sobre Advocacia e Coligação em Direitos Humanos, que se passou em Luanda em Junho do ano de 2001 e que foi orientado durante 13 dias por um perito de nome Ed Shurna, sob os auspícios da World Learning/USAID, seminário no qual estive como representante efundador da AJS-Associação Juvenil para a Solidariedade, ONG benguelense que esteve no embrião da então Coligação Ensino Gratuito, Já. Não pretendendo de maneira nenhuma condenar ninguém, só não deixa de ser preocupante que duas pessoas comprometidas com a dignidade humana, uma colectiva e outra singular, vejam seus nomes envolvidos neste trágico fim de um problema que podia ser resolvido de modo mais cívico possível, sendo de todo despropositada a violência que causou a morte do guarda. Como membro da UEA, tomo a liberdade de condenar esse método vil de combater o crime com outro crime hediondo, tenha sido praticado pela polícia ou por prisioneiros, como também há quem coloque tal hipótese, embora pouco viável. Que se esclareça o mais rápido possível e se faça justiça! Ainda era só isso. Obrigado
www.angodebates.blogspot.com | Daniel Gociante Patissa | Catumbela, 22.04.2018
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"O segredo dos programas de sucesso. É um assunto delicado e costuma ser ignorado por muitos, mas você precisa entender que uma voz forçada, por mais talentoso que você seja, cansa, CANSA o ouvinte. Irrita depois de um tempo ouvindo. Procure falar mais naturalmente, essa tem sido a receita de sucesso de muitos programas de rádio. Isso inclusive passa mais sinceridade em suas palavras, você parece muito mais verdadeiro e mais próxima ás pessoas. Aposte em você, fale naturalmente."
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Visita à Rádio Ecclesia Benguela (emissão experimental)

Se não nos convidarem no dia da inauguração, o povo é testemunha do quanto o poder e o prestígio serão os culpados, pois na fase da pobreza até nos abraçávamos hahahah. Comitiva de acompanhamento a sua Excelência Nelson Francisco Sul, devidamente enfatado e engravatado como mandam os preceitos dos jornais do primeiro mundo, na visita de cortesia que efectuou ontem à rádio do quase, também conhecida por Rádio Ecclesia Benguela. Recepção calorosa do anfitrião, que entretanto não ofereceu nem café nem água. Quanta ingratidão, né? hahaha
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terça-feira, 17 de abril de 2018

Diário | Sogra entre aspas, né?

“Porque é que a tua secretária atende a minha chamada, se o número está gravado no teu telefone?! É só isso que quero saber...”
“Mas a pessoa já não pode fazer uso do momento privado a que tem direito, de libertar um peidozinho lá fora, deixar o telefone no escritório… já encontra problema?!”
“Não vale a pena me aldrabar, mor. Você sabe que não gosto de mentira! Eu vejo.”
“Amor, o dia mal começou, ainda nem 10h30 são, tu já te estás a estressar? Mas o que é que te irritou?”
“Porquê só que a tua secretária atendeu o meu telefonema, bebé, se no teu aparelho o meu número está gravado, não é desconhecido?! Isso ofende, sabias?”
“Mas, amor... Um chefe também é humano, não deixa de socializar com colegas de trabalho.”
“Aié? Assim quando as esposas dos teus colegas têm saudades e ligam para as secretárias dos maridos é para ordenar o quê, uma acta em folha de 25 linhas dos problemas do lar? É isso?…”
“Estás ir longe e a mostrar desconsidera…”
“Quer dizer, uma gaja liga para o baby, e uma simples secretária já tem a ousadia de atender. Assim quem lhe deu essa ousadia, se é que ainda posso saber, né?!”
“Se calhar podíamos continuar mais logo a tratar desse assunto... Que tal, meu bem?”
“Achas?! Queres-me pôr na agenda? Eu não sou assunto, ouviste?! Não me dá só horário, estou a avisar… Hum! Afinal nesse tal teu katelefone já assim que é tão importante, que até já somos atendidas por terceiras, gravaste o meu número com o nome de quê?”
“Mas esta cena toda porquê, como se houvesse motivo para insegurança, se te dei inclusive uma sogra e tudo?”
“Sogra entre aspas, né?”
“Sogra entre aspas? Ouvi bem? Você tem a coragem de dizer que a minha mãe é sogra entre aspas? Isso quer dizer o quê, que vai morrer daqui a pouco? Respeita só um pouco a mulher que me faz existir, faz favor, não peço muito, ya? Já agora, me define só ainda o que é sogra entre aspas...”
“As secretárias é que sabem explicar melhor. Elas tiram directamente inteligência do computador...”
“Não entendo”
“Caro chefe e sua secretária, só vos aviso uma coisa, ya? Sou mãe de três filhos, fora os outros, estás a ouvir mesmo bem, ne?!”

