quarta-feira, 20 de junho de 2012

Antologia de Contos Angolanos lançada na feira do livro do Porto

António Quino organizador da antologia
que surge do interesse da instituição em
promover as letras angolanas a nível
 internacional
Texto e foto: Jornal de Angola

A União dos Escritores Angolanos (UEA) aproveitou a 82ª Feira do Livro do Porto, que decorreu de 31 de Maio a 17 deste mês, para continuar a divulgar e difundir a literatura angolana a nível internacional, servindo-se de uma antologia do conto de autores nacionais, lançada em Fevereiro último no decurso das “Correntes d’Escrita”, na Póvoa de Varzim (Portugal).


Durante a cerimónia de apresentação, que aconteceu no dia 16 deste mês, animada pelo som do batuque da dupla Roque e André, uma angolana e um português, a representante do Clube do Autor, Cristina Ovídio, agradeceu a confiança depositada  pelo secretário-geral da UEA, Carmo Neto.
Na qualidade de editora, Cristina Ovídio disse aos presentes que “o som do batuque convida, com a sua força, magia e encantamento, a leitura dos contos sobre um mundo onde cabe toda Angola”.

“Num mundo às avessas dos afectos, do calor dos braços e das longas horas de conversas à volta das estórias que entretecem a vida, este livro surge como um bálsamo. A Balada dos Homens que Sonham mostra-nos também que a ‘vida não é suficiente’ para quem encontra na literatura um espaço de evasão, a licença para mentir a realidade sentida nestes textos”.
António Quino, organizador da antologia, começou por destacar o papel do embaixador angolano em Portugal, Marcos Barrica, que aceitou o desafio lançado pela UEA para patrocinar o projecto no âmbito da diplomacia cultural.

Sobre a pertinência do livro, António Quino disse que a obra “nasceu do interesse da UEA em promover mais a literatura angolana a nível internacional. Organizámos esta Antologia de Contos Angolanos com o objectivo de condensar, em caderno, textos literários em prosa, iniciando um volume de textos de autores que se tenham revelado ou publicado entre 1980 e 2010 e cujo teor expresse interesse, contexto, realidade, consciência colectiva, escolhas estéticas e temáticas de Angola e dos angolanos. E tanto para a UEA como para nós, organizadores da Antologia, e provavelmente para os catorze contistas que acederam à nossa solicitação, a Antologia será um instrumento valioso para o estudo do conto angolano através dos vinte e três títulos que a compõem”.

No livro, que tem recepção positiva junto do público leitor português, participam catorze contistas: Timóteo Ulika, Eduardo Bettencourt Pinto, Eduardo Bonavena, José Luís Mendonça, António Fonseca, Frederico Ningi, João Tala, Zetho Gonçalves, José Eduardo Agualusa, Carmo Neto, Roderick Nehone, Albino Carlos, Ondjaki e Gociante Patissa. 



A versão portuguesa foi lançada pela UEA em Agosto de 2011, sob o título “Conversas de Homens no Conto Angolano”.  Está em vista a tradução em hebraico, inglês, alemão, italiano e espanhol. O livro faz parte da aposta da direcção da UEA em dar a conhecer a literatura e escritores angolanos que, como referiu António Quino, “permite a criação de analogias, paradigmas e relativismos importantes aos estudos literários”.
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2 Deixe o seu comentário:

Fernando Ribeiro disse...

Foi pena eu não ter sabido desta sessão na Feira do Livro do Porto. Teria tido muito gosto em lá ir.

O livro tem tido uma divulgação verdadeiramente notável aqui em Portugal. Ele tem estado presente, em lugares de grande destaque, em tudo quanto é livraria e hipermercado da cadeia Continente (pelo menos). Foi feito um excelente trabalho por parte dos responsáveis pela promoção e vendas.

Angola Debates e Ideias- G. Patissa disse...

Fico contente, caro Fernando, em saber que se está a ter um marketing eficaz. É o que a maioria de escritores angolanos precisa, pois neste campo só uma dúzia mais ou menos tem conseguido afirmar-me em Portugal e Brazil, às vezes até, segundo observações frequentes, mais devido ao subjectivismo de critérios editoriais de certas marcas tradicionais. Pessoalmente admiro João Tala (no conto), João Maimona (na poesia), por exemplo entre os vários/antigos mais reconhecidos em Angola, sendo muita pena que a obra deles continue desconhecida.

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Patissa

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