domingo, 25 de setembro de 2016

Pelos 104 anos da cidade do Huambo | Festival de poesia reúne declamadores e trovadores de várias províncias

Duas dezenas de artistas, entre declamadores e trovadores, animam a quarta edição do designado «Festival Nacional de Poesia», a partir das 18h30 de hoje (25/09) na Escola Comandante Bula, cidade do Huambo. Idealizado por Chico Pobre e co-produzido pelas representações do Movimento Lev’arte de Luanda, Benguela, Malanje, Huila, Kuando Kubango, Namibe e Kunene, o evento enquadra-se nas festas do 104.º aniversário da cidade. 

Há dois anos que Agostinho Sanjambela deixou temporariamente Benguela, onde tem residência fixa, para frequentar na capital do país o curso de música no Complexo Escolar de Artes (CEART). Questionado sobre a razão de se juntar ao festival, o trovador é objectivo: «Por causa da poesia. Desde então amo a poesia. Faço música por causa da poesia. As letras são poesia.» O festival vai na sua quarta edição, Sanjambela participou em três. Para si, a importância está em «divulgar a arte poética, já que esteve a desaparecer. Então o que estamos a fazer é dar esforço para essa arte vir ao de cima, porque é uma área intelectual e útil», conclui.

Quem também se junta à festa é Ras Nguimba Ngola, vindo de Luanda. A sua expectativa é que «seja um evento melhor que a edição do ano passado, no sentido de se enfatizar mais a poesia em si. Não é desprimor às outras artes que se juntam ao evento, que são conexas em termos de modalidade artísticas, tais como o humor e a música, mas a poesia deve merecer maior destaque. Até para darmos visibilidade a outros novos talentos que se vêm revelando» , sublinhou.  

Da província da Huila, cidade do Lubango, veio um grupo de seis, composto por Justina Kibeka, Manuela dos Santos, Eugénio Manuel «Velho» , Etsan Fortunato, Aderson Cirilo e Justino Kumena. Percorreram mais de trezentos quilómetros de estrada para apresentar um só poema. A reportagem do Blog Angodebates, em jeito de provocação, indagou se vale todo o esforço para não mais de cinco minutos de palco. «A alegria não está simplesmente no nosso momento, mas em trocar experiências com outros artistas e contribuir na organização», desdramatiza Justina Kibeka.

Da parte dos anfitriões, ouvimos o coordenador Provincial da ALCA (Associação Literária e Cultural de Angola) Huambo, Mendonça Jonatão, para quem «o festival, partindo da intenção de transformar o Huambo na Capital angolana da poesia, vem dar um impulso para a concretização disso mesmo».
Reportagem: Gociante Patissa (texto e fotos)
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