www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa | Benguela, 17 Abril 2018 |
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Obituário | Acabo de receber informação do falecimento do decano da sonoplastia radiofónica em Benguela, Alberto Isaac, Mega Isaac, 53 anos, hoje, por doença. Chorar é pouco

Reproduzimos a entrevista de uma homenagem que nos mereceu há oito anos

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

«Gostava de ter um trabalho que me complicasse», Alberto Isaac - No Espaço Homenagem, conheça a história do “Mega” Isaac, um veterano na sonoplastia radiofónica (*)

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O período da manhã é o mais agitado. Ainda assim, “Mega” Isaac aceitou a conversa, com a tácita anuência da Redacção, na emissora dirigida pelo jornalista José Lopes de Almeida Júnior.
«Sonoplastia ou sonorização tem a ver com a preparação de programas, gravação de peças, ou seja, dar tratamento ao trabalho antes de ir ao ar. Operação tem a ver já com a emissão do sinal, com os mesmos cuidados», esclareceu. E quanto ao envolvimento com a rádio – disse –, «Era o meu sonho, antes de sair das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA). Mesmo no exército, já fui radista durante quatro anos». Não obstante o gosto, viria a desistir, por causa do peso do equipamento. «Era um Racal 921, de12 kg, e a pessoa tinha que o levar às costas».
A entrada para a rádio dá-se em Fevereiro de 1985, após formação como operador. «Fiz na Rádio Escola, naquela época dirigida por Mesquita Lemos, durante três meses. Depois vi que no Bié as coisas não corriam bem», conta, numa clara referência à instabilidade provocada pelo conflito armado entre as forças militares da Unita e o exército governamental. O que ele não sabia era que apenas 17 anos mais tarde a guerra entre angolanos terminaria definitivamente, isso em 2002. Foi transferido então, a seu pedido, tendo no início ficado na Rádio Lobito. «Só que Luanda despachou para a Emissora Provincial de Benguela. Fui recebido por Cabral Sande, o director, no dia 11 de Outubro de 1988. O chefe da secção era o Adriano Calenga, já falecido. Trabalhei como operador. Depois veio uma reestruturação, e logo que apresentei documentação, passei para a sonorização». A Rádio Benguela possuía já o mesmo tipo de equipamento, considerado de ponta, com que se ministravam as aulas no centro de formação em Luanda. «Isto é que provocou que a Rádio Nacional despachasse no sentido de eu não permanecer na Rádio Lobito, que ainda não tinha tais meios».
Em cada cinco de Outubro, a Rádio Nacional de Angola completa mais um aniversário. Alberto Isaac, quadro “esquecido” no sector privado, guarda boa recordação dos ex-colegas (ainda no activo) na Rádio Benguela, entre eles o Pilartes Congo, a Teresa Alberto, o Kim Conde e uma rapariga de quem se lembra apenas pelo sobrenome Jorge. «Saí dali por desavenças laborais. O ambiente não era salutar, claro, não com todos. Vim para a Rádio Morena, em 2000, no dia 22 de Abril. Conversei com Zé Manel, na ocasião o director, que me recebeu. Fiquei um tempo na operação, à semelhança do que aconteceu quando cheguei a Benguela, e só depois na sonorização». Ali reencontrou-se com Cabral Sande, já na condição de sócio-gerente.
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 VAMOS AO BATE-PAPO

A Voz do Olho (AV-O): Por que foi que escolheu destacar-se pelas máquinas e não pelo microfone?
Alberto Isaac (AI): Olha, eu pelo microfone já andei. Porque o Bié, na altura, tinha um sistema: o operador não se limitava a isso, também tinha que fazer o trabalho de reportagem. Então, nos dias de folga, o chefe de turno escalava um operador para estar de plantão, e na falha de um, fazer a reportagem, preparar o trabalho, colocar voz, e submeter ao editor.
AV-O: A sua profissão não estimula tanto a juventude, não?

