sábado, 15 de dezembro de 2007

Cemitério é lugar para fazer publicidade?

Ultimamente vimos observando com inusitada frequência o surgimento (ou adopção?) de manifestações que têm tanto de estranhas como de infelizes, que marcam as cerimónias fúnebres, usadas para simbolizar a dor de familiares e amigos do ente-querido "roubado" pela morte.
Se na verdade nenhuma sociedade é estática, também não é mentira que o elemento morte esreve sempre na base de muitos mitos e manifestações culturais, religiosas, políticas, militares, enfim, de todo o tipo.
A prática "que está a bater" agora é o uso de camisolas (T-shirts) brancas com a foto do (da) falecido (a) e os mais nobres desejos. Para lá vai ficando aquela prática do uso do trajo negro. Bom, até aí, nada de estranhar! A questão prende-se com o tipo de mensagem que se vai passar e reflectir sobre os custos que tal impressão acarreta, considerando que no mercado local a média é USD 10 por camisola.
Muito recentemente, encontravamo-nos envolvidos num cortejo cujo destino era o velho cemitério da Catumbela, situado na comuna com o mesmo nome. E, ao portão, o arco de pessoas mais chegadas, entre parentes, irmãos de igreja, amigos e colega, vestia-se predominantemente de branco. Curiosos aproximamo-nos até notar o seguinte: na parte frontal vinha a foto dele e o nome. Na parte posterior vinha em letra preta o texto "Descanse em paz" e em tamanhao ligeiramente superior e em letra azul o nome da empresa para qual trabalhou "Grupo tal...".
A rápida leitura leva a perceber que a empresa terá sido a patrocinadora da impressão das camisolas do óbito (não sabemos quantas). Tratando-se de uma empresa com capitais estrangeiros (asiaticos) e de dimensão tão grande no mercado nacional, não se pode considerar um gesto inocente. Há publicidade explícita, sim, na medida em que os demais colegas do falecido, também presentes ao funeral, usavam igualmente camisolas brancas com a publicitação do spray anti-mosquito.
Bom, adimitindo a hipótese de erro nosso de inperpretação, pode a empresa imprimir camisolas para o funeral de um falecido e estampar nelas o nome? Já não basta o facto de o nome da empresa aparcer no elogio fúnebre?
Continuamos a considerar (embora dando o benefício da dúvida) que, neste caso particular, a ingenuidade da família ou de quem quer se encarregou da produção das camisolas foi aproveitado pelo "institnto" de um gigante comercial do mercado nacional para "vender" a sua marca.
GP
(escrito a "correr" numa curta passagem por Luanda)
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3 Deixe o seu comentário:

Anónimo disse...

Olá caro Gociante,
Gostei do teu blog, quero dizer: das matérias inseridas. Começando por um poema cujo título :Também quis fazer poesia. muito tenro e a foto da criança: beilíssima. Gosto também de fotografar coisas da vida, do cotidiano, como estas cenas de trabalhadores. Sobre este post. Eu sou contra a propaganda comercial em cemitérios, exceto algumas informações sobre onde fazer túmulos e outros adereços.
No meu pequeno site encontra-se fotos belissimas da natureza. Sabias que á minha cidade Natal, que fica localizada exatamente neste lado de cá do Atlântico é a cidade mais bela do mundo???? Cheers...
Recebas meu cordial boa tarde votos de progresso em teu blog.
Geraldo
Meu sítio:
http://www.geocities.com/geraldom3

Anónimo disse...

Caro Geraldo,
É um prazer registar a sua visita e, já agora, aproveito agradecer a todos q como vc por cá passam e deixam algo de encorajamento. É esse tipo de solidariedade q nos torna fortes. Quanto à foto tenra da criança, sou algo apaixonado por ela mas não é minha. Na verdade ela faz parte de um e-mail sobre imagens lindas de Angola.
Nesse momento escuto a música espirituosa no seu blog. Feliz Fim d'ano!

Anónimo disse...

Ola caros irmãos, passei pra deixar a minha opinião em relação as cerimonias funebres em Angola. Realmente a situação vai de Mal á Pior. Hj em dia os funerais parecem + festas do q outra coisa. As pessoas deviam e se consiencializar das coisas pra pdr combater esta terrivel pratica que se vê hj em dia.

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