quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Ao contrário do que foi noticiado pela imprensa, ENTENDIMENTO ENTRE GREVISTAS E ENTIDADE PATRONAL NA SHOPRITE DO LOBITO ESTÁ LONGE DO ALCANCE. Loja grande voltou a fechar as portas ao público


Quando a reportagem dos Blogs Angodebates e Ombembwa chegou à Shoprite, acabava de chegar também uma delegação do Sindicato do Comércio, composta por dois elementos cujos nomes vamos omitir. A saudação entre a comissão sindical e o "padrinho" foi com slogan evocando o respeito pelos direitos dos trabalhadores daquela multinacional sul-africana. Seguiram-se palmas, depois de a delegação ter anunciado estarem em curso contactos para advocacia junto do Governo Provincial de Benguela, a caminho de um mês em greve. 

Ao nosso pedido de autorização para fotografar, a reacção foi positiva: "esse é jornalista", disse um em jeito de conter os que se vissem intrigados com mais uma máquina fotográfica, mais uma, quando a solução tarda. "Tinham dito que enquanto os sócios analisam, os grevistas deviam retomar; a loja abriu no sábado, mas na terça-feira, quando viemos preparados para trabalhar, o patrão mudou outra vez de ideia", revelou um integrante da comissão sindical, denunciando alegada intenção da entidade patronal em violar, uma vez mais, diz ele, a lei: "O que eles querem é expulsar quem participou da greve".

A entidade patronal, com a qual não chegamos a ter contacto, é acusada de ser insensível às reivindicações dos trabalhadores, por sinal protegidas pela lei geral do trabalho. É-lhe ainda atribuída postura arrogante, uma vez que evita o mecanismo do diálogo.

Naquele estabelecimento comercial, a média salarial anda abaixo dos 30 mil kwanzas, não tendo os trabalhadores assistência médica nem complemento alimentar, quando, curiosamente, fazem parte do seu segmento de negócios refeições no estilo take-away. "Quer dizer, a pessoa serve comida, mas não pode comer", ironiza um dos curiosos no recinto. 

Já a abandonar o local, fomos abordados por um dos integrantes da delegação do Sindicato do Comércio, a quem de imediato explicamos a finalidade das fotos. Este rematou: "Façam o vosso trabalho, mostrem ao mundo que estes angolanos aqui são vítimas de injustiça". Aquele sindicalista sénior foi mais longe: "Dão no duro, e no fim do mês são descontados arbitrariamente. Quando tentam reclamar, o gerente nunca sabe explicar. Parece haver uma rede entre Lobito e Luanda na gestão de recursos humanos", acusou.

Gociante Patissa, Lobito 6 Fevereiro 2013
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