(AI): O problema que existe na juventude é, talvez, o imediatismo. Esta área requer paciência, coragem, e sacrifício. A juventude hoje
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Crónica | Roupa interior (*)

José da Silva Pinto (foto do autor, in FB)
Lá no prédio há um casal simpático de muita idade que eu gosto de encontrar sempre que posso. Ela, a D. Henriqueta, Ele o Sr. Alfonsinho... Qualquer um deles já passou largamente dos 80 e por isso sentem-se abençoados...

Há dias D.Henriqueta chamou-me à parte e em jeito de segredo perguntou-me se eu ainda era fotógrafo. Respondi que sim, que era verdade, que fazia uns bonecos. De seguida perguntou-me se também fazia trabalhos de fotografia sujos... sujos? Como assim D. Henriqueta? Perguntei eu sem conseguir perceber de todo o alcance da pergunta dela.

D. Henriqueta meio decepcionada disse-me que uma prima afastada do Cazenga lhe tinha dito que havia uns fotógrafos, os "babarrazos, ou sei lá o quê" que a troco de dinheiro se dispunham a fazer fotografias de pessoas sem que elas soubessem, se apercebessem disso... 

"Fotografias assim de gente a fazer coisas feias", percebe?

Percebi sim, disse-lhe que não era "babarrazo" nem paparazi e que tb não me dava nem conhecia nenhum. Ela lá me foi dizendo que era uma pena que precisava desesperadamente de um, que andava muito desconfiada com o estranho comportamento do Alfonsinho, que ultimamente, veja bem, desalvora porta fora pela manhã, diz-me que vai dar milho aos pombos e só me aparece em casa ao fim do dia, nem vem pro almoço... e com as galdérias que por aí andam à solta, nem sei no que é que ele anda pr'aí a tramar... até porque o Alfonsinho apesar dos anos todos não é flor que se cheire e desde que passou a assistir comigo à telenovela das sete, já nem quer ir para a cama ás nove como era hábito, para já não falar das conversas muito esquisitas sobre roupa interior que puxa logo que acabo rezar o terço e me preparo para ir dormir... 

Sorri, aconselhei paciência, disse que talvez fosse só uma fase, que a coisa se calhar não era bem aquilo que ela imaginava e que se precisasse de desabafar podia contar comigo. Entretanto a coisa ficou por ali e não voltei a cruzar-me com nenhum dos dois…

-ora ontem, por acaso fui à padaria e resolvi atravessar o pátio da igreja para encurtar caminho. Neste pátio há bastantes árvores que dão uma sombra apelativa. Sob uma destas árvores e num banco consegui reconhecer de longe o Sr. Alfonsinho, que, sozinho meio cabisbaixo permanecia imóvel. Aproximei-me devagar e percebi que o O Sr. Alfonsinho ferrava uma soneca das boas.

No rosto sereno havia um sorriso de felicidade que indiciava um sonho doce. Sem o acordar lá fui comprar o pão.

Hoje se vir a D. Henriqueta vou aconselhá-la a deixar o Sr. Alfonsinho ver todas as novelas que bem lhe apetecer, porque de uma coisa creio estar quase certo, aquele sorriso durante o sono dele, só pode querer dizer que , o Alfonsinho ou sonhava com a actriz principal da novela das sete, ou então, vieram-lhe ao sonho os tempos em que ele falava com a Henriqueta abertamente sobre roupa interior…

Texto: José da Silva Pinto, fotógrafo (e cronista não assumido), Facebook
_________________
(*) Título da inteira responsabilidade do Blog Angodebates
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Exclusivo | Entrevista ao poeta David Capelenguela, representante de Angola no Encontro de Escritores de Língua Portuguesa em Cabo-Verde pela UCCLA

Está confirmada a presença de Angola na 8.ª edição do Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, a ter lugar na cidade da Praia, Cabo-Verde, de 19 a 21 de Abril. O poeta David Capelenguela é quem representa a União dos Escritores Angolanos (UEA) no certame da iniciativa da UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa). O tema é «A Cidade e a Literatura: conexões entre Cidadania, Criatividade e Juventude». O incontornável Jacques Arlindo dos Santos é outra pena angolana de peso, o membro da UEA que foi presidente e fundou a Associação Recreativa e Cultural «Chá de Caxinde».

 
David Capelenguela (foto do autor)

Na entrevista concedida ao Blog Angodebates por questionário, Capelenguela foi confrontado com o facto de, nos últimos anos, diversos intelectuais terem posicionamento céptico quanto ao real impacto de instituições arreigadas ao discutível rótulo da lusofonia, tais como a UCCLA e a CPLP. Questionado se haverá algum ganho directo para a literatura angolana, o autor de «Ego do Fogo» optou pelo copo meio-cheio.
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domingo, 15 de abril de 2018

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Diário | Ou será que estamos a falar chinês?

"Boa tarde, tio Coordenador do Bairro. Vim fazer queixa! Para não falarem só que fui directamente nas autoridades, né?... É assim, se discutimos com a minha irreval. Ela me ofendeu muito, que na qual até despiu as minha família com a boca dela."
"Ok, Ok, Ok. Mas assim, resumindo, assim, né?, mais ou menos em poucas palavras, qual é mesmo o problema?"
"Se discutimos com a minha irreval..."
"Neste caso DISCUTIRAM, não se discutiram. Também não se diz irreval. É RIVAL. Irreval não existe..."
"Mas a minha prima tem... Como assim, irreval não existe?! Então uma mulher que anda com o teu homem é quê, madre Teresa de Calcutá?!"
"Tem mesmo irreval a sua prima? A senhora tem a certeza disso?"
"Sim. Uma burra só aí... Mas assim então essa dúvida mais saiu de onde, oh senhor Coordenador do Bairro? Será que agora mesmo se você e eu vamos ir na tua casa, a tua mulher também vai dizer que nunca ouviu falar de irreval? Estás só a se fingir porquê, ó camarada Coordenador?! Ou afinal estamos a falar chinês?"
"Tem é rival. R-I-V-A-L. Irreval está errado..."
"Mas irreval é no nosso português angolano, está certo. Não sou obrigada a falar como os brancos lá de Portugal ou do Brasil, cada povo com o seu sentimento..."
"O problema é esse. Seja qual for o sentimento, irreval mesmo está errado. Mesmo esse português de 'que na qual', também não existe..."
"Mas a minha prima de Luanda, ainda na semana passada se discutiram com a irreval dela, e a polícia resolveu. Só aqui na coordenação é que afiançam as irrevais? O chefe parece é mulherengo, que na qual está só a me complicar pra me entrar na mente, né?"
"Minha senhora, olha o respeito..."
"Ó senhor Coordenador, se eu arrebentar aquela gaja com umas cabeçadas, você e esse teu português de se estranhar é que vão assumir, ya? Estás a me confundir, né? Tipo já, essa gaja, como é do bairro, rua está cheia de lama de chuva, enfim, lhe dou de nada, né? Achas que não estudei ou o quê?! Sempre tirei de quinze para cima em português, Ok?"
"Mas a senhora assim vai aonde, se ainda não concluí a... o coiso, digo o registo da ocorrência que vai determinar se chamo o patrulheiro da polícia ou não?"
"Vou-te esperar? Vou na polícia e lá trato directamente com o dono do cão. Uma gaja ainda fica aí a perder tempo, ah porque irreval não existe? Miux..."
https://angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa | Benguela, 13.04.2018
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Citação

"Nada pior do que um homem cujos amigos pensam e decidem por ele." (Jandira Zanchi, escritora brasileira. in FB, 11/4)
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terça-feira, 10 de abril de 2018

Uma resenha de babar! REVISTA SUBJECTIVA, DO BRASIL, ALCANÇA ÂNGULOS PROFUNDOS NA OBRA "O HOMEM QUE PLANTAVA AVES"... QUE ATÉ SURPREENDEM O PRÓPRIO ESCRITOR


«O HOMEM QUE PLANTAVA AVES📚 . Autor: Gociante Patissa GÊNERO: Contos ANO: 2017 PÁGINAS: 184 | Pólen Bold 90gr

SINOPSE: Com um conjunto de 14 contos e uma fábula Gociante Patissa constrói suas histórias explorando um enredo criativo, único. Na história que dá nome a obra “O Homem que Plantava Aves” a ficção constrói-se sobre a história de um povo rural devoto a natureza. A narrativa de Patissa marca-se como uma escrita crítica, que pela construção de um humor fino destila suas críticas contra os paradigmas do homem. Ainda na história, este povo rural citado enrijeceu-se sobre a crença de que as pessoas portadoras de deficiência não podiam ter seus direitos igualados as das ditas pessoas sadias; a ficção do escritor irá se desenvolver no sentido de desconstruir a barreira de preconceitos levantados pela sociedade. Esta acidez singular de Patissa também se mostra na história “A Meia- Viagem do Senhor Serviço”, na qual a narração denuncia a hipocrisia inerente aos status sociais, através da elaboração do humor, com isto, astutamente o escritor marca seu ponto de vista trazendo ao final dos seus contos a comicidade dos desconexos preconceitos humanos, que quase sempre recaiam sobre a mesma população que os criou e sustentou. Com a característica de um escritor-parodista, Gociante Patissa cria suas histórias com uma escrita concisa e leve, porém estruturada pelas palavras de um homem que enxerga além da construção social, tão aceita, mas tão necessária de ser repensada . . . . #autordasemana #mediumbrasil #brasil #lovebooks #author #biblioteca #authors #bookstagram #booksphotography #livroseleitura #instablog #instalivro #bookaddict #bibliophile #amoler #reader #igs #bookworm #sinopse #autoresbrasileiros #bookstagram #poetry»

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segunda-feira, 9 de abril de 2018

Crónica | Aprendendo com o “trisal”. Você já ouviu falar?


Quando a política, a cultura e a economia enjoam, resta pesquisar sobre o intrigante campo do sexo. E surpreendeu-me hoje – aqui confessando ignorância sobre tendências cada vez mais liberalizantes de usufruir a vida sexual – um vídeo que vi no youtube. Nele, um casal (de marido e mulher), na casa dos 28 anos de idade, que é proprietário do canal, aparece sentimentalmente destroçado pelo fim do que denominaram "trisal".

Para ajudar a compreender, já usando as palavras do casal, ela tem um marido mais um namorado dentro de casa, ele uma esposa e um namorado. Tão matemático assim. Vida a três. O "trisal" é completado por um jovem que é ao mesmo tempo namorado da esposa e do marido, tudo muito aberto e integrado. A este era dada a liberdade de levar a vida que quisesse fora, sublinhava a mulher, toda ela chorando cântaros, de coração partido.

O casal de youtubers, que já existia muito antes da entrada de um terceiro amor, gaba-se de ser bastante liberal nisso. A relação a três funcionava na lógica de orgia, o que em princípio seria coisa de dizer respeito só e apenas ao trio, até ao momento em que resolveram expor a sua intimidade nas redes sociais, qual diário de um "trisal" de sucesso, com o já conhecido expediente de pedir likes a cada vídeo para manter o canal.

Num episódio anterior, quando o casal vai ao laboratório de testagem de doenças sexualmente transmissíveis (todos os testes deram negativo), a médica pergunta como é que ela faz para se prevenir. A resposta não podia ser mais directa. Com o marido faz sem camisinha, já com o seu namorado faz questão de usar. Perante a perplexidade da médica, ela completa: porque eu tenho um marido e um namorado. Claro que ele, bissexual, disse o mesmo. A teoria do desapego parecia, todavia, fora da agenda.
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Opinião | Um serviço de tradução das autópsias em Benguela?

Imagens 1: OPaís; 2: fonte sob anonimato
Foi pouco depois das 23 horas de sábado (07/04) que caíram na minha caixa de correio quatro imagens de um mesmo conteúdo reportando algo à primeira vista aterrorizante, o boletim de verificação de óbito do sindicalista Armindo Cambelele.

Datada de 07 de Abril e lavrada a punho da médica legista Maria de Fátima João de Almeida, a lacónica narrativa das causas da morte do sindicalista eleva, ainda mais para um leigo, a nebulosidade, ao contrário do que se esperava, que é fazer luz sobre o dramático fim de uma vida, ocorrido na tarde de sexta-feira (06/04).

Foi mesmo suicídio? Eis a dúvida mais registada consoante a notícia se foi espalhando. Afinal, faltavam três dias para a realização da fracturante greve geral de professores, convocada pelo “combativo” Sinprof (sindicato de professores), do qual Cambelele foi representante na província de Benguela, apesar de reformado há já três anos. O corpo de Cambelele, 57 anos, natural da província do Uíge, conhecido pela intensidade no papel de interlocutor da classe por condições mais dignas, foi encontrado estatelado no seu apartamento na cidade de Benguela, segundo relatos, com uma corda à volta do pescoço.
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domingo, 8 de abril de 2018

Um dos 120 títulos com que a editora brasileira Penalux concorre ao Prémio Oceanos 2018 é O HOMEM QUE PLANTAVA AVES, do angolano Gociante Patissa. O resultado dos 50 finalistas sai em Agosto. É sempre um incentivo, né? heheh



Nessa instigante coletânea de contos, Gociante Patissa transporta os leitores para os contornos de uma Angola imprevisível. Em catorze temas, o escritor angolano tricota os cordões que passam pelo registo da memória coletiva à recriação de uma guerra civil de três décadas, a qual o arrancou aos sete anos de sua terra natal, Monte Belo. Também encontram-se em sua escrita os desafios do pós-conflito e de cidadania na antiga colónia portuguesa situada na África austral. A província de Benguela e a região etnolinguística Umbundu são o cenário da generalidade dos contos. A alternância cidade–campo resulta numa tensão que ao mesmo tempo remete ao pedagógico e ao satírico, neste livro que poderá ser o mais cómico da lavoura literária de Patissa.

“Uma parte de mim ficou congelada no tempo, mas não me queixo. Ninguém me aponta o dedo. Não matei e não morri completamente.”

PS: Os outros angolanos concorrentes são José Eduardo Agualusa, com a obra «A sociedade dos sonhadores involuntários», por meio da editora Quetzal / Tusquets, ainda J.A.S. Lopito Feijóo K., com a obra «Imprescindível doutrina contra», pela editora Rosa de Porcelana e Job Sipitali, com a obra «Raízes cantam», que saiu em Portugal sob chancela da editora Perfil Criativo
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A Voz do Olho Podcast

[áudio]: Académicos Gociante Patissa e Lubuatu discutem Literatura Oral na Rádio Cultura Angola 2022

TV-ANGODEBATES (novidades 2022)

Puxa Palavra com João Carrascoza e Gociante Patissa (escritores) Brasil e Angola

MAAN - Textualidades com o escritor angolano Gociante Patissa

Gociante Patissa improvisando "Tchiungue", de Joaquim Viola, clássico da língua umbundu

Escritor angolano GOCIANTE PATISSA entrevistado em língua UMBUNDU na TV estatal 2019

Escritor angolano Gociante Patissa sobre AUTARQUIAS em língua Umbundu, TPA 2019

Escritor angolano Gociante Patissa sobre O VALOR DO PROVÉRBIO em língua Umbundu, TPA 2019

Lançamento Luanda O HOMEM QUE PLANTAVA AVES, livro contos Gociante Patissa, Embaixada Portugal2019

Voz da América: Angola do oportunismo’’ e riqueza do campo retratadas em livro de contos

Lançamento em Benguela livro O HOMEM QUE PLANTAVA AVES de Gociante Patissa TPA 2018

Vídeo | escritor Gociante Patissa na 2ª FLIPELÓ 2018, Brasil. Entrevista pelo poeta Salgado Maranhão

Vídeo | Sexto Sentido TV Zimbo com o escritor Gociante Patissa, 2015

Vídeo | Gociante Patissa fala Umbundu no final da entrevista à TV Zimbo programa Fair Play 2014

Vídeo | Entrevista no programa Hora Quente, TPA2, com o escritor Gociante Patissa

Vídeo | Lançamento do livro A ÚLTIMA OUVINTE,2010

Vídeo | Gociante Patissa entrevistado pela TPA sobre Consulado do Vazio, 2009

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